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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Doutrina-Escola-Francisco Cândido Xavier

Nota do Blog: Apesar de estar integralmente apresentado. Esse livro ainda não está totalmente formatado nesse blog, para uma leitura mais prazerosa.

CARO AMIGO:

Se você gostou deste livro e tem condições de comprá-lo, faça-o pois assim estarás ajudando a diversas instituições de caridade.
Que Jesus o abençoe.
Muita Paz

DOUTRINA – ESCOLA

AUTORES: ESPÍRITOS DIVEROS

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

AGRADECE

EMMANUEL

Sofre, sem revoltar-te

Contra a vida difícil.

Pensa na retaguarda

Em provações enormes.

Esse exibe nas ruas

Duras deformidades.

Outro apenas tateia

Nas sombras da cegueira.

Muitos morrem aos poucos

Em plena solidão.

Se tens o corpo útil,

Rende Graças a Deus.

Livro “DOUTRINA-ESCOLA” ESPIRÍTOS DIVERSOS –

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lucia Aydir.

ALIVIA

EMMANUEL

São multidões de pessoas

Sofrendo em nosso mundo.

Muitos trazem doença

Outros choram de angústia.

Todos pedem amor

E um pouco de atenção.

Nem Jesus quis fazer

O ataque franco à dor.

Só disse: “Vinde a mim

Todos vós que sofreis!...”“.

E acrescentou em paz:

“E vos aliviarei”.

Livro “DOUTRINA-ESCOLA” ESPIRÍTOS DIVERSOS –

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lucia Aydir.

BRADO DE FÉ *

FRANCISCA JÚLIA DA SILVA

Descerra dentro d’ alma a fulgida janella

Da esperança a brilhar, fervorosa e tranqüilla,

E do escuro portal da Terra que te asyla

Contempla a immensidão que de luz se constella!

Plasma teu sonho, alem da mascara de argila

Que, da infância à velhice, a illusão te afivela...

Na miséria ou na glória, a carne por mais bella

É sempre a mesma flor que o sepulcro aniquila.

Inda mesmo que a dor te espreite qual panthera,

Eleva-te e perdoa, aprimora-te e espera

Para que a vida em ti não se ensombre ou desagrade.

E hoje, collado ao chão no mundo que te opprime,

Amanhã librarás, em ascensão sublime

Qual phalena de amor ao sol da Eternidade!...

(*) – Soneto psicografado em reunião pública do Centro Espírita Luiz Gonzaga, na cidade de Pedro Leopoldo, MG, a 19/7/1955, em ortografia antiga, isto é, da época em que viveu no plano terreno Francisca Júlia da Silva (1874-1920), considerada a maior poetisa parnasiana.

Livro “DOUTRINA-ESCOLA” ESPIRÍTOS DIVERSOS –

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lucia Aydir.

CELEBRANDO O CENTENÁRIO

IRMÃO X

O Primeiro Centenário da Codificação do Espiritismo revestiu-se de enorme importância, não apenas no círculo dos companheiros encarnados, mas também nas Esferas Espirituais, vizinhas da Humanidade.

Inquestionavelmente, os núcleos de vida mais nobre, postos avançados do Espírito humano para a Vida Superior, já guardavam consigo, em soberana exaltação de beleza, os princípios trazidos ao mundo por intermédio de Allan Kardec, mas, no imenso vale das criaturas torturadas, a se erguerem da sombra para a luz, a Doutrina Espírita representou preciosa contribuição no trabalho iluminativo da alma, aplainando dificuldades, auxiliando consciências e clareando caminhos.

Desde o eclipse do Evangelho no culto exterior, anuviou-se o roteiro da morte na marcha da Civilização.

Longo tempo gastava a mente desencarnada para desvencilhar-se dos escuros liames que lhe escravizavam a vida.

As garras medievais senhoreavam largos continentes do Espírito.

Milhões de criaturas transportavam para névoa do túmulo apenas imaginárias concepções do figurino religioso. Quando devotadas à fé, acreditava-se no paraíso estanque da contemplação sem limites, em perigosa consagração à ociosidade e, se atormentadas por remorsos e inquietações, faziam-se presa fácil de gênios perversos, demorando-se indefinidamente no inferno de impressões culposas que lhes esbraseava o próprio seio.

Que o auxílio celeste chegava sempre, não havia dúvida,. Mas vinha, como era justo, de fora para dentro, subordinado a percalços de toda sorte, porque a própria mente interessada no auxilio de cima congelava em si mesma os impulsos de evolução, admitindo-se catalogada em sentença definitiva.

Com naturais exceções, vastas fileiras de desencarnados voltavam do sepulcro para o berço, cristalizado na ilusão, depois de longo itinerário na amargura e na incerteza, sem qualquer proveito na experiência além-túmulo, porque o fanatismo é tirânico interventor no reino mental, gerando superstições e fantasmas que se nutrem do pensamento das próprias vítimas.

Com a luz do Espiritismo, porém, vigoroso clarão varre o domínio das trevas.

Sublimes revelações banham as praias do sem-fim...

O homem retorna o Cristianismo libertador.

Jesus é lembrado não mais à feição de mago invulgar, salvando as criaturas ou condenando-as com poderoso ditador terrestre, preocupado com o incenso da adulação, mas sim como o Mestre Divino, ensinando a cada um de nós a carregar a própria cruz, servindo ao bem para merece-lo, segundo a reta justiça.

Valendo-se da cooperação de amigos do plano físico que desalgemam as idéias dos antigos cárceres de intolerância, os servidores do bem, na esfera espiritual, encontram cabeças de ponte para a administração de socorro a compactas multidões de filhos do infortúnio que circunvagam, sem a veste do corpo, no nevoeiro da loucura e da desesperação.

Abrem-se túneis de generosa luz na noite de ignorância.

Homens desencarnados, vibrando em novas aspirações de trabalho, quais nós mesmos, encontram recursos de colaborar na extinção dos resultados infelizes da lavoura de enganos a que se acolheram. E movimentos de progresso e renovação surgem nas regiões inferiores purificadas emoções e lenindo anseios, estendendo o consolo e edificando a esperança.

Velhas bastilhas religiosas caem na Terra e nos círculos de evolução que lhes dizem respeito, e no Planeta amanhece um novo dia, reaparecendo o vulto excelso de Jesus, à frente da Humanidade, comandando-lhe a jornada regeneradora no rumo da ascensão.

É por isso que, ante o sol do Primeiro Centenário d’ O Livro dos Espíritos, cujas sínteses fulgurantes constituem o marco da grande transformação; comovidos e reverentes, associamo-nos aos companheiros de luta terrestre no coro de agradecimentos ao Céu pela bênção do Espiritismo, reiterando jubilosos:

-Glória ao Cristo de Deus!

-Salve Allan Kardec!

(mensagem recebida em 1957).

Livro “DOUTRINA-ESCOLA” ESPIRÍTOS DIVERSOS –

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lucia Aydir.

DISCIPLINA

EMMANUEL

Paz no meio em que se vive?

Aceitar a disciplina.

Êxito na própria ação?

Manter-se em disciplina.

Sustentação de amigos?

Viver em disciplina.

Melhorar condições?

Trabalho e disciplina.

Tranqüilidade em casa?

Cultivar disciplina.

Vencer na própria vida?

Sempre mais disciplina.

Livro “DOUTRINA-ESCOLA” ESPIRÍTOS DIVERSOS –

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lucia Aydir.

DOUTRINA-ESCOLA

EMMANUEL

O termo “religião”, no conceito popular, exprime “culto prestado à Divindade”. A palavra “culto” significa adoração e veneração. Cabe, entretanto, esclarecer que o Espiritismo, desenvolvendo os ensinamentos do Cristianismo, é a religião natural e dinâmica da consciÊncia, interessando sentimento e raciocínio, alma e vida, autêntica doutrina-escola, destinada à construção do Mundo Melhor, com bases na renovação e no aperfeiçoamento do Espírito.

Por mostra do acerto, analisemos algumas conjunções de textos do Evangelho de Jesus e de O Livro dos Espíritos, primeiro tomo da Codificação Kardequiana:

1 – Em Novo Testamento –

Mateus, 12:50.

Em O Livro dos Espíritos –

Questão 803.

Tema: Humanidade.

Plano de estudos – Considerações em torno da igualdade de todas as criaturas, perante o Criador.

2 – Em Novo Testamento –

Marcos, 9:35.

Em O Livro dos Espíritos –

Questão 683.

Tema: Serviço

Plano de Estudos – Obrigação do trabalho, individual para o bem de todos, conforme as possibilidades de cada um.

3 – Em Novo Testamento –

Lucas, 20:25.

Em O Livro dos Espíritos –

Questão 794.

Tema: Legalidade.

Plano de estudos – Acatamento às leis estabelecidas na Terra, segundo os ditames da evolução.

4 – Em Novo Testamento –

João, 3:3.

Em O Livro dos Espíritos –

Questão 171.

Tema: Reencarnação.

Plano de estudos – As vidas sucessivas, definindo oportunidades de progresso e elevação para todos os seres, diante da Justiça Divina.

5 – Em Novo Testamento –

Atos, 2:44.

Em O Livro dos espíritos –

Questão 930.

Tema: Solidariedade.

Plano de estudos – Imperativo do amparo recíproco na vida social.

6 – Em Novo Testamento –

Lucas, 12:15.

Em O Livro dos Espíritos –

Questão 833.

Tema: Propriedade.

Plano de estudos – Legitimidade dos bens particulares, que devem ser usufruídos sem os abusos do egoísmo e da avareza.

7 – Em Novo Testamento –

Lucas, 24:36.

Em O Livro dos espíritos –

Questão 525.

Tema: Comunicação dos Espíritos.

Plano de estudos – Intercâmbio constante entre os espíritos encarnados e desencarnados.

8 – Em Novo Testamento –

João, 15:12.

Em O Livro dos Espíritos –

Questão 886.

Tema: Caridade.

Plano de estudos – Impositivo da fraternidade, em todos os campos da inteligência.

Fácil verificar que o culto espírita não inclui qualquer nota de expectativa inoperante nos preceitos em que se define. Colocando-nos, pois, à frente da Religião do Amor e da Sabedoria, chamada a inscrever as Leis Divinas no âmago de nós mesmos, assimilemos as lições do Evangelho e da Codificação Kardequiana, para que se nos clareie o caminho e se nos consolide a responsabilidade de viver e de agir, na edificação de nossos próprios destinos.

Para isso, saibamos refletir e servir, raciocinar e estudar.

Livro “DOUTRINA-ESCOLA” ESPIRÍTOS DIVERSOS –

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lucia Aydir.

EMBALAGEM VERBAL

EMMANUEL

Nota com que revestes

O que escreves ou falas.

Aspereza no verbo

Cria mais aspereza.

Sarcasmo na palavra

Gera obscenidade.

Muita gente adoece

Da emoção maltratada.

Nem doçura demais,

Nem crônico azedume.

O conselho só vale

Na embalagem que mostra.

Livro “DOUTRINA-ESCOLA” ESPIRÍTOS DIVERSOS –

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lucia Aydir.

ESPERANTO

CRUZ E SOUZA

Mensageiro Divino da Verdade,

O Esperanto abre as portas do futuro,

Apagando o passado horrendo e obscuro

Da treva e dissensões da Humanidade.

É a linguagem do bem que ama e persuade

-Vasto porto de paz, calmo e seguro,

onde se acolhe a nau sem palinuro

do velho sonho da Fraternidade.

Esperanto! – Mensagem soberana

Para a Babel da iniqüidade humana,

Que recorda os horrores da caverna!

Dá novo brilho à luz do pensamento,

A caminho do grande entendimento

No campo augusto da Unidade Eterna!

Livro “DOUTRINA-ESCOLA” ESPIRÍTOS DIVERSOS –

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lucia Aydir.

ESPIRITISMO E ESTUDO (III)

EMMANUEL

O Espiritismo não pode ser, assim, uma doutrina estanque nas manifestações exteriores. Nem costumes automáticos, nem atitudes enquistadas por votos de confiança.

*

As assembléias em que exprime, quais aquelas dos cristãos primitivos, devem ser reuniões de intercâmbio cultura, em que as letras consoladoras e educativas interpretadas pela inteligência madura, se constituam substância nutriente das almas. Em seu clima de liberdade santificante, todos os temas da vida podem passar pelo crivo da razão, enriquecendo o discernimento.

