Nota do Blog: Apesar de estar integralmente apresentado. Esse livro ainda não está totalmente formatado nesse blog, para uma leitura mais prazerosa.
CARO AMIGO:
Se você gostou deste livro e tem condições de comprá-lo, faça-o pois assim estarás ajudando a diversas instituições de caridade.
Que Jesus o abençoe.
Muita Paz
“A SEMENTE DE MOSTARDA”
Espírito: EMMANUEL
Médium: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
A SEMENTE DE MOSTARDA
Muitos amigos nos solicitam a formação de livros constituídos de
trechos significativos e curtos que lhes forneçam a compreensão da vida,
dentro da exigüidade do tempo de que dispõem e aqui está uma
coleção de trechos dessa natureza independentes uns dos outros que
lhes atendem aos desejos.
-o-
“A Semente de Mostarda” é um volume assim, dedicado a
reflexões rápidas e pensamentos longos e profundos.
-o-
Um livro com o qual nos será possível o diálogo de nossos
próprios sentimentos com os nossos raciocínios, ensinando-nos a extrair
as melhores e mais autênticas conclusões a nosso próprio respeito.
Que estas lições ligeiras possam beneficiar-te tal como nos
auxiliaram a nós mesmos, são os nossos votos.
EMMANUEL
Uberaba, 22 de setembro de 1989.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
A SEMENTE DE MOSTARDA
Emmanuel
O rapaz abeirou-se do Mentor, mostrando-se evidentemente acanhado, e
considerou em tom de pergunta:
-Instrutor, a sua bondade já nos disse, várias vezes, que os
ensinamentos de Jesus, o nosso Divino Mestre, estão sempre iluminados para a
compreensão do nosso entendimento... Entretanto, às vezes, esbarro com
afirmativas d’Ele que me fazem pensar inutilmente, já que não lhes alcanço
sentido...
-Dê-me um exemplo – solicitou o interpelado com paciência.
-Disse-nos Jesus que se tivermos fé do tamanho de um grão de
mostarda – continuou o jovem consulente – certa montanha, por nossa ordem,
transportar-se-á daqui para ali; não crê o senhor que isso é um absurdo em
confronto com a realidade?
-Meu amigo – explicou-se o Mentor – Jesus, por falta de comparações e
palavras adequadas, legou-nos muitas lições em forma de símbolos e
parábolas... Imagino que Nosso Divino Mestre tomou a imagem da montanha,
como significado a nossos hábitos e preferências. Muitos defeitos, que ainda nos
caracterizam, pesam sobre nós por montes de imperfeições que precisamos
remover do mal para o bem...
-Mas – continuou o aprendiz – o senhor concordará que isso é uma
observação puramente filosófica; desejo que o senhor me conduza para o
domínio dos fatos reais.
O instrutor meditou por alguns instantes em profundo silêncio e
rematou:
-Caro amigo, se você pretende observar o poder de um agente
pequenino, qual a semente de mostarda, sobre um corpo extenso de
dificuldades que o desorienta ou perturba, acenda uma vela pequenina diante
da escuridão.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
AÇÃO
Emmanuel
Os pensamentos assemelham-se a tintas multicoloridas. A ação é o
pincel que formará os quadros em que passarás a viver.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
ADVERSÁRIOS
Emmanuel
Não cries adversários, embora lhes respeite os pontos de vista.
Existem insetos que incomodam o mais vigoroso dos leões.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
APRENDIZ E INSTRUTOR
Emmanuel
O rapaz cumprimentou o Instrutor e comunicou, espantadiço:
-Professor; não posso aceitar a sua designação para que eu seja o
monitor de minha turma.
Por quê? Indagou o educador, desapontado.
-Meditei bastante e reconheci que não tenho condições para o
cargo... Minhas imperfeições são maiores do que o meu desejo de
servir...
-Imperfeições? Quem não as terá neste mundo? Que idéia
estranha é a sua!... Se é no trabalho que liquidaremos nossos defeitos e
sanaremos os nossos erros, foge você do remédio capaz de aperfeiçoarnos?
-Eu queria possuir qualidades positivas para exaltar o bem.
-Diga-me. Quais são essas qualidades?
