Translate

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Estude e Viva–Francisco Cândido Xavier\Waldo Vieira

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER E WALDO VIEIRA

PELOS ESPÍRITOS EMMANUEL E ANDRÉ LUIZ

Caro amigo.:

Se você gostou do livro e tem condições de comprá-lo faça-o pois assim estarás ajudando a diversas instituições de caridade, que é para onde são destinados os direitos autorais desta obra.

NA ESCOLA DA ALMA

Levantam-se educandários em toda a Terra.

Estabelecimentos para a instrução primária, universidades para o ensino superior.

Ao lado, porém, das instituições que visam à especialização profissional e científica, na atualidade, encontramos no templo espírita a escolada alma, ensinando a viver. Semelhante trabalho de burilamento do espírito, porém não é novo.

Lucas, o evangelista, conta-nos que Jesus (1), num sábado em Nazaré, participou de uma assembléia de fiéis, junto da qual leu uma página de Isaias, com vistas à edificação dos ouvintes, provocando, aliás, acirrada discussão.

Mencionamos o fato para salientar os hábitos de estudo nas coletividades de então, porquanto, para citar o Cristo, à feição de mestre, basta recordar-lhe a palavra constantemente endereçada ao povo, tanto nas praças quanto nos recintos familiares, qual aconteceu na casa de Betânia. (2)

No dia de Pentecostes (3), mensageiros sublimes prevaleceram-se das faculdades

medianímicas dos continuadores diretos de Jesus e falaram, em línguas diversas, instruindo a multidão sobre assuntos de espiritualidade superior.

Sabemos que um Espírito amigo se aproximou de Felipe (4) e solicitou-lhe a gentileza de encontrara caminho um alto funcionário etíope, a fim de ler em comunhão com ele certas passagens das Escrituras.

As cartas de Paulo aos cristãos de várias comunidades eram lidas (5) e trocadas para as elucidações devidas, nos centros de cultura evangélica dos tempos apostólicos.

Justo assim, que as instituições espíritas, revivendo agora o cristianismo puro, sustentem estudos sistemáticos, destinados a clarear o pensamento religioso e traçar diretrizes à vida espiritual.

Atentos à sugestão confortadora de amigos, organizamos o presente volume (6), que consubstancia, de modo leve e ligeiro, os resultados de quarenta reuniões públicas de Doutrina Espírita, nas quais examinamos, livremente, nós, os servidores desencarnados, os ensinamentos de Allan Kardec (7), juntamente de nossos companheiros encarnados.

(8)

Certo, cada capítulo deixa o assunto em aberto para o exame de outros comentaristas que desejem partilhar conosco a felicidade do estudo, através do livro, de vez que, na própria palavra do apóstolo Pedro (9), verificamos que nenhum conceito da escritura é de interpretação particular.

Em apresentando, pois este livro aos companheiros do mundo, recorremos à palavra do Cristo, quando nos exorta: “conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres”. (10)

Efetivamente, não alcançaremos a libertação verdadeira sem abolir o cativeiro da ignorância no reino do espírito. E forçoso será observar que o conhecimento é um tipo de aquisição que exige de nós caridade para conosco, porque se é possível sanar as deficiências do corpo pelas doações da beneficência, como sejam o alimento ao faminto e o remédio ao doente, a luz do espírito não se transmite nem por imposição, nem por osmose.Quem aspira entesourar os valores da própria emancipação intima à frente do Universo e da Vida, deve e precisa estudar.

Emmanuel

Uberaba, 11 de fevereiro de 1965.

(Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier.).

(1) Lucas, 4:16-30.

(2) Lucas, 18:38-42

(3) Atos, 2:1-4

(4) Atos, 8:26-31

(5) Colossenses, 4:16

(6) Os médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira psicografaram em reuniões públicas, as mensagens de Emmanuel e André Luiz, respectivamente, constantes deste livro, situando-se em cada capítulo, de início, a palavra de Emmanuel e em seguida a de

André Luiz.

(7) As letras “E” e “L” designam, respectivamente, “O Evangelho segundo o Espiritismo”

e” O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, seguindo-lhes os números dos itens e questões

estudadas em cada reunião.

(8) A contribuição das pessoas presentes em cada reunião constituiu-se de comentários,

proposições, diálogos e debates que estão indicados com a legenda “temas estudados”

no frontispício de cada capítulo.