*

Banida pela imposição da lógica, a absurdidade dogmática cede lugar à experimentação digna em que a ciência guinada à responsabilidade da consciência, aclara a convicção, ensinando-a, não apenas a ouvir e ver, mas também a compreender e servir.

*

Eis porque um templo espírita não se resume à função do hospital para as criaturas enfermiças e torturadas, mas é, sobretudo, uma escola aberta aos interesses supremos do ser e do destino, em que todas as atividades, quando corretamente dirigidas, são aprendizados de caráter sublime, desde a simples manifestação dos desencarnados em desajuste, até a preleção dos grandes mensageiros da Esfera Superior.

*

Do excelso Mentor que balsamizava dores físicas e curava chagas do corpo ouvimos, certa feita, a promessa preciosa: - “Conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres”.

*

E todos sabemos que é preciso conhecer para renovar e renovar para progredir.

Mais que os outros sistemas de fé, o Espiritismo reconhece a necessidade do combate pacífico à praga da ignorância...Da ignorância que nos espia no lar por egoísmo doméstico, que nos surpreende na rua, em forma de crueldade, que nos estarrece na paisagem social, em forma de delinquência, que asfixia as nações por venenoso orgulho de raça...

*

Restaurando o paralítico, disse-lhe Jesus: - “Levanta-te e anda” e, despedindo a mulher sofredora, aconselhou, persuasório: - “Vais e não erres mais. “Isso equivale dizer: - “Ergue-te e caminha adiante”, “segue e aprende a viver”.

*

No desdobramento de nossa tarefa doutrinária, não nos compete, pois, esquecer que se a obra espírita é apoio à solução das lutas pendentes no campo físico, é também amparo definitivo às inquietações do campo espiritual, sedento de amor e luz.

Livro “DOUTRINA-ESCOLA” ESPIRÍTOS DIVERSOS –

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lucia Aydir.

ESTUDO COMO DEVER (II)

EMMANUEL

Compreendamos, assim, nas instituições do Espiritismo, que restauram o Evangelho para a atualidade, o culto do estudo edificante como simples dever.

Todos detemos conosco graves lições.

O estilete da angústia na própria alma...

A expiação em família...

A moléstia humilhante...

A inibição aflitiva...

A inadaptação social...

A trama da obsessão...

A esperança frustrada...

*

Buscar sistematicamente o alívio de uma hora, sem penetrar a essência da dor, é o mesmo que adquirir panacéias de ilusão e adotar a irresponsabilidade como norma de vida.

*

Por isso mesmo, é indispensável sacudir o marasmo do conformismo nos recessos do próprio ser, ficando a observação em linhas renovadoras da emotividade e do pensamento para que se elevem nossas percepções e concepções, no rumo do progresso.

*

Para isso, é imprescindível que o estudo nos favoreça, porquanto a existência é passo da evolução em que o conhecimento é pão do Espírito, quanto o pão material é sustento do corpo.

*

Estudo sem ostentação de saber.

Estudo sem paranóia intelectual.

Estudo para trabalho incessante.

Estudo com hábito nobre nos domínios da cooperação e do entendimento.

Livro “DOUTRINA-ESCOLA” ESPIRÍTOS DIVERSOS –

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lucia Aydir.

JESUS E ESTUDO (I)

EMMANUEL

Realmente Jesus começou o Apostolado Divino, junto à festa de Cana, exaltando os júbilos da família; contudo, é importante verificar que o seu primeiro contato com a vida pública se realizou quando ainda era criança, com os sábios do Templo em Jerusalém.

*

Registrando o acontecimento, diz Lucas que o menino foi encontrado “entre os doutores, ouvindo-os e interrogando-os”.

Decerto, mostrava o Senhor, desde cedo, acendrado amor pelas criaturas.

Na intimidade do lar, em Nazaré, muita vez teria conduzido ao carinho maternal esse ou aquele faminto da estrada, ou um ou outro animal doente...

Fixava o céu noturno, convidando José da Galiléia à oração ante o altar das estrelas e nesse ou naquele passeio, através das montanhas convidava os pequeninos companheiros, à contemplação das flores, em êxtase infantil.

*

Entretanto, por força dos Desígnios Superiores que lhe orientavam a Divina Missão no mundo, o Evangelho lhe destaca, da meninice, apenas o encontro cm os professores do santuário, como a endereçar ao porvir a sua preocupação de aperfeiçoamento.

*

É que o Mestre Divino não veio à Terra apenas religar ossos quebrados ou reavivar corpo doentes, mas acima de tudo, descerrar horizontes libertadores à sublime visão da alma, banindo o cativeiro da superstição e do fanatismo.

*

Em meio ao coro de hosanas que fazia levantar da turba de enfermos e paralíticos, efetuava pregação do Reino de Deus que, no fundo, era sempre aula de profunda sabedoria, despertando a mente popular para a imortalidade e para a justiça.

*

Fosse no topo do monte, ao pé da multidão desorientada ou no recinto das sinagogas onde lia os Escritos Sagrados para ouvintes atentos, fosse na casa de Pedro, alinhando anotações da Boa Nova, ou na barca dos pescadores que convertia em cátedra luminosa na universidade da Natureza, foi sempre o Mestre, leal ao ministério do ensino, erguendo consciências e levantando corações, não somente no socorro às necessidades de superfície, mas na solução integral dos problemas da Vida Eterna.

Livro “DOUTRINA-ESCOLA” ESPIRÍTOS DIVERSOS –

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lucia Aydir.

LA EVANGELIO LAÜ SPIRITISMO (*)

CRUZ E SOUZA

Torna a beleza do Evangelho Santo

A Renovar-se para o mundo inteiro,

Santificante e lúcido roteiro

À claridade excelsa do Esperanto.

É a mensagem dos filhos do Cruzeiro

Ao mundo que transborda angústia e espanto,

Estandarte sublime, sacrossanto,

De verdades eternas mensageiro.

Simples, nobre, feliz, vasta e divina,

Eis que a Língua dos Povos descortina

O Código da Vida, claro e puro!

Salve Brasil da Paz, augusto e grande,

De onde o Esperanto em luz se eleva e expande

Para a glória terrestre do futuro!

(*) O médium tinha em mãos o volume da edição em Esperanto de O Evangelho Segundo o Espiritismo e meditava sobre a significação do grande livro em língua mundial, quando se lhe apresentou o Poeta, falando-lhe da elevação desse trabalho e a seguir lhe deu o soneto que aqui apresentamos. (Nota de Reformador).

(Recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier, em 28/11/47, dias após o lançamento da edição em Esperanto do livro O Evangelho Segundo Espiritismo, de Allan Kardec, e publicado na revista Reformador, Rio, RJ, dezembro/1947).

Livro “DOUTRINA-ESCOLA” ESPIRÍTOS DIVERSOS –

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lucia Aydir.

LEMBRANDO

ALLAN KARDEC

IRMÃO X

Depois de se dirigir aos numerosos missionários da Ciência e da Filosofia, destinados à renovação do pensamento do mundo no século XIX; o Mestre aproximou-se do abnegado João Huss e falou, generosamente:

-Não serás portador de invenções novas, não te deterás no problema de comodidade material à civilização, nem receberás a mordomia do dinheiro ou da autoridade temporal, mas deponho-te nas mãos a tarefa sublime de levantar corações e consciências.

A assembléia de orientadores das atividades terrestres estava comovida. E ao passo que o antigo campeão da verdade e do bem se sentia alarmado de santas comoções, Jesus continuava.

-Preparam-se os círculos da vida planetária a grandes transformações nos domínios do pensamento. Imenso número de trabalhadores no mundo, desprezando o sentido evolucionário da vida, crê na revolução e nos seus princípios destruidores, organizando-lhe movimentos homicidas. Em breve, não obstante nossa assistência desvelada, que neutralizará os desastres maiores, a miséria e o morticínio se levantarão no seio de coletividades invigilantes. A tirania campeará na Terra, em nome da liberdade, cabeças rolarão nas praças públicas em nome da paz, como se o direito e a independência fossem frutos da opressão e da morte. Alguns condutores do pensamento, desvairados de personalismo destruidor, convertem a época de transição do orbe em turbilhão revolucionário, envenenando o espírito dos povos. O sacerdócio organizado em bases econômicas não pode impedir catástrofe. A Filosofia e a Ciência intoxicaram as próprias fontes de ação e conhecimento!...

É indispensável estabelecer providências que amparem a fé, preservando os tesouros religiosos da criatura. Confiante a sublime tarefa de reacender as lâmpadas da esperança no coração da humanidade.

O Evangelho do Amor permanece eclipsado no jogo de ambições desmedidas dos homens viciosos!... Vai, meu amigo. Abrirás novos caminhos à sagrada aspiração das almas, descerrando a pesada cortina de sombras que vem absorvendo a mente humana. Na restauração da verdade, no entanto, não esperes os louros do mundo, nem a compreensão de teus contemporâneos.

Meus enviados não nascem na Terra para serem servidos, mas por atenderem às necessidades das criaturas. Não recebem palmas e homenagens, facilidades e vantagens terrestres, contudo, minha paz os fortalece e levanta-os, cada dia... Muitas vezes, não conhecem senão a dificuldade, o obstáculo, o infortúnio, e não encontram outro refúgio além do deserto. É preciso, porém, erigir o santuário da fé e caminhar sem repouso, apesar de perseguições, perdidas, cruzes e lágrimas!...

Ante a emoção dos trabalhadores do progresso cultural do orbe terrestre, o abnegado João Huss recebeu, a elevada missão que lhe era conferida, revelando a nobreza do servo fiel, entre júbilos de reconhecimento.

Daí a algum tempo, no albor do século XIX, nascia Allan Kardec em Lyon, por trazer a divina mensagem.

Espírito devotado, jamais olvidou o compromisso sublime. Não encontrou escolas de preparação espiritual, mas nunca menosprezou o manancial de recursos que trazia em si mesmo. E, como se quisera demonstrar que as fontes do profetismo devem manar de todas as regiões da vida para sustentáculo e iluminação do espírito eterno, embora no quadro dos grandes homens do pensamento, estimou desferir os primeiros vôos de sua missão divina na zona comum onde permanece a generalidade das criaturas. Consoante a previsão do Cristo, a Revolução Francesa preparara com sangue o império das guerras napoleônicas.

Enquanto os operários da cultura moderna lançavam novas bases ao edifício do progresso mundial, o grande missionário, sem qualquer preocupação de recompensa ou exibicionismo, dá cumprimento à tarefa sublime. E foi assim que o século XIX, que recebeu a navegação a vapor, a locomotiva, a eletrotipia, o telégrafo, o telefone, a fotografia, o cabo submarino, a anestesia, a turbina a vapor, o fonógrafo, a máquina de escrever, a luz elétrica, o sismógrafo, a linotipo, o radium, o cinematógrafo e o automóvel, tornou-se receptor da Divina Luz da revivescência do Evangelho.

O discípulo dedicado rasgou os horizontes estreitos do ceticismo e o plano invisível encontrou novo canal a fim de projetar-se no mundo, atenuando-lhe as sombras densas e renovando as bases da fé.

Alguns dos companheiros de luta espiritual, embora em seguida às hostilidades do meio, recebiam aplausos do mundo e proteção de governos prestigiosos, mas emissário de Jesus, no deserto das grandes cidades, trabalhava em silÊncio, suportando calúnias e zombarias, vencendo dificuldades e incompreensões.

Ao fim da laboriosa tarefa, o trabalhador fiel triunfara.

Em breve, a doutrina consoladora dos Espíritos iluminava corações e consciências, nos mais diversos pontos do globo.

É que Allan Kardec, se viera dos círculos mais elevados dos processos educativos do mundo, não esquecera a necessidade de sabedoria espiritual. Discípulo eminente de professores consagrados, como Pestalozzi, não esqueceu a ascendência do Cristo. Trabalhador no serviço da redenção, compreendeu que não viera à Terra por atender a caprichos individuais e sim aos poderes superiores da vida.