O jovem explicou-se, acanhado:
-Aspiro a trazer comigo os traços de Jesus; afinal, é meu sonho
transformar-me num brilhante lapidado e puro, a fim de refletir a
grandeza do Divino Mestre!...
-Ah! – falou o Mentor surpreendido! Compreendo, compreendo...
E fixando no aprendiz os olhos penetrantes, rematou:
-No entanto, não se esqueça você de que o brilhante formou-se
do carvão considerado desprezível... Por milênios e milênios sofreu o
peso do solo e dos detritos que oprimiam, acabando por asilar-se numa
cascalheira por tempo longo... Por fim, rudemente ferido, pelos
instrumentos do burilador, veio a ser a jóia preciosa...
O diálogo terminou e entendemos que não é preciso que no dia
seguinte o rapaz ostentava na lapela o distintivo do monitor em ação,
junto de extensa turma dos colegas que lhe dedicavam justa e constante
admiração.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
AUXÍLIO
Emmanuel
Faze o possível para que não deixes passar um só dia da
tua existência sem prestar algum serviço ou auxílio a esse ou
aquele ser vivente de qualquer espécie da Natureza.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
AUXÍLIO MAIS AMPLO
Emmanuel
Deus protege a todas as criaturas, mas, se detém a auxiliar mais
amplamente aqueles que amam os maus, promovendo-lhes sem alarde a
renovação para o Bem.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
CANÇÃO DE LUZ
Emmanuel
Sofre com paciência, sem esquecer a coragem de trabalhar.
Depois da noite, o céu é uma canção de luz ao amanhecer.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
CAUSA E EFEITO
Emmanuel
Enoque era um ancião que se abeirava dos cem janeiros.
Residindo numa choça que se encostava a uma peroba, cuja
idade renteava com a dele, alimentava-se de frutas e chá que
improvisava com folhas aromáticas e água quente.
Entre aqueles viajantes e amigos que atravessavam a estrada, a
poucos metros de sua moradia, a fim de revê-lo, o agricultor José Prado,
procurou-lhe a amenidade da companhia e indagou, com respeito:
-Enoque, você acredita na lei de causa e efeito?
Como não? – respondeu o interpelado com voz trêmula. A idade
me pesa nas costas, há vários decênios, e nunca vi um só caso em que
essa lei da vida viesse a falhar.
E, virando para o interlocutor os velhos braços; acentuou: - a
propósito de que o senhor me fez essa pergunta?
O amigo não se melindrou e narrou pensativo:
-Há cinco anos, entrei em luta corporal com o Joaquim Mota, que
é seu conhecido, e, na briga, cortei-lhe dois dedos da mão esquerda, que
sangrou abundantemente... Depois de algum tempo pedi-lhe perdão do
gesto impensado e ele não só me perdoou, como também me convidou
para um café em sua própria casa. Senti grande alívio, porque me
achava arrependido da violência que praticara e voltei ao trabalho em
meus canaviais. Ontem, porém, coloquei meu facão num galho de
árvore, para limpar a plantação nova e distraí-me sem notar que o dia
de calor nos mergulhara a todos, os meus auxiliares e eu, numa
ventania brava. Aproximava-se o aguaceiro e corremos, em busca dos
restos da casa velha do Antonio e quando passei, a passo rápido, sob o
galho da Aroeira que me guardava o facão, ei-lo que se despenca sobre
mim, sem motivo aparente me cortando dois dedos da mão esquerda,
como sucedera no dia que mutilei a mão do Joaquim Mota.
O narrador fez uma pausa e finalizou:
-O senhor acredita que eu tenha sido executado segundo a lei de
causa e efeito?
-Acredito, sim...
-Entretanto – observou o visitante, não posso esquecer que o
Mota já me perdoara.
Enoque fez um gesto expressivo de afirmação e explicou:
-Mota lhe perdoara a ofensa, mas a lei lhe havia registrado o
gesto impulsivo e terá considerado que o perdão do amigo lhe oferecia a
oportunidade, a fim de que a dor de seus dois dedos lhes advertisse para
não repetir o ato que lhe impunha dor e arrependimento ao coração.
Enoque – solicitou o amigo, fale-nos então dessa lei que não
podemos burlar!...