(9) II Pedro, 1:20.

(10) João, 8:32

ESTUDE E VIVA

Estude e viva.

Valorizamos o ágape comum, em que se debatem assuntos corriqueiros de vivência humana. Como desinteressar-nos dos encontros espíritas, nos quais se ventilam questões fundamentais da vida eterna? A reunião espírita não é um culto estanque de crença embalsamada em legendas tradicionalistas. Define-se como sendo assembléia de fraternidade ativa, procurando na fé raciocinada a explicação lógica aos problemas da vida, do ser e do destino. Todos somos chamados a participar dela. Falar e ouvir. Ensinar e aprender

***

Estamos defrontados no Espiritismo por uma tarefa urgente: desentranhar o pensamento vivo de Allan Kardec dos princípios que lhe constituem a codificação doutrinária, tanto quanto ele, Kardec, buscou desentranhar o pensamento vivo do Cristo dos ensinamentos contidos no Evangelho.

***

Capacitemo-nos de que o estudo reclama esforço de equipe. E a vida em equipe é disciplina produtiva, com esquecimento de nós mesmos, em favor de todos. Destacar a obra e olvidar-nos. Compreender que a realização e educação solicitam entendimento e apoio mútuo. Associarmo-nos sem a pretensão de comando. Aceitar as opiniões claramente melhores que as nossas; resignarmo-nos a não ser pessoa providencial. Em hipótese alguma, admitir-nos num conjunto de heróis e sim num agrupamento de criaturas humanas,em que a experiências difíceis podem ocorrer a qualquer momento. Nunca menosprezar os outros, por maiores as complicações que apresentem. Por outro lado, aceitar com sinceridade e bom-humor as críticas que outros nos enderecem. Esquecer as velhas teclas da maldição aos perversos, da sociedade corrompida, da humanidade a caminho do abismo ou do tudo deve ser feito como os guias determinaram. Não subestimar o perigo do mal, todavia, procurar o bem acima de tudo e favorecer-lhe a influência; não ignorar os erros da coletividade terrestre, mas identificar-lhe o benefícios e auxiliá-la no aperfeiçoamento preciso; não cerrar os olhos aos enganos da Humanidade, contudo, reconhecer que o progresso é lei e colaborar com o progresso, em todas as circunstâncias; não fugir ao agradecimento devido aos benfeitores e amigos desencarnados, entretanto, não abdicar do raciocínio próprio e nem desertar da responsabilidade pessoal a pretexto de humildade e gratidão para com eles.

***

Somos trazidos à escola espírita, a fim de auxiliarmos e sermos auxiliado, na permuta de experiências e aquisição de conhecimento. Este livro é uma demonstração disso. Encontro informal entre companheiros encarnados e desencarnados, em torno da obra libertadora de Allan Kardec. Explanações, definições, idéias e comentários. Em suma, convite sintético ao estudo. Estudar para aprender. Aprender para trabalhar. Trabalhar para servir sempre mais. Estude e viva. Pense no valor de sua cooperação na melhoria e no engrandecimento da equipe de que participa, esteja ela constituída no templo doutrinário ou em seu culto doméstico de elevação espiritual. Não esquecer que o seu auxílio ao grupo deve ser tão substancial e tão importante quanto o auxílio que o grupo está prestando a você.

André Luiz

Uberaba, 11 de fevereiro de 1965.

(Página recebida pelo médium Waldo Vieira.)

1

E – Cap. X – Item 2

L – Questão 117

Temas Estudados:

Antepassados

Causa e efeito

Necessidade de trabalho

Ontem e hoje

Oportunidade de elevação

Tempo e nós

HOJE E NÓS

Tempo e nós, vida e alma. Nós e hoje, alma e vida.

Tempo capital inesgotável ao nosso dispor.Hoje , cheque em branco que podemos emitir, sacando recursos, conforme a nossa vontade.

Comparemos a Providência Divina a estabelecimento bancário, operando com reservas ilimitadas, em todos os domínios do mundo.Pela Bolsa de Causa e Efeito, cada criatura retém depósito particular, com especificação de débitos e haveres, nitidamente diversos, mas, pela Carteira do Tempo, todas as concessões são iguais para todos. Para sábios e ignorantes, felizes ou menos felizes, a hora constitui do valor matemático e invariável de sessenta minutos. Hoje é a partícula de crédito que possuis, em condomínio perfeito com todos aqueles que conheces e desconheces, que estimas ou desestimas, dom que te cabe, a fim de angariares novos dons.