Sua exemplificação é um programa e um símbolo. Conquistando a auréola dos missionários vitoriosos, não se incorporou à galeria dos grandes do mundo, por que apenas indicasse o caminho salvador à humanidade terrestre.

Allan Kardec não somente pregou a doutrina consoladora; viveu-ª Não foi um simples codificador de princípios, mas um fiel servidor de Jesus e dos homens.

(Mensagem recebida em 22.9.42. Lida aos 3.10.1942, durante a 3a. Concentração Espírita de São Paulo, no Ginásio do Pacaembu).

Livro “DOUTRINA-ESCOLA” ESPIRÍTOS DIVERSOS –

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lucia Aydir.

NA TRILHA DE

ALLAN KARDEC

ANDRÉ LUIZ

Estudando a vida espiritual, além do túmulo, Allan Kardec, o eminente Codificador da Nova Revelação, apresente em O Livro dos Espíritos algumas definições que será oportuno examinar, a fim de que nós outros, tarefeiros encarnados e desencarnados do Espiritismo, estejamos vigilantes nas responsabilidades que o Plano Superior nos conferiu.

*

Na pergunta 226, indaga o apóstolo da Codificação:

- “Poder-se-á dizer que são errantes todos os Espíritos que não estão encarnados?”.

E os seus elevados mentores responderam:

- “Sim, com relação aos que devam reencarnar. Não são errantes, porém, os Espíritos puros, os que chegaram à perfeição. Esses se encontram em seu estado definitivo”.

Segundo é fácil deduzir, “Espíritos errantes, na elucidação, não significa Espíritos vagabundos, desocupados, inertes, mas sim sem residência fixa, qual ocorre com todos nós, de vez que, de conformidade com a palavra dos instrutores de Allan Kardec, somente não são considerados” errantes “aqueles” que chegaram à perfeição”, da qual, todos nós, a generalidade das criaturas terrestres, ainda nos achamos imensamente distantes.

*

Na pergunta 227, inquire o grande servidor da verdade:

- “De que modo se instruem os Espíritos errantes? Certos não o fazem do mesmo modo que vós outros?”.

E o esclarecimento veio, preciso:

- “Estudam e procuram meios de elevar-se. Vêem, observam o que ocorre nos lugares aonde vão; ouvem os discursos dos homens doutos e os conselhos dos Espíritos mais elevados e tudo isso lhes incute idéias que antes não tinham”.

A resposta é segura. Os “Espíritos errantes”, isto é, nós outros, os viajores em demanda da perfeição suprema, inclusive a maioria das almas reencarnadas, que permanecem na curta romagem do berço ao túmulo e que ainda voltarão muitas vezes ao educandário da carne, encontramos oportunidades de estudo e meios de elevação.

Ora, quem diz, “estudo e elevação”, refere-se a esforço e trabalho, disciplina e progresso.

Assim é que tanto na experiência física quanto na experiência espiritual , propriamente considerada, nós, os viajores da senda evolutiva, não nos achamos órfãos da organização que nos define os méritos e os deméritos.

Compreender-se-á, então, logicamente, que civilização e autoridade, agrupamento e ordem, escola e dignificação, hospital e penitenciária, embora diferenciados na expressão, escalonam-se e vigem para nós, os milhões de encarnados e desencarnados que vivem ainda tão longe do acrisolamento absoluto.

Na pergunta 229, interroga o Codificador:

- “Por que, deixando a Terra, não deixam aí os Espíritos todas as más paixões, uma vez que lhes reconhecem os inconvenientes?”

E os orientadores aduziram:

- “Vês nesse mundo pessoas excessivamente invejosas. Imaginas que, mal o deixam, perdem esse defeito? Acompanha os que da Terra partem, sobretudo os que alimentaram paixões bem acentuadas, uma espécie de atmosfera que os envolve, conservando-lhes o que têm de mau, por não se achar o Espírito inteiramente desprendido da matéria. Só por momentos ele entrevê a verdade, que assim lhe aparece como que para mostrar-lhe o bom caminho”.

A elucidação não deixa dúvidas.

Carregamos para além do sepulcro a sombra das ações deploráveis em que nos envolvemos, por efeito das paixões que acalentamos no próprio ser.

Somos prisioneiros das imagens infelizes a que nos afeiçoamos, quando na extensão do mal aos outros e a nós mesmos, imagens essas que se imobilizam, temporariamente, em nossa vida mental, detendo-nos nas grades do remorso e do arrependimento, até que atendamos à expiação necessária.

Em tais condições, a visão das verdades divinas surge em nossa consciência, tão somente à maneira de relâmpago nas trevas que nós mesmos criamos, descerrando-nos o caminho regenerador que nos compete aceitar e seguir.

A morte física, como é racional, não nos subtrai, de improviso, dos íntimos refolhos do Espírito, as conseqüências dos erros nefastos a que nos precipitamos, de vez que os pensamentos oriundos das faltas cometidas nos entrançam a alma às imposições do resgate.

Na pergunta 230, consulta o notável missionário:

- “Na erraticidade, o Espírito progride?”.

E os Benfeitores informam:

- “Pode melhorar-se muito, tais sejam à vontade e o desejo que tenha de consegui-lo. Todavia, na existência corporal é que põe em prática as idéias que adquiriu”.

Outra vez reconhecemos os veneráveis mensageiros interessados em destacar a necessidade de serviço e educação, além-túmulo, aclarando, ainda, que todos nós, “os viajores da evolução”, despendemos muitos séculos adquirindo ensinamentos na Vida Espiritual e aplicando-os na esfera física, de modo a assimilarmos com segurança, a golpes de trabalho no campo do tempo, os valores da perfeição.

Ainda na Pergunta 232, Kardec argúi, meticuloso:

- “Podemos espíritos errantes ir a todos os mundos?”.

E a explicação veio clara:

- “Conforme. Pelo simples fato de haver deixado o corpo, o Espírito não se acha completamente desprendido da matéria e continua a pertencer ao mundo onde acabou de viver, ou a outro do mesmo grau, a menos que, durante a vida, se tenha elevado, o que, aliás, constitui o objetivo para que devam tender seus esforços, pois, do contrário, não se aperfeiçoaria. Pode, no entanto, ir a alguns mundos superiores, mas na qualidade de estrangeiro. A bem dizer, consegue apenas entrevê-los, donde lhe nasce o desejo de melhorar-se para ser digno da felicidade de que gozam os que os habitam, para ser digno também de habita-los mais tarde”.

A resposta é tão brilhantemente positiva que não requisita comentários.

Vale, todavia, dizer que, muitas vezes, em desencarnando a alma do veículo de sangue e ossos, não se liberta mentalmente da experiência a que ainda se prende na vida terrestre, em torno da qual gravita por tempo indeterminado.

Ninguém acredite, que o túmulo seja depósito de asas destinadas à elevação de quem não procurou elevar-se durante a passagem pelo sei da Humanidade.

Ascensão pede leveza.

Triunfo verdadeiro reclama heroísmo e glória.

Sublimação exige amor e sabedoria.

Felicidade não dispensa equilíbrio.

O preço da perfeição é trabalho contínuo de engrandecimento da alma.

Ninguém espere, assim, depois da morte, repouso e bem-aventuranças que não soube conquistar por si mesmo.

Serviço e hierarquia, aprendizado e aprimoramento são imperativos a que não conseguiremos fugir, tanto do berço para o túmulo quanto do túmulo para o berço, se desejamos marchar para a Vida Superior.

E enunciando semelhante realidade, não estamos fazendo mais que acompanhar a trilha de Allan Kardec, nas lições que o apóstolo admirável entesourou em nosso benefício, há cem anos.

(mensagem recebida em 1957, no I Centenário de lançamento de O Livro dos Espíritos).

Livro “DOUTRINA-ESCOLA” ESPIRÍTOS DIVERSOS –

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lucia Aydir.

O PRIMEIRO CAPÍTULO

IRMÃO X

Allan Kardec, o respeitável professor Donizard Rivail, já havia organizado extensa porção das páginas reveladoras que constituem O Livro dos Espíritos.

Devotado observador, aliara inteligência e carinho, método e bom senso na formação da primeira obra que lançaria os fundamentos da Doutrina Espírita.

Não desconhecia que a sobrevivência da alma era tema empolgante no século. Entretanto, apontamentos e experimentações, em torno do assunto, alinhavam-se desordenados e nebulosos. Os fenômenos do intercâmbio, pareciam ameaçados pela hipertrofia de espetaculosidade.

Saindo de humilde vilarejo da América do Norte, a comunicação com os Espíritos desencarnados atingira os mais cultos ambientes da Europa, originando infrutífero sensacionalismo. Era necessário surgisse alguém com bastante coragem para extrair do labirinto a linha básica da filosofia consoladoras que os fatos consubstanciavam, irrefutáveis e abundantes.

Advertido por amigos da Espiritualidade de que a ele se atribuía, em nome do Senhor, a elevada missão de codificar os princípios espíritas, destinados à mais ampla reforma religiosa, pusera mãos ao trabalho, sem cogitar de sacrifícios. E adotando o sistema de perguntas e respostas, conseguiria vasta colheita de esclarecimento e de luz.

Guardava consigo preciosas anotações acerca da constituição geral do Universo, surpreendente informes sobre a vida de além-túmulo e belas asserções definindo as leis morais que orientam a Humanidade.

O material esparso equivalia quase que praticamente ao livro pronto. Contudo, era preciso estabelecer um ponto de partida. O primeiro compêndio do Espiritismo, endereçado ao presente ao futuro, não podia prescindir de sólidos alicerces.

E, debruçado sobre a mesa de trabalho, em nevada noite do inverno de 1856, o Codificador interrogava a si mesmo: - Por onde começar? Pelas conclusões científicas ou pelas indagações filosóficas? Seria justo desligar a Doutrina, que vinha consagrar o antigo ensinamento do Cristo, de todo e qualquer apoio da fé, na construção das bases que lhe diziam respeito?

O conhecimento humano!... - pensava ele – não se modificava o conhecimento humano todos os dias?... As ilações filosófico-científicas não eram as mesmas em todos os séculos... E valeria escravizar o Espiritismo à exaltação do cérebro, em prejuízo do sentimento?

Atormentado, via mentalmente os homens de seu tempo e de sua pátria extraviados na sombra do materialismo demolidor...

A grande revolução que pretendera entronizar os direitos do Homem ainda estava presente no ar que ele respirava. Desde 2 de Dezembro de 1851, o governo de Luis Napoleão, que retomava as linhas do Império, permitia prisões em massa, com deliberada perseguição aos elementos de todas as classes sociais que não aplaudissem os planos do poder. Muitos membros da Assembléia haviam sofrido banimento e mais de vinte mil franceses jaziam deportados, muitos deles sem qualquer razão justa. Homens dignos eram enviados a regiões inóspitas, quando não eram confiados, no cárcere, à morte lenta.

O pensamento do missionário foi mais longe... Recordou-se de Voltaire e Rousseau, admiráveis condutores da inteligência, mas também precursores da ironia e do terror. Lembrou Condorcet, o filósofo e matemático, envenenando-se para escapar à guilhotina, e Marat, o médico e publicista, assassinado num banho de sangue, quando instigava a matança e a destruição.

Valeria a cultura da inteligência, só por si, quando, a par dos bens que espalhava, podia desmandar-se em sarcasmo arrasador e loucura furiosa?

Com o respeito que ele consagrava incondicionalmente à Ciência e à Filosofia, Kardec orou com todo o coração, suplicando a inspiração do Alto. Erguia-se-lhe a prece comovente, quando raios de amor lhe envolveram o espírito inquieto e ele ouviu, na acústica da própria alma, vigoroso apelo íntimo: - “Não menosprezes a fé!... Não comeces a obra redentora sem a Bênção Divina!...”.

E o Codificador, nimbado de luz, com a emotividade jubilosa de quem por fim encontrara solução o terrível problema, longamente sofrido, consagrou o primeiro capítulo de O Livro dos espíritos à existência de Deus.

Livro “DOUTRINA-ESCOLA” ESPIRÍTOS DIVERSOS –

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lucia Aydir.

RECOMEÇO

EMMANUEL

Quando o teu próprio trabalho te pareça impossível...

Quando dificuldade e sofrimento te surjam a cada passo...

Quando te sintas à porta de extremo cansaço...