O velhinho levantou-se com muita dificuldade e, ali mesmo,
retirou da mesa tosca um ensebado exemplar do Novo Testamento e
esclareceu:
-Meu amigo; estou no fim de minha longa existência e já não
disponho de tempo para longas conversações. Quando preciso de alguma
explicação, recorro aos ensinamentos de Jesus e sempre tenho a
resposta. Abra este livro e veja o que o Mestre nos diz.
Intranqüilo, o consulente abriu o rolo e achou do Apóstolo Mateus
lendo o Versículo no. 52 do Capítulo 26, em que Jesus adverte a nós
todos; “quem com ferro fere com ferro será ferido...”.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
CONCLUSÕES DA VIDA
Emmanuel
Deus Fornece o material.
O Homem trabalha.
Deus concede o ensinamento.
O Homem realiza.
Deus cria a paz.
O Homem forja o conflito.
Deus promove a união.
O Homem estabelece o privilégio.
Deus recomenda o perdão.
O Homem faz o ressentimento.
Deus ergue a fé.
O Homem cultiva a insegurança.
Deus traçou a justiça.
O Homem armou a violência.
Deus consolidou a coragem.
O Homem perpetuou a audácia.
Deus abençoa a todos.
O Homem faz concessões.
Deus garante a liberdade.
O Homem usa o livre-arbítrio e responde pelas próprias obras.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
CONSCIENTIZAÇÃO
Emmanuel
És livre para empreendimentos diversos como sejam: fazer o bem
aos semelhantes, desinteressadamente; suportar incompreensões e
afrontas, sem revide; praticar a paciência em todas as situações difíceis;
Aguarda a tua vez nas filas, sem reclamações; compreender os
momentos críticos dos companheiros, sem reprova-los quando pareçam
irresponsáveis;
Auxiliar sempre a fim de que se faça o melhor; trabalhar sem
queixa;
Servir com a alegria de quem cumpre um dever;
Agradecer aos que te amparam na vida sem esquecer as palavras
que te expressam o reconhecimento com o sorriso de gratidão.
Coteja o que pensas falas e fazes com o dever de estender o bem
para os outros; quanto se te faça possível e entenderás o lugar em que
te encontras na própria conscientização.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
DISCERNIMENTO E PRODÍGIO
Emmanuel
O Homem pode e deve ser:
Para o Ecologista – um protetor da Natureza.
Para o Médico – certa máquina formada de peças por estudar.
Para o Empresário – um cooperador no serviço.
Para o Professor – uma inteligência a ser cultivada.
Para o Escultor – um modelo vivo.
Para a Comunidade – um esteio da ordem.
Para a Caravana – um companheiro.
Para o Necessitado – uma esperança de socorro.
Para Jesus, porém, entre todas as criaturas viventes, o Homem é
o único ser capaz de raciocinar e discernir, assessorado pela vontade e
pelo livre-arbítrio, com a possibilidade de realizar prodígios, se quiser
trilhar o caminho do bem e aceitar o dever que lhe cabe na condição de
filho de Deus.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
ENSINAMENTO
Emmanuel
O Instrutor desdobrando a aula que ministrava aos
aprendizes atentos esclareceu, conciso:
Os homens são professores uns dos outros.
Cada um leciona a matéria que lhe constitui o elemento de
trabalho.
Assim vejamos:
O alfaiate, a costura;
O sapateiro, o calçado;
O tecelão; a indústria do fio;
O ourives, a fabricação de jóias;
O pastor, a condução do rebanho;
O horticultor, a produção de verdura;
O carpinteiro, a arte de trabalhar a madeira;
Ante a pausa do professor, o aluno José Guedes
perguntou:
-Professor; e o embriagado também ensina?
Como não? – respondeu o Instrutor.
Que é que um bêbado ensina? – insistiu o aprendiz.
E o professor idoso e experiente concluiu:
-Um alcoólatra ensina o que devemos evitar.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
INICIATIVA
Emmanuel
Sempre que puderes, faze por ti mesmo o que tens a fazer.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
HUMILDADE E ELEVAÇÃO
Emmanuel
A vaidade enlouquece.
A revolta dificulta.