Aproveita, assim, o agora em renovação e promoção. Renovação é progresso, promoção é serviço. Não te prendas ao passado por aquilo que o passado te apresente de cadeias e sombras e nem te transtornes pelo futuro por aquilo que o futuro encerre de fantasia ou de incerteza.

Pelas forças do espírito, estamos enredados aos pensamentos do pretérito,à feição do corpo físico que permanece saturado de agentes da hereditariedade. Conquanto vinculados aos nossos ancestrais, nenhum de nós é chamado aterra para reproduzir a existência deles, e, por muito devamos às idéias dos instrutores que nos estenderam auxílio , estamos convocados a expressar as nossas.

Respeitemos quantos nos ajudaram e dignifiquemos os pioneiros do bem que nos prepararam caminho; no entanto, sejamos nós próprios.

Espíritos eternos, saibamos construir a nossa felicidade pelo atendimento às leis do amor e justiça. Esquecer o mal e fazer o bem, estudar e realizar, trabalhar e servir, renovar e aperfeiçoar sempre e infatigavelmente. Para isso, reflitamos: o ontem ter-nos-á trazido a luz da experiência e amanhã decerto nos sugere luminosa esperança. A melhor oportunidade, entretanto,não se chama ontem nem amanhã. Chama-se hoje. Hoje é o dia.

EM TUDO

Em tudo o aprendiz do Evangelho encontra ensejo de empregar a orientação da fraternidade pura:

- Escolhendo métodos para estudo.

- Mantendo persistência no serviço em favor do próximo.

- Elegendo a serenidade por norma de cada dia.

- Elegendo a serenidade por norma de cada dia.

- Burilando ideais sadios na ação de interesses gerais.

- Aplicando teoria e prática do bem nas tarefas mais simples.

- Anotando por si mesmo a verificação das próprias deficiências.

- Exprimindo gratidão operante.

- Sustentando intenções nobres constantemente.

- Defendendo a valorização efetiva das qualidades respeitáveis dos companheiros que o cercam.

- Apresentando a doação espontânea de concurso pessoal a benefício dos outros.

***

Portanto, jamais percamos a visão central da meta superior a que nos dirigimos.

Com Jesus, estamos empenhados em trabalho ideal de equipe, no esforço máximo de construtividade pela eficiência da alma no culto do amor vivo, e pela criação da felicidade para todas as criaturas.

2

E - Cap.V - Item 24

L - Questão 918

Temas Estudados

Ação

Alegria real

Caminhos retos

Consciência além da Terra

Imperativo do discernimento

Influência pessoal

TUA MENSAGEM

Tua mensagem não se constitui apenas do discurso ou do título de cerimônia com que te apresentas no plano convencional; é a essência de tuas próprias ações, a exteriorizar-se de ti, alcançando os outros. Sem que percebas, quando te diriges aos companheiros para simples opiniões, em torno de sucessos triviais do cotidiano, estás colocando o teu modo de ser no que dizes; ao traçares ligeira frase, num bilhete aparentemente sem importância, derramas o conteúdo moral de teu coração naquilo que escreves; articulando referência determinada, posto que breve, apontas o rumo de tuas inclinações; em adquirindo isso ou aquilo, entremostras o próprio senso de escolha; elegendo distrações, patenteias por elas os interesses que te regem a vida íntima...

Reflete na mensagem que expedes, diariamente, na direção da comunidade.

As tuas idéias e comentários, atos e diretrizes voam de ti, ao encontro do próximo, à feição das sementes que são transportadas para longe das árvores que as produzem. Cultivemos amor e justiça, compreensão e bondade, no campo do espírito. Guarda a certeza de que tudo quanto sintas e penses, fales e realizes é substância real de tua mensagem às criaturas e é claramente pelo que fazes às criaturas que a lei de causa e efeito, na Terra ou noutros mundos, te responde, em zelando por ti.