Quando as críticas de vários amigos te incitem ao abatimento e à solidão...

Quando adversários de teus ideais e tarefas te apontem por vítima do azar...

Quando as sombras em torno se te afigurem mais densas...

Quando companheiros de ontem te acreditem incapaz a fim de assumir compromissos novos...

Quando te inclinas à tristeza...

Levanta-te, trabalha e segue adiante.

Quando tudo reponte no caminho das horas, não te desanimes, porque terás chegado ao dia de mais servir e recomeçar.

Livro “DOUTRINA-ESCOLA” ESPIRÍTOS DIVERSOS –

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lucia Aydir.

REPETÊNCIA

CORNÉLIO PIRES

Aluno que perde o tempo

Jogando o estudo em falência

Por mais auxílio que encontre

O remédio é a repetência.

Declina arrasou Felício

Na Fazenda Linda Flora,

Mas Felício renasceu,

Hoje é o neto que ela adora.

Quitéria, rica, foi sempre

Luxúria, ouro e nudez...

Internada na pobreza,

Voltou à Terra, outra vez.

Por ciúme de Silvinho

Antônia matou Biela

Que hoje é a neta de Antônia,

Avó agarrada a ela.

A vida tem este mote

Perante crentes e ateus:

A Lei da Reencarnação

Mostra a Justiça de Deus.

Livro “DOUTRINA-ESCOLA” ESPIRÍTOS DIVERSOS –

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lucia Aydir.

RIQUEZAS

EMMANUEL

Sempre amor para os pobres

Para os ricos também.

Esse ajuntou milhões

Mas tem úlcera gástrica.

Aquele fez armazém

E traz sonda nos rins.

Outro comanda o ouro

Mas perdeu os dois filhos.

Outro fez um palácio

Mas vive em solidão.

Compaixão para os ricos!...

Os ricos também sofrem.

Livro “DOUTRINA-ESCOLA” ESPIRÍTOS DIVERSOS –

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lucia Aydir.

SER FELIZ

EMMANUEL

Se sofreres não desesperes

Olha a própria retaguarda.

Notarás por ti mesmo

Quem sofre muito mais.

Pensa na provação

Do hanseniano a sós;

Na dor da mãe que implora

O agasalho de um teto;

Do cego que tateia

Com saudade da luz;

Enxuga o pranto alheio

E vê como és feliz.

Livro “DOUTRINA-ESCOLA” ESPIRÍTOS DIVERSOS –

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lucia Aydir.

TÉDIO NÃO

EMMANUEL

Se o tédio te assedia,

Foge do tempo inútil.

Vai a uma enfermaria

De irmãos hansenianos.

Debalde triste mãe

Quer os filhos distantes...

Um velho desprezado

Aguarda um filho em vão...

Deixa as horas vazias

E trabalha no Bem.

Os doentes anseiam

Por esperança e paz.

Livro “DOUTRINA-ESCOLA” ESPIRÍTOS DIVERSOS –

Psicografia: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lucia Aydir.

A DISCÍPULA

NINA

Às irmãs da Escola Jesus Cristo.

NO tempo de Jesus, ao pé do Tiberíades, havia uma mulher humilde e pobre, que havia conhecido o Senhor e se fizera sua amiga devotada, nas horas mais amargas de sua passagem pela Terra.

Conheciam-na como a Discípula de Jesus, vivendo das recordações carinhosas e ternas do Cordeiro.

*

O Mestre havia espirado na Cruz, seus apóstolos haviam se dispersado no mundo e a Galiléia era, agora, um deserto verde, cheio de sol, onde o lago famoso era uma taça de lágrimas cristalinas, vertida pela natureza, em memória d´Aquele que lhe preferia os encantos singelos, distante das vaidades materiais.

*

A Discípula, porém, amava ao Messias e estava ali para servi-Lo, com a sua dedicação. Peregrinos de longe lhe batiam à choupana agreste, aberta constantemente às criancinhas e aos desamparados da sorte, com quem repartia o pão minguado de sua existência honesta.

Se as provas eram amargas, Jesus era a claridade confortadora de sua vida.

*

Anos passaram,

Na sua região, a Discípula era símbolo de humildade e de trabalho, de caridade e de alegria.

*

Certa tarde, a filha da Galiléia abandonada sentou-se ao pé de seu casebre triste.

Seu coração, cansado de bater, recordava na sombra as lições do Messias.

*

Era a hora em que a natureza se aquietava, como ovelhinha mansa, para lhe ouvir a palavra tocada de suave mistério.

Parecia-lhe rever o Senhor, junto do lago extenso. Sentia-se em retorno à mocidade distante e inclinava-se ante a Sua figura Inesquecível.

*

Em dado instante, contudo, um leve ruído despertou-ª Aproximava-se um mendigo. As sombras do crespúculo não lhe permitiram divisar seus traços fisionômicos, mas, os peregrinos eram tantos, que não constituía surpresa recebe-los, no seu pouso singelo, em todos os instantes do dia.

*

-Entra irmão!! – Exclamou a serva de Jesus, com um sorriso bondoso.

O mendigo penetrou o umbral, abençoando-a com um olhar de luz, que brilhava entre os trapos de sua vestidura como uma estrela divina.

*

A Discípula deu-lhe pão e um tapete humilde para o repouso das chagas dolorosas que lhe sangravam o corpo, encorajou-o com palavras de bondade e lhe falou das bem-aventuranças que o Evangelho do Senhor prometera aos mansos e aos aflitos.

*

O peregrino escutou-a com atenção.

-Vives só? – Perguntou ele, com inflexão de ternura.

-Vivo com Jesus! – Respondeu a serva do Senhor, com humildade.

-E não tens ninguém no mundo?

-Quem vive na fé do Messias Nazareno trabalha e espera em Sua Bondade, com profunda alegria.

-Nunca recebeste as felicidades da Terra?

-Nunca, porque espero as do Céu, onde Jesus nos promete as venturas eternas do Seu Reino.

-E tens fé?

-Sim, porque pelo Senhor troquei todas as alegrias materiais.

*

O mendigo observou-a em silêncio, como se, agora, estivesse absorvido em longas meditações.

*

-Tenho sede! – Disse ele, em tom de rogativa.

A Discípula lhe trouxe a água clara e fresca do seu cântaro.

-Doem-me as chagas pela caminhada penosa!... – Gemeu o peregrino suplicante.

A Discípula preparou um vaso de água limpa para lavar-lhe as úlceras dolorosas. Sua casa, porém, era paupérrima e não teria uma toalha conveniente para a operação necessária. Mas, de repente, lembrou-se que, um dia, observara Madalena enxugando os pés do Senhor com os anéis dos seus cabelos.

*

Por que não faria o mesmo com o desventurado do caminho? Jesus não recolhera todos os pobres e desventurados da sorte sobre o mundo?

*

Sem hesitar, depois de banhar-lhe as chagas sangrentas e doloridas, enxugou-lhes os pés com a toalha de seus cabelos abundantes, mas, nesse momento, observou que as úlceras do mendigo tinham o sinal dos cravos da cruz!... Surpreendida, levantou o olhar, mas, não viu mais o peregrino triste e esfarrapado... À sua frente, Jesus de Nazaré lhe estendia os braços amorosos, aureolado na luz de Sua Majestade Divina.

*

-Mestre!... – Exclamou a serva humilde, embriagada de júbilo, com a mais forte das emoções a estrangular-lhe o peito oprimido.

-Vem, filha!... – Exclamou o Senhor, amparando-a nos braços cariciosos, com o Seu Divino sorriso.

*

A Discípula sentiu que a transportavam a um país misterioso e sublime, onde o seu coração aliviado experimentava o beijo singular de todas as harmonias.

A Galiléia minúscula era pequenina demais para conter os júbilos de sua alma, no perfumado caminho, desdobrado no azul do Infinito, ante o sorriso doce das primeiras estrelas que fulgiam no fundo do firmamento sem fim.

No dia seguinte, em vão, chamava-se a serva de Deus, no seu tugúrio desalentado, e ante o seu cadáver singelo que sorria serenamente, compreendeu-se

que a Discípula, conduzida por Jesus, havia partido para as Alegrias Eternas de Seu Reino.

Livro “DOUTRINA E APLICAÇÃO” – ESPÍRITOS DIVERSOS

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lúcia Aydir.

ANOTAÇÃO NECESSÁRIA

IRMÃO X

DECLARA-SE você extremamente surpreendido com o tratamento carinhoso que os amigos desencarnados dispensam a determinados amigos do mundo.

E acrescenta: - “Aqui vemos um homem de maus propósitos a quem vocês classificam por ”meu querido irmão”, ali, anotamos a presença de um ladrão medalhado a quem chamam “meu caro amigo” e, acolá, não raro, encontramos um malfeitor confesso, a quem se dirigem, usando as doces palavras “meu filho”...”.

“Será isto razoável? – Pergunta você, com desapontamento – não será encorajar a má fé e o crime? Por que não convidar semelhantes pessoas ao reconhecimento das nódoas e sombras que lhe afeiam a vida?”.

*

Se você estivesse aqui conosco, no mundo da realidade maior, observaria, decerto, como é difícil manobrar a verdade. Não que a desestimemos, mas, porque a verdade, para nós traz consigo, com a evidência dos fatos, a responsabilidade de enobrecer o caminho.

*

Não basta verificar se o fruto está podre.

É preciso aproveitar a boa semente.

No turbilhão da carne, atreito à visão de superfície, desvaira-se o homem no julgamento insensato.

Aqui, no entanto, renovados pelo elixir do tempo e da morte, acalmam-se os impulsos.

*

Aprendemos a examinar aos outros no espelho da própria consciência e, quase sempre, acabamos tal apreciação levantando os acusados do banco dos réus para aí nos sentarmos em lugar deles.

Habituamos-nos, dessa forma, a definir uma criatura não através do momento desagradável que lhes compromete a transitória existência humana, mas, sim pelo conjunto das qualidades e realizações, esperanças e sonhos que lhes assinalam a marcha.

*

Muitas vezes, “os homens de mais propósitos”, “os ladrões medalhados” e os “mal-feitores confessos”, de seu enunciado, não são o que parecem.

Em muitas circunstâncias, são doentes e obsediados, requisitando larga dose de paciência e carinho para tornarem a parecer o que são.

*

Se você sabe agradecer o prato que o sustenta, não desconhece que o lavrador foi constrangido a retirar com muita solicitude os vermes que infestam a lavoura, de modo a não prejudicar a colheita do grão substancioso que lhe supre a mesa.

Na experiência comum, dilaceração não é verdade construtiva, tanto quanto violência não significa progresso exato.

*

Há que se extirpar o tumor, usando anestésicos para que o doente não venha a morrer da cura.

Não ignoramos, porém, que há pessoas para as quais os chamamentos afetuosos não quadram corretamente.

Procuram o altar da fé, à maneira do animal astucioso ou inconsciente que busca a fonte conspurcando-lhe as águas.

Contudo, ainda assim, não será compreensível que os desencarnados achaquem contra eles insultos e l=palavrões.

Manda a cortesia que ninguém enlameie a frase com a baba venenosa da injúria.

Todos devemos algo à Lei Divina e a tolerância deve presidir-nos as manifestações uns para com os outros se não desejamos colaborar na extensão do inferno.

*

Ao demos, segundo admitimos, o trato ameno serve para auxiliar-nos o reajuste próprio.

Recolhendo a consideração respeitosa dos outros, aprendemos a respeitar-nos.

Nesse sentido, há uma lenda indiana que nos vem à memória.

Certo malfeitor, após grande furto, passou a descansar sob árvore veneranda. Procurando por diversas criaturas de sentimento nobre, que se dispunham a aprisiona-lo, ei-lo que toma a atitude de um santo, fingindo-se em profunda meditação. Velhos e jovens que o encontram em semelhante postura, interpretam-no à conta de um mensageiro divino e oram junto dele, abençoando-lhe a presença e trazendo-lhe leite e mel.

Envergonhado de si próprio, o infeliz reconheceu, em silêncio, que se ra alvo de tanto apreço e de tamanho carinho simplesmente porque usara a máscara da virtude, com mais razão seria reverenciado e feliz, se procurasse a senda dos justos. E regenerou-se para sempre, consagrando-se à verdadeira comunhão com Deus.