A dor regenera.
A facilidade perturba.
O trabalho educa.
A humildade eleva sempre.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
MORDOMIAS
Emmanuel
-Estamos construindo um mundo novo – disse Cláudio ao
jovem advogado que aderia ao trabalho do grupo, e sem criticar os
costumes de vários Países, desejaria conhecer o pensamento de Cristo
sobre mordomias. Não me lembro de nenhuma passagem do Novo
Testamento que nos conduza às idéias e opiniões do Divino Mestre,
nesse sentido...
Um professor dos que se achavam presentes tomou a
palavra e informou:
-Jesus era contrário a semelhante sistema de privilégios
inaceitáveis.
-Em que tópico será possível encontrar as conclusões que
o senhor terá chegado? Falou o rapaz...
O educador buscou um exemplar do Novo Testamento e
em voz alta narrou a expressiva história de um homem avaro entre os
capítulos 19 a 21 do Evangelho do Apóstolo São Lucas:
-E Jesus disse-lhes a seguir esta parábola: “Havia um rico
homem. Suas terras haviam produzido extraordinariamente e que se
entretinha a pensar consigo mesmo, assim: Que hei de fazer, pois já não
tenho lugar onde possa colocar tudo, o que vou colher? Aqui está, disse,
o que farei: demolir os meus celeiros e construir outros maiores, onde
depositarei a minha colheita e todos os meus bens. E direi à própria
alma: Tens de reserva muitos bens para longos anos! Repousa, come,
bebe e goza. Mas Deus, ao mesmo tempo, disse ao homem: Que
insensato és!...Esta noite mesmo, tomar-te-ão a alma; para que servirá
então o que acumulaste?”.
E o professor rematou:
-Nessa parábola simples, Jesus ensina o que pensava
acerca de mordomias. O homem era rico, foi surpreendido pela produção
abundante das suas próprias terras. Tão grande se lhe fizeram as
facilidades que se propôs a levantar celeiros mais amplos, nos quais
pudesse ajuntar a enorme colheita e todos os bens que possuía. Ele que
já se achava provido do necessário, queria entesourar o supérfluo? Não
encontramos aí as ilações do Mestre, com respeito às mordomias dos
tempos modernos?
O jovem rapaz que acompanhava a leitura com grande
respeito e atenção se manteve, então, em profundo silêncio.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
NATURALIDADE
Emmanuel
Um homem francamente despreparado para o alto cargo
com que fora agraciado pela governança de certo país; foi alvo de
reclamações justas da parte de quantos havia sido preterido, em seus
próprios direitos, e quando o movimento de revolta se fez mais intenso,
um dos interessados foi a um Sábio e expôs a ele o que acontecia,
pedindo-lhe orientação.
O Sábio escutou a argumentação do consulente e
acentuou:
-Amigo, não te aflijas e volta ao teu trabalho. Se o
agraciado subiu à elevada posição que está ocupando, por efeito de
bajulação e por desejo de parecer maior do que os outros; em breve, ele
cairá por si mesmo.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
NECESSIDADE PARA O BEM
Emmanuel
A treva noturna é necessária para que se veja, mesmo de
longe, o império das estrelas.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
O FUNILEIRO
Emmanuel
Gaudencia era um homem robusto que, desde a primeira
juventude, procurava aprimorar a si mesmo, através dos estudos,
entretanto, a escola se fizera inacessível aos seus recursos.
Sequioso de trabalho bateu às portas de um funileiro amigo.
Admirava-lhe a assiduidade no trabalho. Recolheu-lhe os
ensinamentos e adotou-lhe a profissão.
Gaudencia organizou a própria oficina, na própria casa de
moradia, alugando a casa modesta em que passou a residir com a
própria família, na periferia de grande cidade, na qual para logo
conquistou excelente clientela.
Entretanto, um obstáculo apareceu.
A vizinhança não se conformava com as batidas do funileiro,
sobre chapas de ferro e peças de funilaria.
Às seis horas da manhã de cada dia, começava a barulhada.
Gaudencia empunhava o martelo e moldava, com mestria, peças
de utilidade doméstica ou consertava-as com habilidade e bom gosto.