CONSCIÊNCIA E CONVENIÊNCIA

As boas soluções nem sempre são as mais fáceis e as manifestações corretas nem sempre as mais agradáveis. A trilha do acerto exige muito mais as normas do esforço maior que as saídas circunstanciais ou os atalhos do oportunismo. Nos mínimos atos, negócios, resoluções ou empreendimentos que você faça, busque primeiro a substância "post-mortem" de que se reveste, porquanto, sem ela, seu tentame será superficial e sem conseqüências produtivas para o seu espírito. Hoje como ontem, a criatura supõe-se em caminho tedioso tão-só quando lhe falta alimento espiritual aos hábitos. Alegria que dependa das ocorrências do terra-a-terra não tem duração. Alegria real dimana da intimidade do ser. Não há espetáculo externo de floração sem base na seiva oculta. Meditação elevada, culto à prece, leitura superior e conversação edificante constituem adubo precioso nas raízes da vida. Ninguém respira sem os recursos da alma. Todos carecemos de espiritualidade para transitar no cotidiano, ainda que a espiritualidade surja para muitos, sob outros nomes, nas ciências psicológicas de hoje que se colocam fora dos conceitos religiosos para a construção de edifícios morais. À vista disso, criar costumes de melhoria interior significa segurança, equilíbrio, saúde e estabilidade à própria existência. Debaixo de semelhante orientação, realmente não mais nos será possível manter ambigüidade nas atitudes.

Em cada ambiente, a cada hora, para cada um de nós, existe a conduta reta, a visão mais alta, o esforço mais expressivo, a porta mais adequada. Atingido esse nível de entendimento, não mais é lícita para nós a menor iniciativa que imponha distinção indevida ou segregação lamentável, porque a noção de justiça nos regerá o comportamento, apontando-nos o dever para com todos na edificação da harmonia comum. Estabelecidos por nós, em nós mesmos, os limites de consciência e conveniência, aprendemos que felicidade, para ser verdadeira, há de guardar essência eterna. Constrangidos a encontrar a repercussão de nossas obras, além do plano físico, de que nos servirá qualquer euforia alicerçada na ilusão? De que nos vale o compromisso com as exterioridades humanas, quando essas exterioridades não se fundamentam em nossas obrigações para com o bem dos outros, se a desencarnação não poupa a ninguém? Cogitemos de felicidade, paz e vitória, mas escolhamos a estrada que nos conduza a elas sob a luz das realidades que norteiam a vida do Espírito, de vez que receberemos de retorno, na aduana da morte, todo o material que despachamos com destino aos outros, durante a jornada terrestre. Não basta para nenhum de nós o contentamento de apenas hoje. É preciso saber se estamos pensando, sentindo, falando e agindo para que o nosso regozijo de agora seja também regozijo depois.

3

E - Cap.XVIII - Item 10

L - Questão 4

Temas Estudados:

Autocrítica

Construção intima

Escolha de ideal

Existência de Deus

Necessidade de autoburilamento

Responsabilidade de viver

EM TODOS OS CAMINHOS

Seja qual for a experiência, convence-te de que Deus está conosco em todos os caminhos. Isso não significa omissão de responsabilidade ou exoneração da incumbência de que o Senhor nos revestiu. Não há consciência sem compromisso, como não existe dignidade sem lei.

O peixe mora gratuitamente na água, mas deve nadar por si mesmo. A árvore, embora não pague imposto pelo solo em que se vincula, é chamada a produzir conforme a espécie.

Ninguém recebe talentos da vida para escondê-los em poeira ou ferrugem. Nasceste para realizar o melhor. Para isso, é possível te defrontes com embaraços naturais ao próprio burilamento, qual a criança que se esfalfa compreensivelmente nos exercícios da escola. A criança atravessa as provas do aprendizado sob a cobertura da educação que transparece do professor. Desempenhamos as nossas funções com o apoio de Deus.

Se o conhecimento exato da Onipresença Divina ainda não te acode à mente necessidade de fé, pensa no infinito das bênçãos que te envolvem, sem que despendas mínimo esforço. Não contrataste engenheiros para a garantia do Sol que te sustenta e nem assalariaste empregados para a escavação de minas de oxigênio na atmosfera, a fim de que se renove o ar que respiras.

Reflete, por um momento só, nas riquezas ilimitadas ao teu dispor, nos reservatórios da Natureza e compreenderás que ninguém vive só.

Confia, segue, trabalha e constrói para o bem. E guarda a certeza de que, para alcançar a felicidade, se fazes teu dever, Deus faz o resto.

PRESCRIÇÕES SEMPRE NOVAS

Veja o que você quer, realmente. A procura da luz inclui o combate à sombra.