*

Como vê, meu caro, um gesto amigo e uma frase bondosa consegue muito, quando nos dispomos à melhoria da própria alma.

Não nos esqueçamos de que o próprio Jesus gastou liberalmente a caridade no contato conosco, os pecadores impenitentes da Terra.

E, ainda na última hora do martírio, nos tormentos da cruz, disse a um dos ladrões que o cercavam: - “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso”.

Até hoje, ninguém sabe ao certo que foi fazer Dimas nas Alturas, mas, há que creia que apesar das palavras doces do Cristo, que lhe asseguravam preciosos recursos de emenda na reencarnação necessária, o antigo salteador terá subido, preliminarmente, ao Céu para receber uma surra.

Livro “DOUTRINA E APLICAÇÃO” – ESPÍRITOS DIVERSOS

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lúcia Aydir.

A ÁRVORE DO TEMPO

IRMÃO X

QUANDO o Anjo da Morte cumpriu suas atribuições junto aos primeiros homens que habitavam a Terra, houve grande revolta entre os que eram separados da vestimenta material. O generoso missionário sentiu-se crivado de observações ingratas. No íntimo, as almas guardavam a certeza, relativamente às finalidades gloriosas de seus destinos. Todas haviam sido chamadas à existência para se levarem ao Trono de Deus; entretanto, nenhuma se conformava com a própria situação. Debalde o sábio mensageiro procurava lembrar o objetivo divino e esclarecer a excelência de sua cooperação. Os homens, porém, cobriam-se de impropério, alegando os trabalhos incompletos que haviam deixado sobre a face do mundo. Uns recordavam as famílias ameaçadas sem a sua presença, outros comentavam as nobres intenções com que se atiravam na Terra aos serviços da evolução. E as lágrimas se confundiam com os gritos de desespero irremediável.

*

Acabrunhado pelos acontecimentos, o solícito missionário, como quem começa um serviço sem o conhecimento de toda a sua complexidade e extensão, suplicou ao Senhor o socorro de seu auxílio divino, de modo a fazer face à situação.

Foi por esse motivo que o Salvador veio ao encontro da grande fileira de Espíritos infortunados, acercando-se de suas amarguras com a inesgotável h=generosidade e sabedoria de sempre.

*

-Ah! Senhor – exclamou um dos infelizes – O Anjo da Morte nos reduziu à miserável condição de escravos sem esperanças. Sabemos que a nossa marcha se dirige ao Altíssimo. Entretanto, fomos subtraídos ao laborioso esforço de preparação na Terra...

-Existem, porém, outros planos à espera de vossas atividades – esclareceu o interpelado com bondade carinhosa. – O planeta terrestre não é o único santuário consagrado à vida. Além disso, o mensageiro da morte não é um tirano e sim um benfeitor que personifica a grande lei de renovação.

A essas palavras, todavia, a pequena turba avançou a reclamar lamentosamente, invocando as razões que a vinculavam ao mundo terreno.

-Jamais me poderei separar dos filhos idolatrados – dizia um velhinho de semblante inquieto – não desejo marchar sem afetuosa companhia deles! Não me submetias ao sacrifício insuportável da separação ““.

*

-Meu esposo – bradava uma pobre mulher – clama por mim, dia e noite!... Meu estado de inquietação é angustioso!... Não creio que possa ser feliz, nem mesmo nas claridades do Paraíso!...

-E minha fazenda? – Ponderava ainda outro, em tom de súplica. – Não permitais que meus trabalhos sejam interrompidos... Assim procedo, Senhor, em obediência ao dever de velar pelos patrimônios que me conferistes!...

-Nunca julguei – comentava um jovem, desesperadamente – que o Anjo da Morte me roubasse o sonho do noivado, quase no instante de minha desejada ventura... Nada mais conservo em meus olhos, senão o derradeiro quadro de minha companheira a chorar... Não haverá compaixão no céu para uma aspiração justa e santa da Terra?...

*

Nesse instante, o Senhor entrou em grande meditação, mostrando triste o semblante. A pequena multidão continuou revelando o grau de seu desespero em rogativas dolorosas. Dando a entender pelo seu silêncio a importância e a complexidade das aquisições que os Espíritos da Terra necessitavam realizar, prosseguiu por largo tempo em serenas reflexões e, quando se aquietou o ânimo geral, em forte expectativa, tomou a palavra na assembléia e falou solenemente:

-Conheço a extensão das vossas necessidades, mas não disponho de tempo para velar pessoalmente pela solução dos vossos problemas particulares, mesmo porque não sois os meus únicos tutelados. Se pretenderes convencer-vos pela palavra, não sairíamos, talvez, dos círculos escuros das contendas e, se desejasse acompanhar-vos, individualmente, nas experiências indispensáveis, teria de me acorrentar aos fluidos da Terra por milênios, descurando de outros deveres sagrados, confiados ao meu coração por Nosso Pai! Estarei convosco por todos os séculos, ligados perenemente ao vosso amor, mas não posso estacionar à maneira de um homem. Tenho de agir e trabalhar por todos, sem o capricho de amar somente a alguns. A presente situação, porém, será remediada. Dar-vos-ei, doravante, a árvore bendita do tempo.

Livro “DOUTRINA E APLICAÇÃO” – ESPÍRITOS DIVERSOS

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lúcia Aydir.

AUTOLIBERTAÇÃO

EMMANUEL

UMA coincidência de notar entre os quase náufragos da aflição e do afogamento:

Os que se debatem nas águas temendo a morte rogam o socorro de quem lhes estenda as mãos;

Os que se encarceram no desânimo, receando o desequilíbrio, para se livrarem dele precisam estender as mãos aos outros.

*

Geralmente quando nos confessamos abatidos, muitas vezes queixando-nos contra tudo e contra todos, achamo-nos simplesmente encerrados na masmorra do “eu”, que transportamos conosco, à maneira de fardo muito difícil de carregar.

Este é, contudo, o momento para sair de nós, alongando os braços na direção dos outros, para que os outros nos arrebatem ao poço da angústia.

Abrir o coração ao encontro de alguém a fim de que alguém nos alivie.

Auxiliar para sermos auxiliados.

*

Se te encontras numa ocasião dessas, de espírito ilhado na solidão, recorda que as portas da alma unicamente se abrem de dentro para fora e busca a liberação de si mesmo.

*

Desnecessário será dizer que a gentileza para com os vizinhos à vista ao doente, o socorro ao necessitado, o serviço-extra, a carta que se dirige ao amigo distante, o amparo à natureza e todas as formas outras de atividade em que se nos expresse a doação de calor humano são veículos ideais para sairmos de nós à procura da própria renovação.

*

Se te encontras assim, no dia cinzento de mal-estar, não é necessário adotes a transposição do desalento à custa de tranqüilizantes inadequados ou ao preço de aventuras que talvez te marginalizassem nos espinheiros da culpa.

Todos possuímos conosco a clinica espiritual de auto-tratamento com as faculdades da ação e da criatividade ao nosso dispor.

*

Quando estejas desse modo no recanto da angústia, se experimentas a fadiga sem causa, trabalha mais e, se trabalhando mais sentires a presença do cansaço compreensível e justo, procura o repouso indispensável ao preciso refazimento e recobrarás as próprias forças a fim de trabalhar e servir mais ainda.

Livro “DOUTRINA E APLICAÇÃO” – ESPÍRITOS DIVERSOS

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lúcia Aydir.

BAGATELAS

ANDRÉ LUIZ

O século é fruto dos dias.

O rio nasce da fonte oculta.

A árvore procede do embrião.

A linha é uma sucessão de pontos minúsculos.

A jornada de cem léguas origina de um passo.

O discurso mais nobre principia numa palavra.

O livro inicia-se com a letra.

A mais bela sinfonia começa numa nota.

A seda mais delicada é uma congregação de fios.

*

De bagatelas é constituída a hora do homem.

Todavia, sem que venhamos a executar os pequeninos deveres, quais se fossem grandes, jamais alcançaremos as grandes realizações com a simplicidade que nos deve assinalar o caminho.

Livro “DOUTRINA E APLICAÇÃO” – ESPÍRITOS DIVERSOS

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lúcia Aydir.

CÓDIGO DIVINO

BEZERRA DE MENEZES

OUTRORA, os mártires sofreram nos circus para doar ao mundo a Bênção da Revelação.

Através de fogueiras e sacrifícios, traçaram um roteiro de luz para o mundo paganizado.

Em seguida, quando as trevas da Idade Média consagravam a autocracia do poder, os cristãos livres experimentaram a perseguição, a morte e o anátema para restaurarem a senda luminosa, conferindo a Terra as Luzes da Verdade.

*

Hoje, porém, meus amigos, os seguidores do Mestre Divino, irmanados em torno da cruz redentora, foram chamados à doação da Fraternidade às criaturas.

Amparados pela evolução dos códigos que se tocaram das claridades sublimes da Boa Nova, através dos séculos, desfrutam de liberdade relativa para concretizarem a divina missão de que foram cometidos.

*

Antigamente, dolorosa renunciação era exigida aos companheiros do Mestre Nazareno, de fora para dentro; agora, no entanto, é a luta renovadora do santuário íntimo para o mundo externo.

*

Não é o circo do martírio que se abre na praça pública, nem a fogueira dos autos-de-fé, instalada dentro de povos livres e robustos em nomes das confissões religiosas.

A atualidade reclama corações consagrados ao Senhor na esfera de si mesmos.

*

A fraternidade constituir-nos-á abençoado clima de trabalho e realização, dentro do Espiritismo Evangélico, ou permaneceremos na mesma expectação inoperante do princípio quando o material divino da Revelação e da Verdade não encontrava acesso em nossos espíritos irredimidos.

Formemos não somente grupos de indagação intelectual ou de crítica nem sempre construtiva, mas, sobretudo, ergamos um templo interior à bondade, porque sem espírito de amor todas as nossas obras falham na base, ameaçadas pela vaga incessante que caracteriza o campo falível das formas transitórias.

*

“Amemo-nos uns aos outros!, segundo a palavra do Mestre que nos reúne, sem desarmonia, sem discussões ruinosas, sem desinteligências destrutivas, sem perda de tempo nos comentários vagos e inoportunos, amparando-nos, reciprocamente, pelo trabalho, pela tolerância salvadora, pela fé viva e imperecível.

*

Se nos encontramos realmente empenhados no Espiritismo que melhora e regenera, que esclarece e redime, que salva e ilumina, sob a égide de Jesus, recordemos a palavra do Código Divino, para vive-las na acústica de nossa alma, seguindo o Senhor em Sua exemplificação de sacrifício, de solidariedade e de amor; - “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”; “ninguém irá até o Pai senão por Mim”.

Livro “DOUTRINA E APLICAÇÃO” – ESPÍRITOS DIVERSOS

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lúcia Aydir.

FUNDAMENTOS DO ESPIRITISMO

EMMANUEL

PERGUNTA – Se a Ciência, a Filosofia e o Evangelho são os fundamentos da Doutrina Espírita, como interpreta-los em sua justa significação?

RESPOSTA – Em espiritismo, a Ciência indaga, a Filosofia conclui e o Evangelho ilumina.

Com a primeira, há movimento de opiniões, com a segunda, temos a variedade dos pontos de vista na matéria interpretativa e, com o terceiro, encontramos a renovação da alma para a Eternidade.

A primeira modifica-se, dia-a-dia.

A segunda evolui e transforma o seu quadro de conceituação da vida.

O terceiro, porém, é imperecível roteiro de elevação.

A Ciência e a Filosofia são meios, o Evangelho é o fim.

*

No esforço científico e na perquirição filosófica, o homem pode gastar indefinido tempo à procura das causas profundas do destino e do ser.

No Evangelho, porém, o coração e o cérebro despertam para o caminho da própria sublimação. Dentro dele, não há lugar para ilações provisórias. Resplandece a luz em todos os seus ângulos divinos, compelindo a criatura a humanizar-se, a angelizar-se e a santificar-se para a união com o Pai Supremo.