Os vizinhos, principalmente dois deles, reclamavam
constantemente, Como agüentar aquela festa de pancadas, todas a
manhãs? Não seria conveniente chamar o funileiro e pedir-lhe o controle
das horas, para aquelas exibições de batidas? Aquele trecho de rua
possuía doentes numerosos, incluindo crianças vítimas de insônia e
nervosismo. Não seria compreensível recorrer à proteção policial?
A situação prosseguia quando o sistema hidráulico das residências
dos amigos a que nos reportamos apresentou desequilíbrio que
requisitava a competência de um encanador habilitado a sana-lo.
Canos de água se desgovernavam e os esgotos estavam longe de
cumprir a própria função.
Lembraram Gaudencia.
Não era ele o profissional indicado ao reajuste preciso?
O conhecido funileiro aceitou a incumbência e por seis dias de
trabalho caprichoso, recompôs a rede de águas, amparando-lhe os
processos de ação.
No dia em que os dois amigos lhe pediram o preço dos serviços
com as horas extras que despendera espontaneamente, Gaudencia lhes
respondeu:
-Não pensem nisso,. Prometi a Deus que todo o meu trabalho
seria gratuito para os amigos, especialmente para os necessitados.
Ambos os amigos se entreolharam boquiabertos já que o trabalho
realizado valia verdadeira fortuna e, desde aquele dia, Gaudencia
ganhou dois amigos que lhe ampararam toda a vida.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
O INSTITUTO E A INTELIGÊNCIA
Emmanuel
A controvérsia prosseguia...
Alfredo e Pirilo, dois amigos dedicados ao estudo da filosofia,
permaneciam, horas inteiras, dialogando sobre a função da alma
humana.
Qual teria sido a primeira força a desdobrar-se na criatura recémcriada
pela Sabedoria Divina? A inteligência ou o instinto?
Alfredo admitia que a inteligência teria tido a prioridade, enquanto
Pirilo acreditava que o instinto teria sido o começo das tarefas evolutivas
da alma humana.
O primeiro exaltava os méritos da razão, filha da inteligência, e o
segundo se reportava ao instinto como sendo o agente da natureza que
operava lentamente, preparando o caminho para o discernimento e,
muitas vezes, Pirilo justificava o seu ponto de vista, acentuando:
-Do instinto para a inteligência, a estrada é longa a percorrer. De
forma em forma ou de experiência em experiência, o instinto vai
despindo a própria inferioridade, ou perdendo os impulsos selvagens, até
conquistar a inteligência que o conduzirá ao discernimento e à razão. Por
isso é que devemos usar de muita tolerância e paciência, de uns para
com os outros, porque muitos irmãos se fazem delinqüentes por excesso
de agressividade, pelo estado de evolução deficitária em que se
encontram.
Alfredo ouvia, esboçando gestos de incredulidade, até que, um
dia, propôs ao amigo:
-Façamos uma experiência em que provarei a você que a
educação cultivada pela inteligência dispensa todas as afirmativas que
colocam o instinto na base do processo evolutivo. Demonstrarei que
basta educar a inteligência e todo o primitivismo do instinto
desaparecerá.
E continuou:
-Compraremos junto um gato comum, em cuja impulsividade o
instinto esteja reinando... O gato ficará comigo em minha casa e me
disponho a educa-lo esmeradamente. Daqui a um ano; convidarei você
para almoçarmos juntos e o animal se portará com as características de
um menino carinhosamente preparado para a vida social.
Concordaram ambos com o empreendimento e Alfredo levou o
felino para sua própria residência.
Decorrido um ano, Alfredo solicitava a presença de Pirilo para o
almoço do dia seguinte e comunicou:
-Você verá o prodígio da educação. O gato assimilou todos os
meus ensinos. Tem os hábitos de um rapaz de certo nível intelectual.
Pirilo aceitou o convite com satisfação e na hora aprazada pela
manhã do dia imediato, ei-lo com Alfredo na sala de estar. O dono da
casa trouxe o gato ao exame do amigo. O visitante ficou encantando. O
felino obedecia a todas as ordens do dono. Sentava-se, erguia-se sobre
as patas dianteiras e retornava à posição certa, atendendo ao pedido do
educador. Ao almoço alimentava-se em um prato especial, levando a
comida à boca com a patinha direita.