*

Alimente princípios superiores. Realizar o melhor é melhorar a si mesmo.

*

Use discernimento. A convicção espírita baseia-se na ciência da lógica.

*

Atenda à paz com todos. Quem cultiva aversões cria a infelicidade.

*

Trabalhe nas boas obras. Ninguém segue o Evangelho sem transpirar.

*

Critique o que você fale ou escreva. A propaganda indisciplinada costuma desacreditar o serviço que apregoa.

*

Não inculpe os outros por suas decepções. Somos arquitetos de nossos destinos.

*

Sirva sem discutir. O concurso sincero silencia a discórdia.

*

Aperfeiçoe as próprias preces. A natureza da rogativa evolui com a elevação de nossa própria natureza.

*

Partilhe as tarefas do bem geral. Com Jesus, o ideal de um coração é o ideal de todos.

4

E - Cap.XXV - Item 4

L - Questão 491

Temas Estudados:

Autodefesa

Autovigilância

Concurso fraterno

Esforço próprio

Espíritos protetores

Experiência individual

BENFEITORES E BÊNÇÃOS

Confiemos nos benfeitores e nas bênçãos que nos enriquecem os dias, sem no entanto, esquecer as próprias obrigações, no aproveitamento do amparo que nos ofertam.

Pais abnegados da Terra, que nos propiciam o ensejo da reencarnação, por muito se façam servidores de nossa felicidade, não nos retiram da experiência de que somos carecedores.

Mestres que nos arrancam às sombras da ignorância, por muito carinho nos dediquem, não nos isentam do aprendizado.

Amigos que nos reconfortam na travessia dos momentos amargos, por mais nos estimem, não nos carregam a luta íntima.

Cientistas que nos refazem as forças, nos dias de enfermidade, por mais que nos amem, não usam por nós a medicação que as circunstâncias nos aconselham.

Instrutores da alma que nos orientam a viagem de elevação, por muito nos protejam, não nos suprimem o suor da subida moral.

Ninguém vive sem a cooperação dos outros. Encontramo-nos, porém, à frente do amor de que todos somos necessitados, assim como o vegetal, diante do apoio da Natureza. A planta não se cria sem ar, não medra sem sol, não dispensa o auxílio da terra e não prospera sem água, mas deve produzir por si mesma.

Assim também, no reino do espírito.

Todos temos problemas reclamando o concurso alheio, mas ninguém pode forjar a solução do esforço para o bem que depende exclusivamente de nós.

RESGUARDE-SE

Resguarde-se dos tentáculos do desânimo, com a prece sincera;

das arremetidas da sombra, com a vigilância efetiva;

dos ataques do medo, com a luz da meditação;

dos miasmas do tédio, com o serviço incessante;

das nuvens da ignorância,com a bênção do estudo;

das labaredas da revolta, com a fonte da confiança;

das armadilhas do fanatismo, com a fé raciocinada;

das águas mortas do estacionamento, com o trabalho constante e desinteressado no bem.

*

Cada espírito traz em si as forças ofensivas do mal e os recursos defensivos do bem, na marcha da evolução.

A vitória do bem, conquanto seja fatal, depende, pois do livre arbítrio de cada um.

Assim sendo, para a sua felicidade, resguarde-se de toda contemporização com os enganos que nascem de você mesmo,

5

E - Cap.XVII - Item 2

L - Questão 169

Temas Estudados:

Atitude elevada

Clima grupal

Companheiros do dia-a-dia

Conduta fraternal

Definição de deveres

Vivência cotidiana

DIANTE DA CONSCIÊNCIA

A vontade do Criador, na essência, é, para nós, a atitude mais elevada que somos capazes de assumir, onde estivermos, em favor de todas as criaturas.

Quem vem a ser, porém, essa atitude mais elevada que estamos chamados a abraçar, diante dos outros? Sem dúvida, é a execução do dever que as leis do Eterno Bem nos preceituam para a felicidade geral, conquanto o dever adquira especificações determinadas, na pauta das circunstâncias.