*

Em síntese concentrada, reconhecemos que, se a Ciência e a Filosofia são fundamentos indiscutíveis de nossa Doutrina Consoladora, em torno delas, o espírito costuma vaguear longos séculos, ao redor de concepções puramente humanas, enquanto que, no Evangelho, encontra nossa alma a companhia do Amigo Celestial, com quem é possível alcançar o monte da iluminação para a Vida Infinita, sem escalas através das estações de prova desnecessária, com ruinosa perda de tempo e de energia na Obra do Senhor.

Livro “DOUTRINA E APLICAÇÃO” – ESPÍRITOS DIVERSOS

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lúcia Aydir.

IRMÃOS, LEMBREMO-NOS SEMPRE

DE QUE O ESPIRITISMO

EMMANUEL

Visto, pode ser somente fenômeno;

ouvido, pode ser apenas consolação;

vitorioso, pode ser somente festividade;

estudado, pode ser apenas escola;

discutido, pode ser somente sectarismo;

interpretado, pode ser apenas teoria;

propagado, pode ser somente movimentação;

sistematizado, pode ser apenas filosofia;

observado, pode ser somente ciência;

meditado, pode ser apenas doutrina;

sentido, pode ser somente crença. Não nos esqueçamos, porém, de que Espiritismo aplicado, é VIDA ETERNA com Eterna Libertação.

A codificação trouxe ao mundo uma chave generosa, cuja utilidade se adapta a numerosas portas. Escolhamos com o Apóstolo, que hoje recordamos, o caminho da aplicação:

TRABALHO,

SOLIDARIEDADE,

TOLERÂNCIA.

De coração elevado a Jesus, não temos por agora divisa mais nobre a recordar. Vivei-a na fé consoladora. Espiritismo é Sol. Brilhai na sua Luz.

Livro “DOUTRINA E APLICAÇÃO” – ESPÍRITOS DIVERSOS

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lúcia Aydir.

NA EDUCAÇÃO CRISTÃ

ANDRÉ LUIZ

PREPARA a terra e farás a sementeira.

Aduba o solo e terás a plantação.

Lavra a pedra e encontrarás a estátua divina.

Condiciona o barro e a argila dar-te-á o vaso.

Malha a bigorna e o ferro conferir-te-á benefícios.

*

Estuda e aprenderás.

Auxilia e colherás o auxílio.

Ampara e o suprimento do Céu responderá aos teus apelos.

Irmana-te com todos e todos te estenderão o concurso fraternal.

Ilumina os companheiros da retaguarda e os vanguardeiros do Amor alimentar-te-ão a lâmpada.

Produz bondade e estímulo em torno de teus passos e o incentivo do Mais Alto enriquecer-te-á o celeiro.

*

Acharás o que procuras.

Colherás o que semeias.

*

Eduquemos nos padrões de Jesus e o futuro será presidido pela realidade cristã.

*

Ensinar para o bem, através do pensamento, da palavra e do exemplo é salvar.

Em razão desta verdade o Senhor foi chamado o Divino Mestre e, é ainda por isto que o Reino de Deus na Terra é obra de educação.

Livro “DOUTRINA E APLICAÇÃO” – ESPÍRITOS DIVERSOS

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lúcia Aydir.

NO SERVIÇO DO SENHOR

EMMANUEL

NÃO basta, meus amigos, converter o Espiritismo num aparelhamento complexo de afirmações doutrinárias para realizarmos a tarefa conferida às nossas mãos nos tempos que ocorreram.

Não basta enfileirar princípios e amontoar teses complicadas no campo da ciência, da filosofia, da religião.

É indispensável viver a Espiritualidade Maior; portas adentram da luta a que fomos chamados.

*

Não nos encontramos, desencarnados e encarnados, a serviço de programas verbalísticos, de plataformas e promessas sem expressão substancial.

Lamentável seria se fôssemos convocados à mera criação de processos dogmáticos, organizando novos movimentos de separatividade.

*

O Espiritismo que nos reúne os corações e as energias são iniciativas libertadoras de consciências.

Nosso lema, ainda e sempre, é aquele novo mandamento do “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.

*

A escola doutrinária está repleta de instrutores e servos, de mordomos e trabalhadores incontáveis, entretanto, Jesus é, acima de tudo, o nosso Mestre Divino.

Não temos, desse modo, outra fonte de lições, outro manancial de princípios fundamentais.

Compete-nos, tão-somente, aliar sentimentos e raciocínios, movimentado as nossas mãos a serviço do Supremo Bem.

*

Descuidados e felizes no refúgio de vossas possibilidades individuais, limitados à esfera imediata onde situais vossas esperanças do momento, mal percebeis a onda renovadora que vos ameaça, tempestuosa e violenta.

*

O materialismo dissolve os mais sublimes sacrifícios que a Espiritualidade levantou na crosta do mundo.

Subterrânea guerra de ideologias eleva-se em todos os setores da evolução social e doméstica.

Atritos gigantescos, no domínio do pensamento, trazem perspectivas de soçobro, de angústia e crise.

De mãos sangrando ainda, da luta em que perdeu patrimônios sublimes da civilização, a humanidade não ensarilhou as armas do ódio da vingança, do despotismo.

*

Nossas palavras permanecem aquém dos mínimos conceitos da realidade moderna.

Entretanto, é neste minuto atormentado que somos trazidos à arena dos princípios, para consagrar-nos à reconstrução do templo sagrado do Espírito.

*

Não vos iludia. Trabalho enorme aguarda-nos as mãos na sementeira de amor cristão, da fé viva e da concórdia.

*

Não fomos convocados em vão ao movimento libertador.

E, enquanto o intelectualismo da Terra faz o serviço de inteligência dos partidos e da política simplesmente humano, levaremos a efeito o serviço do amor de Jesus, convictos, porém, de que semelhante tarefa exige esforço, sacrifício e renunciação.

*

Para a execução dessa tarefa salvadora unamo-nos em torno da paz espiritual que semeia com Cristo para a eternidade.

*

Certamente seremos defrontados por pedra e lama, espinhos e trevas.

A incompreensão sempre se mantém a postos para destruir os realizadores da Verdade Suprema e do Infinito Bem.

Todavia, irmanados, no templo da Revelação Nova, onde o nosso cântico de adoração é o hino do trabalho incessante, constituiremos com o Mestre Divino aquele “Sal da Terra”, destinado a condimentar a alegria de viver.

*

Não nos descuidemos no setor de luta onde fomos colocados pelos Supremos Desígnios e firmes no ideal de servir em nome do Senhor, esperemos em sua misericórdia, cooperando no bem e ensinando a verdade, acendendo a luz da esperança e destruindo as sombras do mal, enriquecendo o Céu do novo entendimento e esvaziando o inferno da ignorância, confiantes na Bondade do Supremo Senhor, para cuja Sabedoria Infinita até os cabelos de nossa cabeça estão contados.

Livro “DOUTRINA E APLICAÇÃO” – ESPÍRITOS DIVERSOS

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lúcia Aydir.

NÓS, PORÉM...

NINA

EFETIVAMENTE, o caminho mais fácil para o homem do mundo é:

Seguir as normas estabelecidas;

Nada criar de útil;

Buscar as vantagens imediatas;

Estudar os lucros prováveis;

Selecionar as alegrias;

Colher preciosidades efêmeras;

Perseguir flores passageiras;

Entronizar a fantasia;

Aplaudir a mentira que lhe conquiste prazeres;

Descansar sempre;

Nada fazer no campo do sacrifício;

Prender-se às opiniões convencionais e perder o dia com absoluto desprestígio das Bênçãos Divinas que lhes conferiram a oportunidade da existência terrestre, para, no fim, encontrar-se com a morte do corpo, face a face.

*

Esse é o roteiro preferido pela maioria das criaturas.

*

Nós, porém, somos candidatos à Espiritualidade Superior e nosso domicílio não se fundamenta no solo da Terra.

*

Em nossas tarefas, somos compelidos a começar pela simplicidade da Manjedoura, escalar a montanha áspera do serviço e aguardar a partida através da Cruz.

*

Não esperemos outro caminho, senão aquele do Mestre Querido que buscamos.

*

Outra felicidade não interessa ao discípulo fiel e não podemos trair o mandato daquele Senhor, Justo e Amoroso, que nos elevou a preço de seu próprio sangue e de sua própria renúncia.

Livro “DOUTRINA E APLICAÇÃO” – ESPÍRITOS DIVERSOS

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lúcia Aydir.

NOTÍCIAS DE BEZERRA

IRMÃO X

CONTA-SE que Bezerra de Menezes o denodado apóstolo do Espiritismo no Brasil, após alguns anos de desencarnação, achava-se em praia deserta, meditando tristemente quanto à maioria dos petitórios que lhe eram endereçados do mundo.

*

Em grande número de reuniões consagradas à prece, solicitavam-lhe providências de natureza material.

Numerosos admiradores e amigos rogavam-lhe empregos rendosos, negócios lucrativos, alojamentos, proteção a documentários diversos, propriedades e promoções.

Em verdade, sentia-se feliz, quando chamado a servir um doente ou quando trazido à consolação dos infortunados, porém, fora na Terra um médico espírita e um homem de bem, à distância de maiores experiências em atividades comerciais.

*

Por que motivo a convocação indébita de seu nome em processos inconfessáveis? Não era também ele um discípulo do Evangelho, interessado em ascender à maior comunhão com o Senhor? Não procurava aprender igualmente a lutar e renunciar?

*

Monologava, entre inquieto e abatido, quando viu junto dele o grande Antonio, desencarnado em Pádua, no ano de 1231.

O herói admirável da Igreja Católica, iluminado de intensa luz, ouvira-lhe o solilóquio amargo.

Abraçou-o, com bondade, e convidou-o a segui-lo.

A breves minutos, ei-los ambos no perfumado recinto de grande templo.

O santuário, dedicado ao popular taumaturgo, regurgitava de fiéis que se prosternavam, reverentes, diante da primorosa estátua que o representava, sustentando a imagem de Jesus Menino.

*

O santo impeliu Bezerra a escutar os requerimentos da assembléia e o seareiro espírita conseguiu anotar as mais estranhas e inoportunas requisições.

Suplicava-se a Antonio casa e comida, dinheiro fácil e saliência política, matrimônio e proteção. Não faltava quem lhe implorasse contra outrem perseguição e vingança, hostilidade e desprezo, inclusive crimes ocultos.

*

O amigo e benfeitor esboçou um gesto expressivo e falou, bem humorado, ao evangelizador brasileiro.

-Observaste atentamente? As petições são quase sempre as mesmas nos variados campos da fé. Sequioso de burilamento íntimo troque na Igreja o hábito de cônego pelo burel dos frades... Ensinei a palavra do Mestre Divino, sufocando os espinhos de minhas próprias imperfeições. Fosse nas seduções da vida secular ou na austeridade do convento, caminhava mantendo pavorosas batalhas comigo mesmo, ansiando entesourar a virtude, em cujo encalço permaneço até hoje, entretanto, procuram-me através da oração, por meirinho comum ou por advogado casamenteiro...

*

E, por que Bezerra sorrisse, reconfortado aduziu:

-Nosso problema, no entanto, é o de instruir sem desanimar. Jesus no monte sentiu extrema compaixão pela turba desvairada, alimentando-lhe o corpo e clareando-lhe a alma obscura...

*

Nesse justo momento, surge alguém à cata de Bezerra. Num círculo de oração, organizado na Terra, pediam-lhe indicações para que fosse descoberto um enorme tesouro de aventureiros antigos, desde muito enterrado.

Antonio afagou-lhe os ombros e disse benevolente:-

-Vai, meu amigo, e não desdenhes auxiliar. Decerto, não te preocuparás com ouro escondido, mas ensinarás aos nossos irmãos o trato precioso do solo para a riqueza do pão de todos e, descerrando-lhes o filão do progresso, plantará entre eles o entendimento e a bondade do Excelso Amigo.

*

Bezerra despediu-se, contente, e tornou corajoso à luta, compreendendo, por fim, que não bastaria lamentar a atitude dos companheiros invigilantes, mas auxilia-los com todo amor, consciente de que o Cristo é o Mestre da Humanidade e de que o Evangelho, acima de tudo, é obra de educação.

Livro “DOUTRINA E APLICAÇÃO” – ESPÍRITOS DIVERSOS

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lúcia Aydir.