Terminada a refeição, disse Alfredo, entusiasmado:
-Você viu, Pirilo, a superioridade da inteligência educada sobre o
instinto?
-Estou vendo – respondeu o amigo.
Foi o momento em que Pirilo voltou à palavra e pediu ao
companheiro que fechasse as portas do aposento em que se achavam e
pediu licença para ver até que ponto chegaria o experimento do bichano.
Alfredo apoiou a solicitação, e Pirilo, enfiando a mão direita num
dos bolsos do paletó, dali tirou uma caixinha da qual escapou um rato
pequeno que saltou para a mesa, saltitando e correndo qual se estivesse
sedento de liberdade. Bastou isso e o gato pulou apressado, perseguindo
o rato e quebrando todas as peças em que o almoço fora servido, até
que pegou o animalzinho e pôs-se a devora-lo à vista dos amigos
espantados.
Foi quando Pirilo dirigiu-se a Alfredo, perguntando:
-Você vê, Alfredo, o poder do instinto que antecede a inteligência
e a educação?
Alfredo sorriu com desapontamento, mas não disse palavra.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
PAZ
Emmanuel
Quem diz “paz em nome de Cristo”, nem sempre observa
que a paz, na maioria das vezes, nasce de perigosas situações.
Pensemos em Jesus nas últimas horas do convívio com as
criaturas humanas. Preso na véspera do Supremo Sacrifício trazia
o espírito preocupado ante a deserção dos discípulos; é conduzido
ao cárcere onde sofre agressões e vexames; passa a noite
injuriado e açoitado pelos agentes do Sinédrio; é vestido pelos
próprios verdugos, de modo a que a multidão não lhe veja as
feridas que eles próprios lhe abriram no transcurso da noite; é
duramente humilhado na cada de Ãntipas; volta ao julgamento e
Pilatos, perante o público que o cobria de impropérios, coloca-o
inferior a Barrabás, o criminoso; é obrigado a carregar a cruz do
suplício e, quase cambaleando, ao peso do lenho, após depô0lo
no chão, foi nele cruelmente crucificado.
Esse mesmo Cristo é que volta das sombras do túmulo e
fala aos amigos envergonhados:
- “A minha paz vos dou...”.
-o-
Quem estiver esperando a paz e especialmente a paz de
Cristo, recorde o preço da paz obtida por ele, o Divino Mestre e
Senhor, e acabará reconhecendo que a paz, muitas vezes, vem
até nós, mas através das mais dolorosas e difíceis situações.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
PACIÊNCIA E PRODÍGIO
Emmanuel
O Homem perguntou ao Trabalho:
-Qual o elemento mais resistente que encontraste, observando a
Natureza?
-A pedra, respondeu o Trabalho.
A água que corria brandamente em derredor; escutou o que se
dizia e, em silêncio, descobriu um meio de pingar sobre a pedra e, com
algum tempo, abriu-lhe grande brecha, através da qual a água passava
de um lado para outro.
O Homem anotou o acontecido e indagou da água sobre o
instrumento que ela usara para realizar aquele prodígio.
A água humilde respondeu simplesmente:
-Foi a Paciência.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
PERMANÊNCIA IMPERECÍVEL
Emmanuel
O desejo na vida pode desaparecer na morte do corpo,
mas, o amor que é luz na alma permanece, além do corpo, na união
imperecível.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
PRECE
Emmanuel
Senhor, ensina-nos:
A orar sem esquecer o trabalho;
A dar sem olhar a quem;
A servir sem perguntar até quando;
A sofrer sem magoar seja a quem for;
A progredir sem perder a simplicidade;
A semear o bem sem pensar nos resultados;
A desculpar sem condições;
A marchar para frente sem contar os obstáculos;
A ver sem malícia;
A escutar sem corromper os assuntos;
A falar sem ferir;
A compreender o próximo sem exigir entendimento;
A respeitar os semelhantes, sem reclamar consideração;
A dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever, sem
cobrar taxas de reconhecimento.