Vejamos alguns dos nomes que o definem, nos lugares e condições em que somos levados a cumpri-lo:

na conduta - sinceridade;

no sentimento - limpeza;

na idéia - elevação;

na atividade - serviço;

no repouso - dignidade;

na alegria - temperança;

na dor - paciência;

no lar - devotamento;

na rua - gentileza;

na profissão - diligência;

no estudo - aplicação;

no poder - liberalidade;

na afeição - equilíbrio;

na corrigenda - misericórdia;

na ofensa - perdão;

no direito - desprendimento;

na obrigação - resgate;

na posse - abnegação;

na carência - conformidade;

na tentação - resistência;

na conversa - proveito;

no ensino - demonstração;

no conselho - exemplo.

Em qualquer parte ou situação, não hesites quanto à atitude mais elevada a que nos achamos intimados pelos Propósitos Divinos, diante da consciência. Para encontrá-la, basta procures realizar o melhor de ti mesmo, a benefício dos outros, porquanto, onde e quando te esqueces de servir em auxílio ao próximo, aí surpreenderás a vontade de Deus que, sustentando o Bem de Todos, nos atendem ao anseio de paz e felicidade, conforme a paz e a felicidade que ofereçamos a cada um.

NOSSO MATERIAL DE LIÇÃO

Criatura alguma conseguirá partilhar o trabalho de várias comunidades ao mesmo tempo, não obstante a pessoa, por seus atos, influir indiretamente no conjunto da Humanidade.

Cada um de nós, estejamos encarnados ou desencarnados em serviço na Crosta Terrestre, vive jungido a um grupo de companheiros que constituem laços do pretérito ou instrumentos da hora,junto dos quais somos convidados a educar a vida e o coração para a Existência Maior.

Semelhantes sócios de ideal parecer-nos-ão, às vezes, inadequados para nós, mas é preciso considerar que, provavelmente no conceito que fazem de nós,nos julgarão também impróprios para eles. Forçoso reconhecer que são agora o que são, como somos neste momento o que temos sido até hoje.

As Diretrizes Divinas não nos reuniram, por acaso, uns com os outros.

Não dispomos de recurso bastante para conhecer circunstanciadamente os propósitos da Justiça Real.

Sabemos que nos concede o melhor que sejamos capazes de receber para realizarmos o melhor que possamos fazer na hora que passa. Usemos o amor que o Evangelho nos indica a fim de que se nos reduzam as deficiências recíprocas. Imperioso amá-los quais se nos fossem familiares queridos.

Agradecer aos mais virtuosos o conforto com que nos alimentam a alma e auxiliar os que se nos mostrem menos seguros, Seguir o exemplo dos valorosos no dinamismo construtivo e apoiar os tíbios que tropeçam a cada passo da tarefa a desenvolver. Sentir-lhes os percalços, compartir-lhes os regozijos.

Recolher a inspiração dos que acertam e amparar os que se transviam.

Escutar com atenção os que ensinam e ouvir com paciência os que se desequilibram nos labirintos da necessidade.

Estimular as mínimas aspirações que entremostrem no rumo da correção, permanecendo justos para que a fraternidade jamais lisonjeie o mal naqueles que amamos.

Saber tocá-los no sentimento, sem converter a sinceridade em censura e sem transformar a bondade em fraqueza, para que não se emaranhem nas armadilhas da ilusão.

Entender que sem eles seríamos quais alunos obrigados à freqüência da escola, sem material de lição.

Em suma, aceitar o campo da vivência cotidiana como o educandário mais digno em que possamos estagiar, provisoriamente internados pela Paternidade Comum, e do qual não sairemos senão para a repetência das provas, se não tivermos notas de aproveitamento que nos recomendem a equipes superiores.

Para isso, guardemos por norma a realização de benefícios generalizados a fim de que a rotina improdutiva não nos detenha à margem, adiando o nosso acesso à verdadeira compreensão.

6

E - Cap. XVII - Item 9

L - Questão 559

Temas Estudados:

Auxilio mútuo

Cooperação no bem

Força da bondade

Poder do amor (O)

Tempo e serviço

TROCA INCESSANTE

Todos estamos situados em extenso parque de oportunidades para trabalho, renovação, desenvolvimento e melhoria. Dentre aquelas que segues no encalço, como sendo as que te respondem às melhores aspirações, detém, quanto possível, a oportunidade de auxiliar.

Tempo é comparável a solo. Serviço é plantação.

Ninguém vive deserdado da participação nas boas obras, de vez que todos nós retemos sobras de valores específicos da existência. Não somente disponibilidades de recursos materiais, mas também de tempo, conhecimento, amizade, influência.

Não percas por omissão.