O NASCIMENTO DE JESUS

IRMÃO X

REZAM tradições do Mundo Espiritual que, anos atrás da vinda de Jesus, Hilel, nascido em Babilônia, emigrou para a Palestina, a fim de aprimorar conhecimentos em torno da Tora.

Cercado de discípulos e famoso por haver criado um tipo de rabinismo notavelmente liberal, concomitantemente com as lições que ensinava referia-se, em reuniões íntimas, à próxima chegada do Senhor, para cumprimento das profecias. Em decorrência, aqui e ali, esfervilhavam comentários sobre os novos tempos.

As conversações particulares do patriarca, aliadas aos anseios do povo, suscitaram largos debates na vida palestinense, notadamente em Belém, par aonde se voltavam todas as esperanças, segundo o texto de Miqueia: “e tu, Belém de Judá, não és assim tão pequena, porque de te sairá o Guia de Israel, cujas origens se perdem nos dias da Eternidade”.

À vista disso, por muito tempo, antes do nascimento do Cristo, na bela cidade de David, as mais importantes famílias faziam orações e sacrifícios, a fim de receberem o Enviado.

*

Zabulon, o grande proprietário de terras, endereçava, de semana a semana, petitórias ao Céu, suplicando fosse o Mensageiro Sublime localizado entre os seus, a fim de oferecer-lhe lugar digno no carro da fortuna.

*

Gad, o negociante de sedas, implorava a Deus viesse o Orientador dos Séculos comungar-lhe o círculo da família, prometendo engaja-lo, desde cedo, entre os parentes prestigiosos, em função no Templo de Jerusalém.

Rubens, o criador de camelos, exorava-as bênçãos do Eterno, a fim de que se lhe desse a graça de acolher o Messias no próprio lar, imaginando programas de exaltação para ele, a partir da meninice.

*

Jonas, o joalheiro dos joalheiros, prometia tesouros ao Santo dos Santos, em retribuição pelo aparecimento do Salvador em sua própria casa.

*

Ezequias, o rico fornecedor de cavalos, enviava petições incessantes ao Senhor dos Exércitos, instando para que o Excelso Emissário lhe fosse entregue no berço, de maneira a orienta-lo para a libertação política de sua gente.

*

Os mais estranhos requerimentos subiam à consideração do Todo Misericordioso.

Planeava-se o futuro do Messias, de vários modos.

Para uns, deveria ele formar entre os maiores orientadores rabínicos de seu tempo, para outros, era certo que tomaria as rédeas do poder, a fim de restituir a Israel a independência esperada, para outros e outros ainda, assumiria a autoridade da cultura e do ouro, fazendo-se invencível comandante de legiões.

*

Acumulavam-se os projetos pessoais dos poderosos do mundo para Aquele que chegaria na condição de Interventor Celeste...

*

Dizem que o Pai Supremo estudou longamente os desencontrados apelos que lhe eram endereçados e, conquanto permitisse, confiantemente, que José e Maria sofressem pesadas humilhações na chegada a Belém, determinou que Jesus Cristo nascesse ao pé dos animais, num leito de chão, desvinculado de todos os compromissos da Terra, para que a revelação da Eterna Verdade não ficasse escravizada a ninguém.

Livro “DOUTRINA E APLICAÇÃO” – ESPÍRITOS DIVERSOS

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lúcia Aydir.

SEGUNDO PENSARMOS

ANDRÉ LUIZ

CADA consciência é um centro gerador de forças no movimento universal, cuja direção depende de si mesma.

*

Pensar é criar.

O destino recebe a forma que lhe impusermos, à maneira do vaso que exprime a imaginação do oleiro.

A palavra vem depois da idéia.

A ação é cimento invisível.

A obra é pensamento coagulado.

Renovar a mente no trabalho incessante do bem, cunhando valores positivos, ao redor de nós mesmos, é estabelecer roteiros sempre novos para a vanguarda evolutiva.

*

O espírito, herdeiro divino do Supremo Senhor, traz consigo todas as sementes do Céu para engrandecer a Terra.

Unidade atuante irradia-se, através de mil modos, gozando ou sofrendo, em seu cosmo orgânico, a bênção ou a reação das energias que projeta e que o elevam ou convulsionam, de acordo com a intensidade dinâmica que lhes é característica.

*

Cultiva a tua mente, iluminando-a e enobrecendo-ª.

*

Ainda que, por agora, não percebas, a tua alma se expande, em milhões de partículas, que são os agentes de libertação ou de cativeiro elaborados por teu próprio plano mental.

*

Avança, escolhendo a “melhor parte”.

Diante do sofrimento e da morte, afirmou o Mestre, certa vez: - “Não temas, crê somente”.

Segundo pensarmos, assim será.

Livro “DOUTRINA E APLICAÇÃO” – ESPÍRITOS DIVERSOS

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lúcia Aydir.

SEMENTEIRA

ANDRÉ LUIZ

ABRE-SE a floresta até então intransitável e densa.

*

Definem-se dificuldades, pântanos, espinheiros...

*

O semeador, porém, não se confia ao desânimo.

*

Traça planos.

Ataca o serviço.

Realiza o milagre.

*

De início, é o desbravar.

Em seguida, surgem os imperativos de preparação do solo e de seleção dos recursos.

*

A cova minúscula e escura recebe a semente pequenina, que perde os envoltórios com a colaboração do tempo.

*

Só então, é possível a promessa do grelo tenro.

Todavia, não param aí os desvelos e as vigílias do semeador.

*

Hoje, é necessário proteger a plantinha frágil contra o esmagamento; amanhã, é imprescindível furta-la ao assédio dos vermes destruidores.

Agora, pede a lavoura iniciante adequada medida contra a canícula rigorosa; depois, reclama providências que a salvem do aguaceiro.

*

A fronde, a flor e o fruto representam, no entanto, o precioso prêmio.

*

Assim também, é a sementeira espiritual.

*

Nas profundezas da mente inculta caem os princípios da Divina Sabedoria.

*

Ninguém exija, contudo, o resultado absoluto num instante.

*

Quantos séculos terão dispendido, na formação da selva de nossos instintos e de nossos caprichos obscuros?

*

O serviço de adaptação e educação reclama tempo e paciência para que a colheita do conhecimento e do amor, em cada alma, enriqueça os celeiros da Terra.

*

Não esperemos que o nosso companheiro nos ofereça a perfeição impraticável de um momento para outro.

*

Se procurarmos o Cristo, gravemos as lições d’ Ele, em nós mesmos, antes de impo-las aos semelhantes.

*

Adubemos o solo dos corações com a luz do bom exemplo, com a bênção da fraternidade, com a flor do estímulo e com o silêncio da compreensão.

*

Não firamos, onde não possamos auxiliar.

*

O Sol resplandece sem palavras, curando as chagas do Planeta.

*

A fonte rola cantando, sem acusações, colada ao dorso da Terra.

*

O vento fecunda a natureza, sem exigências.

*

Amemos sempre.

O coração que se devota à fraternidade não usa o poder do verbo para denegrir ou dilacerar.

*

Passemos auxiliando.

Compadeçamos-nos do cardo que ainda conserva aguçados acúleos.

Compadeçamo-nos das ervas envenenadas, que ainda não conseguiram modificar a própria seiva.

Compadeçamo-nos das árvores infelizes cujos galhos ressecaram pela pobreza do ambiente em que nasceram.

*

A senda é longa.

A romagem solicita o esforço das horas incessantes.

Sigamos improvisando o bem, por onde passarmos.

*

Guarde a nossa luta sublime experiência do semeador.

*

Compreendamos o cipoal, auxiliemos o chão duro do destino e aproveitemos a lama da estrada para o bem geral, projetando na terra das almas as sementes benditas que o Mestre nos confiou,

E, esperemos o tempo, de vez que o tempo é o patrimônio da Divina bondade que na esteira dos dias, dos anos e dos séculos, nos oferecerá sempre à colheita de nossa vida, segundo as nossas próprias obras.

Livro “DOUTRINA E APLICAÇÃO” – ESPÍRITOS DIVERSOS

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lúcia Aydir.

SERVIR

AGOSTINHO

O discípulo do Senhor não é chamado tão – somente ao curso verbal.

Aprendizado e aplicação constituem a realização.

Não te prendas, desse modo, à indagação que perde o valor do tempo.

Pensa e age ao padrão de idealismo redentor que abraçaste.

*

As sementes divinas devem frutificar em nossos próprios caminhos, através do esforço perseverante.

Na fase evolutiva que nos é própria, vemos aqueles que possuem a vida e os que são possuídos por ela.

Os primeiros aproveitam o dia, enriquecendo-se de valores permanentes, no rumo das aquisições eternas.

Os segundos são aproveitados pelas forças que orientam as horas, no jogo das circunstâncias fatais.

*

Uns criam luz e sabedoria.

Outros descansam e sofrem os conflitos da sombra.

Governando com as diretrizes superiores, converte-se na instrumentalidade dos Celestes Desígnios.

Submetendo-se às causas de ordem inferior, perseguem a ociosidade, ainda mesmo quando o regalo inútil se lhes apresente aos olhos mortais com rotulagem fascinante.

*

Necessário se faz marcharmos, com desassombro e serenidade, dilatando a capacidade receptiva, à frente da Majestade Criadora.

*

O fenômeno nos círculos físico e espiritual não tem outro objetivo senão acordar a mente para a revelação do Mais Alto.

Provar a divindade em nós-herdeiros da Grandeza Universal – é muito mais que positivar a sobrevivência, além da morte.

Guardar a bondade e o entendimento na direção do amor Supremo vale mais que o poder de demonstrar a existência dos anjos.

*

O Reino do Senhor começará no indivíduo ou jamais se estabelecerá na Terra, porque Deus visita o homem e educa-o através do próprio homem.

O processo de auto-aprimoramento, na sublimação do raciocínio e do sentimento transforma-nos em servos da Lei Soberana e Compassiva, constituindo, em nossa esfera de edificações presentes, o ministério maior.

*

Espiritualizemo-nos, portanto, no caminho da perfeição e prossigamos com Jesus.

Não importa a incompreensão.

Cada criatura vê o horizonte que os próprios olhos podem abranger.

*

Quem ama não discute.

Serve em silêncio, semeia o bem à distância da preocupação de recompensa e segue adiante.

O trabalho cristão é a nossa alavanca renovadora.

Busquemos a ciência, realizando a santidade.

Os dias escoam-se apressados.

As formas refundem-se, incessantemente.

A morte que modifica e seleciona, pune e corrige, atinge os próprios mundos.

Detendo o Tesouro do Conhecimento Divino, elevemos nosso coração aos santuários eternos.

*

Responsáveis pelas dívidas que criamos no passado, com a falsa aplicação das bênçãos recebidas, somos também candidatos à riqueza imperecível do futuro.

Situados entre os séculos que se foram e os milênios que virão, temos um diamante sublime a lapidar para o Supremo Senhor – nosso próprio coração, que dorme ainda no berço de aspirações primárias, bafejadas pelos raios de luz celestes.

*

Aperfeiçoemos o caminho, aperfeiçoando-nos.

Trabalha e auxilia sempre, auxiliando a ti mesmo.

Unamos-nos espiritualmente, em derredor do Cristo.

Gravitemos, felizes, em torno d’Ele.

O sol comunica-se com o verme, a milhões de quilômetros. O Mestre sustentar-nos-á, igualmente, nas profundezas de nossa humildade, abençoando-nos os propósitos de ascensão, com a luz do Seu Inextinguível Amor.

Livro “DOUTRINA E APLICAÇÃO” – ESPÍRITOS DIVERSOS

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lúcia Aydir.

SÍNTESE NUM PROGRAMA

NINA

MEUS amigos continuem integrados na realização do bem com Jesus, nosso Mestre e Senhor.

*

A atualidade, indiscutivelmente, reclama corações que resplandeçam, na Casa da Humanidade, por lâmpadas de renúncia, a benefício da colheita de amor que o Espiritismo Evangélico nos oferece.

*

A boa vontade será nossa base sólida ou, em verdade, não alcançaremos os fins a que nos propomos, dentro da ordem de trabalho que a Boa Nova nos impõe, a serviço de nossa própria libertação espiritual, na Terra regenerada.

*

Teçamos os fios da solidariedade legítima, concretizando os princípios que abraçamos, abrindo novas rotas de elevação.

Servir sem preocupação de recompensa.