Senhor, fortalece em nós a paciência para com as dificuldades dos
outros, assim como precisamos da paciência dos outros para com as
nossas dificuldades;
Auxilia-nos, sobretudo, a reconhecer que a nossa felicidade mais
alta será invariavelmente, aquela de cumpri-Te os desígnios onde e
como queiras, hoje, agora e sempre.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
RENOVAÇÃO
Emmanuel
Renova sempre, mas, renova para o bem.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
SABEDORIA
Emmanuel
Os historiadores contam que Tibério quando induzido por seus
próprios assessores a aumentar a carga dos impostos para benefício do
Império, terá respondido: - sou grato ao vosso conselho, no entanto, de
minha parte devo considerar que um pastor consciente e sábio
naturalmente tosquia ovelhas, mas, nas as degola.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
SILÊNCIO
Emmanuel
Se plantares no coração a árvore do silêncio, notarás em breve
que de todas as frondes surgirão em teu próprio benefício os frutos
nutrientes da paz.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
SIMPLICIDADE E GRATIDÃO
Emmanuel
Um pai muito rico, ao morrer, deixou imensa fortuna para quatro
filhos que, para logo, se engalfinharam em rixas e discussões, chegando
mesmo ao homicídio.
Pouco tempo depois veio a falecer um pai pobre que se esmerava
em educar igualmente os quatro filhos que lhe sobreviveram à
desencarnação, deixando a cada um laboriosa vida de trabalho e
simplicidade. Os rapazes choraram a perda do pai dedicado, por muitas
semanas, reuniram-se em oração e rogaram a Deus a bênção do amor e
da paz em favor daquele que lhes fora o maior amigo.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
SOLIDARIEDADE
Emmanuel
Se já dominas a ti mesmo, ampara aqueles que ainda não
conseguem evitar a própria irritação.
Se te sentes com saúde, socorre o doente.
Se estás forte, auxilia aos mais fracos.
Se tens algum dinheiro, faze a doação de alguma parcela ao
necessitado que espera a bênção de um pão.
Solidariedade é lei da vida.
Hoje consegues apoiar alguns, amanhã, talvez precisarás do
apoio de todos.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
UM DIA
Emmanuel
Um dia, verás a ti mesmo em plano diferente.
Parecer-te-á, então, haver acordado de um sono profundo
e, por isso mesmo, tudo te surpreenderá. Amigos que não vias,
há muito tempo, se aproximarão de ti, estendendo-te as mãos.
Perguntarás a vários deles: onde estavas que não mais te
encontrei? Por que te distanciaste de mim? Todos te abraçarão,
com a alegria a lhes fulgurar nos olhos, Fitarás as árvores
carinhosamente podadas, formando corações que palpitarão de
vida, plantas outras, mostrando as frondes entrelaçadas,
lembrando mãos que se tocam afetuosamente. Respirarás
profundamente, reconhecendo, assim, as qualidades nutrientes
do no ambiente em que te virás...
Naquela festa de almas, porém, um homem de olhar
manso desce de um torreão brilhante e caminha na direção dele.
Em vão, o recém-chegado tenta retirar dele os olhos
magnetizados pelo amor que o desconhecido irradia. Ele caminha
serenamente a fixa-lo com bondade, com a familiaridade de quem
o conhecia.
- “Ah! – pensou o recém-vindo decerto que este amigo me
conhece, de longo tempo”.
A custo, venceu a própria indecisão, e indagou do
companheiro mais próximo:
- “Quem é este homem que está chegando até nós”?.
- “É o Mensageiro da Vida”.
Não houve tempo para outras inquirições.
Efetivamente, aquela simpática e estranha personagem lhe
endereçou saudações fraternas e segurando-lhe a destra, qual se
nela conseguisse ler todas as minudências da sua vida, não lhe
perguntou pelo próprio nome, nada argüiu quanto à família a que
pertencera ou à posição que exercera... Apenas pousou nele
demoradamente os olhos azuis e perguntou-lhe:
-“Amigo, o que fizeste?”
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir
VALOR
Emmanuel
Perante Deus toda pessoa é importante.
Da Obra “A SEMENTE DE MOSTARDA” – Espírito: EMMANUEL –
Médium: FRANCISCO CÂNCIDO XAVIER
Digitado por: Lúcia Aydir