“Colherás o que semeias”, velha verdade sempre nova.

Em todos os lugares, há quem te espere a cooperação. Aparentemente aqueles que te recorrem aos préstimos contam apenas com o apoio necessário, seja um gesto de amparo substancial, uma nota de solidariedade, uma palavra de bom ânimo ou um aviso oportuno. Entretanto, não é só isso. A vida é troca incessante. Aqueles a quem proteges ser-te-ão protetores.

Socorres o pequenino desfalecente; é possível que seja ele, mais tarde, o amigo prestimoso que te guarda a cabeceira no dia da enfermidade. O transeunte anônimo a quem prestas humilde favor pode ser em breve o elemento importante de que dependerás na solução de um problema.

O poder do amor, porém, se projeta mais longe. Doentes que sustentastes, nas fronteiras da morte, formarão entre os amigos que te assistem do Plano Espiritual. E ainda mesmo o auxílio desinteressado que levaste a corações empedernidos na delinqüência, quando não consigas tocá-los de pronto, te granjeará a colaboração dos benfeitores que os amam, conquanto ignorados e desconhecidos. Todos nós, os espíritos em evolução no educandário do mundo, nos assemelhamos a viajores demandando eminências que nos conduzam à definitiva sublimação. Ninguém na terra efetua viagem longa sem o auxílio de pontes, desde o viaduto imponente à pinguela simples, para a travessia de barrancos, depressões, vales e abismos. Por mais regular que se mostre a jornada, chega sempre o instante em que precisamos de alguém para transpor obstáculos ou perigo.

Construamos pontes de simpatia com o material da bondade.

Hoje alguém surge, diante de nós, suplicando apoio. Amanhã, diante de alguém, surgiremos nós.

NOSSO CONCURSO

Com efeito, o nosso concurso na obra do bem possui características marcantes:

É sempre oportuno.

Nunca se torna excessivo.

Apresenta valor específico

Recebe beneplácito superior.

Demonstra-nos o desejo de acertar.

Constitui experiência sempre nova.

Mostra campo ilimitado de manifestação.

Não precisa impor nem condicionar.

Revela hoje o amanhã melhor.

Significa chamamento à cooperação dos outros.

Carreia progresso.

Preenche-nosso tempo de maneira ideal.

Valoriza a vida de todos.

Sustenta o equilíbrio comum.

Constrói para sempre.

*

Estenda mão amiga às tarefas do bem anônimo, pois quem viaja na Terra dá e recebe invariavelmente os dons da alegria ou os tóxicos da tristeza que semeia por onde passa, na peregrinação para a Vida Eterna.

7

E - Cap. XVI - Item 13

L - Questão 702

Temas Estudados:

Apoio do exemplo

Bens espirituais

Lei do uso

Necessidade do equilíbrio

Propriedade

Prosperidade

TUA PROSPERIDADE

Tua prosperidade não transparece unicamente da face material do teu dinheiro, das tuas posses, da tua casa, dos teus bens.

Ela se compõe das experiências que ajuntaste, de alma transada, ante as incompreensões que te cercaram as horas. Formam-se dos conhecimentos nobilitantes que amealhaste pelo estudo perseverante com que te habilitas ao privilégio de minorar a fadiga e o sofrimento dos irmãos que te acompanham à retaguarda, sem luz que os norteie...

Ergue-se das palavras temperadas de prudência e de amor que as provações atravessadas com paciência te acumularam no escrínio da alma, transfigurando-te em socorro aos caídos...

Eleva-se dos gestos de compaixão, que amontoastes à custa das disciplinas a que te submeteste em favor dos que amas, pelas quais adquiristes o teto capaz de arredar a discórdia do nascedouro...

Avoluma-se nas migalhas do tempo, que sabes extrair obrigações retamente cumpridas, para que te não falte a oportunidade de trabalhar no amparo aos menos felizes...

Tua prosperidade brilha nos exemplos de fraternidade com que dignificas a vida, nas demonstrações de altruísmo com que suprimes a crueldade, nos testemunhos de fé renovadora com que levantas os tíbios ou nos atos de humildade com que desarmas a delinqüência.

Reparte com o próximo os valores que transportas no espírito.

Aquele que verdadeiramente serve, distribui sem nunca empobrecer-se. Quem mais deu e quem mais dá sobre a Terra é Jesus Cristo, cuja riqueza verte, infinita, dos tesouros do coração.