Esperar no Senhor, agindo incessantemente, em favor do Evangelho na Terra.

Minorar sofrimentos e extinguir incompreensões.

Auxiliar sem distinção.

Nutrir as fontes do bem.

Amparar a extensão da luz.

Esclarecer fraternalmente.

Soerguer a fé.

Preparar o futuro com as lições do Cristo.

Iluminar consciências.

Renovar as bases da vida pelo Conhecimento Superior.

Irmanar corações.

Trabalhar constantemente pela melhoria de nós mesmos e do círculo em que evoluímos.

Amar-nos uns aos outros como Jesus nos amou.

Eis, irmãos, uma síntese num programa singelo para o nosso ministério santificante.

Que a Bondade Divina nos auxilie a executa-lo a benefício de nossa redenção é o que deseja a irmã apagada e pequenina.

Livro “DOUTRINA E APLICAÇÃO” – ESPÍRITOS DIVERSOS

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lúcia Aydir.

TRABALHO E CARIDADE

CLAUDINO DIAS

MEUS amigos, que o Senhor nos reúna em sua paz.

Comove-me, sobremaneira, a oportunidade de falar-vos, igualmente, nesta noite, rica de emoção e alegria para nós todos que nos harmonizamos nesta casa de amor cristão na sementeira do Evangelho simples e puro.

*

Que vos dizer de nossa expectativa, de nossa esperança? O tempo voa apressado e a luta modifica os aspectos da experiência humana, entretanto, os nossos interesses efetivos da alma são os mesmos.

Guardamos no coração o programa de aperfeiçoamento da primeira hora, programa que se estende além do túmulo, compelindo-nos o ingente serviço de aplicação com o Divino Mestre.

*

Ah! Se pudesse, meus irmãos, descerrar-vos o véu que vos oculta a verdadeira visão da Vida Imperecível. Não obstante todos os conhecimentos amealhados por minha pequenina inteligência e por meu obscuro coração, a passagem no rumo da Vida Nova me impôs intraduzível reajustamento não no capítulo das convicções, mas, no setor da ação pessoal no aprimoramento íntimo.

*

Compreendi, aqui, com mais clareza, que Espiritismo sem caridade e sem trabalho é ruinoso esquecimento dos benefícios recebidos do alto, traduzindo endurecimento e ingratidão.

É imprescindível mover nossa mente no espírito de serviço e santificar o coração no amor com que nos cabe empenhar todas as energias no bem aos semelhantes.

Todos vós que me ouvis, companheiros de luta e alegria, irmãos de muitas jornadas na Terra, despertemos nossas forças para a obra individual que o Senhor espera de nosso concurso em sua colheita de amor e luz.

*

Não aguardemos alheia colaboração, situando alma e pensamento, coração e cérebro nesse abençoado esforço de estender o Tesouro das Bênçãos que nos foi conferido, irradiando de nós mesmos a paz e a bondade, a fraternidade e a regeneração.

Estreito é o caminho de acesso às Fontes Superiores e curto é o tempo de experiência construtiva no corpo.

O tempo é o campo sublime que não devemos menosprezar.

*

Atualmente, em nossa condição de desencarnados, para vós outros não passamos de sentinelas, cujo único mérito é o de vos relacionar os perigos da jornada e os percalços da senda que nos compete percorrer.

Muita gente acredita, exclusivamente, no conselho de si própria, entretanto, os que sofreram conhecem o caminho com mais precisão e é por isto que nos oferecemos ao serviço de doutrinação espiritual, acreditando que nos relevareis a boa vontade.

*

Grande, em verdade, é o nosso júbilo identificando-vos os propósitos elevados na direção do Reino Divino, observando o cuidado com que vos consagreis à Obra do Mestre Compassivo e Inesquecível, acompanhando-vos as realizações, a benefício do bem-estar coletivo, inspirados pelo Espiritismo Cristão em que nos irmanamos; entretanto, meus amigos, são indispensáveis cresçamos mais intensamente na academia da Espiritualidade Superior, dentro da qual os discípulos são, eles mesmos, os livros vivos do Infinito Bem, invariavelmente prontos a expressarem nas próprias vidas a mensagem de Jesus, sem reclamar recompensas, sem contar lágrimas, sem alinhavar queixas, sem intemperança mental, porquanto não ignoram que uma Justiça Soberana e Salvadora segue, de perto, as lutas de cada aprendiz, ajustando-as aos gloriosos imperativos da Lei que manda conferir a cada homem o resultado vivo de suas obras.

*

Unamo-nos mais extensamente na doutrina operante e regeneradora.

O trabalho movimenta,

A caridade guia.

O trabalho renova,

A caridade ilumina.

O trabalho instrui,

A caridade educa.

O trabalho modifica,

A caridade socorre.

O trabalho esclarece,

A caridade santifica.

O trabalho alimenta,

A caridade abençoa.

Com o trabalho o homem se engrandece.

Com a caridade o homem se eleva para o Senhor.

*

Sem trabalho e sem caridade, cada dia, cada hora, cada minuto da vida, não nos aprimoremos no santuário que penetramos à procura de amparo e consolação.

*

Libertemo-nos das forças entorpecentes da inércia espiritual, combatendo-as com duplicado fervor.

*

Com semelhantes afirmativas, meus amigos muitos amados, não desejam senão impulsionar-vos, com mais valor, para frente em direção ao Mais Alto.

*

Aqui se encontram comigo nossos irmãos Franco, Ferreira, Lima e muitos outros que nunca se cansarão de colaborar pelo engrandecimento e prosperidade de nosso querido Grêmio.

*

Estamos juntos e Jesus permanece conosco.

Nesta convicção de fraternidade e fé vivificante que mal poderemos temer?

*

Entrelacemos nossos braços e corações, confiante no Mestre, em nós mesmos e avancemos, robustos na esperança, diligentes na ação e edificados no dever bem cumprido.

*

A consciência reta é o nosso templo sublime.

*

Aí dentro, neste templo vivo de nossa experiência no eterno caminho, aprendamos a amar-nos, sinceramente, uns aos outros e o Senhor nos abençoará para sempre.

E recebereis, com a tolerância e a bondade que vos caracterizam, um abraço fraternal do humilde servidor reconhecido.

Livro “DOUTRINA E APLICAÇÃO” – ESPÍRITOS DIVERSOS

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lúcia Aydir.

UNIÃO

EMMANUEL

ANTE o mundo moderno, em doloroso e acelerado processo de transição; procuramos em Cristo Jesus o clima de nossa reconstrução espiritual para a Vida Eterna.

*

Multipliquemos as assembléias cristãs quais a desta noite, em que elevamos o coração ao altar da fé renovadora.

*

Em torno de nossas atividades religiosas, temos a paisagem de há quase dois mil anos...

Profundas transformações políticas assinalam os caminhos das nações, asfixiantes dificuldades pesam sobre os interesses coletivos, em toda a comunidade planetária, e, acima de tudo, lavra a discórdia, em toda parte, desintegrando o idealismo santificante.

*

Este é o plano a que os novos discípulos são chamados.

O momento, por isto mesmo, é de luz para as trevas, amor para o ódio, esclarecimento para a ignorância, bom ânimo para o desalento.

*

Não bastará, portanto, a movimentação verbalística.

Não prevalece a plataforma doutrinária tão-somente.

Imprescindível renovar o coração, convertendo-o em vaso de graças divinas para a extensão das dádivas recebidas.

Espiritismo, na condição de mera fenomenologia, é simples indagação. Indispensável reconhecer, entretanto, que as respostas do Céu às perquirições da Terra nunca faltaram.

*

Edificar um castelo teórico ou dogmático, onde a mente repouse à distância da luta constitui apenas fuga aos problemas – evasão delituosa de quem recebeu do Alto os dons sublimes do conhecimento para que a Bênção do Senhor se comunique a todos os homens.

*

Esta, a razão que nos compele ao chamamento novo.

A morte do corpo não nos desvenda os gozos do paraíso, nem nos arrebata aos tormentos do inferno.

Nós, os desencarnados, somos também criaturas humanas em diferentes círculos vibratórios, tão necessitados de aplicação do Evangelho Redentor, quanto os companheiros que marcham pelo roteiro carnal.

*

A sepultura não é milagroso acesso às zonas de luz integral ou da sombra completa. Somos defrontados por novas modalidades da Divina Sabedoria a se traduzirem por mistérios mais altos.

Transformemo-nos, meus amigos, naquelas “cartas vivas” do Mestre dos Mestres a que o Apóstolo Paulo se refere em sas advertências imortais.

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Indaguemos, estudemos, movimentemo-nos na esfera científica e filosófica, todavia, não os esqueçamos do “amemo-nos uns aos outros” como o Senhor nos amou. Sem amor, os mais alucinantes oráculos são igualmente aquele “sino que tange” sem resultados práticos para as nossas necessidades espirituais.

Não valem divergências da interpretação nos setores da fé.

Estamos distantes da época em que os filhos da Terra se dirigirão ao Pai com idêntica linguagem, porquanto, para isto, seria indispensável a sintonia absoluta entre nós outros e o Celeste Embaixador das Boas Novas da Salvação.

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Reveste-se a hora atual de nuvens ameaçadoras.

Não nos iludamos. O amor ilumina a justiça, mas, a justiça é a base da Lei Misericordiosa.

O mundo atormentado atravessa angustioso período de aferição.

Irmanemo-nos, desse modo, em Jesus, para que a tormenta não nos colha, de surpresa, o coração.

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Abracemo-nos na obra redentora a derrubar as fronteiras que separam os templos veneráveis uns aos outros.

Nossa época é de ascensão do homem à estratosfera, de intercâmbio fácil das nações e de avanço da medicina em todas as frentes, contudo, é também de lágrimas, reajustamento e luta.

Entrelacemos as mãos, no testemunho da luz e da paz que nos felicitam.

Lembremo-nos de que somos os herdeiros diretos da confiança e do amor daqueles que tombaram nos circos do martírio por trezentos anos consecutivos.

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Espiritismo sem Evangelho é apenas sistematização de idéias para transposição da atividade mental, sem maior eficiência na construção do porvir humano.

Trabalharemos, entretanto, quando estiver ao nosso alcance, a fim de que o cristianismo redivivo prevaleça entre nós para que a experiência terrestre não nos constitua patrimônio indesejável e inútil e para que, unidos fraternalmente, sejamos colaboradores sinceros do Mestre, sem esquecer-Lhe as sagradas palavras: - “Eu sou o Caminho a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por Mim”.

Livro “DOUTRINA E APLICAÇÃO” – ESPÍRITOS DIVERSOS

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lúcia Aydir.

VINGANÇA

EMMANUEL

VINGA-TE da ignorância, instruindo-a sem alarde e sem pretensão.

Retribui ao que te persegue com a prece do amor que compreende e auxilia sempre.

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Responde ao mal com o bem.

Vinga-te das trevas, acendendo a verdadeira luz.

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Retribui a maldição com a bênção.

Responde à preguiça com o trabalho.

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Auxilia ao que te prejudica.

Ampara ao que te abandona.

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Lembra-te com bondade daqueles que te esqueceram.

Auxilia aos teus adversários.

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Socorre aos que te ferem e caluniam.

Estende mãos amigas aos que te dilaceram.

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O bom lavrador vinga-se da terra seca, adubando-a para que produza.

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Jesus mostrou ao mundo o tipo de esforço ideal que realmente garante o amor que regenera sem ruído.

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Retribui a inquietação dos carrascos com a generosidade do silêncio.

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Responde à violência dos crucificadores com a graça do perdão.

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Por abandonado e esquecido pelos discípulos mais amados, não se esquece deles, nosso Divino Mestre, e regressa do túmulo em gloriosa ressurreição, não para reclamações e lamentos, mas, sim, para auxilia-los, na redenção do mundo, até o fim dos séculos...

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Se algum propósito de vingança te penetra o espírito, nas ocasiões escuras da Terra, comparece com ele à presença do Senhor, através da oração e Jesus te ensinará a praticar, em teu próprio benefício, a silenciosa e celeste resposta do amor.

Livro “DOUTRINA E APLICAÇÃO” – ESPÍRITOS DIVERSOS

PSICOGRAFIA: FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Digitado por: Lúcia Aydir.