USO E ABUSO

O uso é o bom-senso da vida e o metro da caridade.

Vida sem abuso, consciência tranqüila.

*

Uso é moderação em tudo.

Abuso é desequilíbrio.

*

O uso exprime alegria.

Do abuso nasce a dor.

*

Existem abusos de tempo, conhecimento e emoção.

Por isso, muitas vezes, o uso chama-se “abstenção”

*

O uso cria a reminiscência confortadora.

O abuso forja a lembrança infeliz.

*

Saber fazer significa saber usar.

Todos os objetos ou aparelhos, atitudes ou circunstâncias exigem uso adequado, sem o que surge o erro.

*

Doença – abuso da saúde.

Vício – abuso do hábito.

Supérfluo – abuso do necessário

Egoísmo – abuso do direito

Todos os aspectos menos bons da existência constituem abusos.

*

O uso é a lei que constrói.

O abuso é a exorbitância que desgasta.

Eis por que progredir é usar bem os empréstimos de Deus.

8

E - Cap. X - Item 13

L - Questão 922

Temas Estudados:

Companheiros leais

Diretriz construtiva

Em direção da felicidade

Obrigações para com os outros

Saber ouvir a verdade

Sinceridade e maledicência

COMPANHEIROS FRANCOS

Na esfera do sentimento, habitualmente defrontados por certa classe de amigos que são sempre dos mais preciosos e aos quais nem sempre sabemos atribuir o justo valor: aqueles que nos dizem a verdade, acerca das nossas necessidades de espírito.

Invariavelmente, categorizamos em alta conta as afeições que nos assegurem conveniências de superfície, nos quadros do mundo. Confiança naqueles que nos multipliquem as posses efêmeras e solidariedade aos que nos garantam maior apreço no grupo social.

Perfeitamente cabível a nossa gratidão para com todos os benfeitores que nos enriquecem as oportunidades de progredir e trabalhar na experiência comum.

Sejamos, porém, honestos conosco e reconheçamos que não nos é fácil aceitar o concurso dos companheiros cuja palavra franca e esclarecedora nos auxilia na supressão dos enganos que nos parasitam a existência. Se nos falam, sem qualquer circunlóquio, em torno dos perigos de que nos achamos ameaçados, à vista de nossa inexperiência ou invigilância, ainda mesmo quando enfeitem a frase com o arminho da bondade mais pura, freqüentemente reagimos de maneira negativa, acusando-os de ingratos e duros de coração. Se insistem, não raro consideramo-los obsidiados, quando não permitimos que o mel da amizade se nos transtorne na alma em vinagre de aversão, exagerando-lhes os pequeninos defeitos, com absoluto esquecimento das nobres qualidades de que são portadores.

Tenhamos em consideração distinta os amigos incapazes de acalentar-nos desequilíbrios ou ilusões. Jamais cometamos o disparate de misturá-los com os caluniadores. Os empreiteiros da difamação e da injúria falam destruindo. Os amigos positivos e generosos advertem e avisam com discrição e bondade. Sempre que algo nos digam, sacudindo-nos a alma, entremos em sintonia com a própria consciência, roguemos ao Senhor nos sustente a sinceridade e saibamos ouvi-los.

SALVO-CONDUTOS

Evite o gracejo descaridoso.

Valorize os intervalos de trabalho.

Observe o passado como arquivo de experiência.

Esqueça os sinais menos dignos das criaturas e dos fatos.

Sorria como resposta à dificuldade.

Dissipe as nuvens da incompreensão com a indulgência na palavra.

Respeite invariavelmente a fé alheia.

Sirva sem ostentar o serviço.

Melhore as opiniões no sentido edificante.

Fuja às pequenas manifestações de tirania disfarçada.

Coloque acima das próprias necessidades aquilo que se faça necessário ao bem dos outros.

Reivindique como privilégio a si mesmo a responsabilidade que lhe compete.

Ultime sem mais delonga a obrigação atrasada.

Sopese toda promessa antes de articulá-la na boca.

Corresponda, quanto possível, aos anseios dos que esperam por seu auxílio.

*

Semelhantes ações funcionam quais preciosos salvo-condutos desentrançando os obstáculos em nossa caminhada para a Felicidade Maior.

9

E – Cap. XV – Item 5

L – Questão 770

Temas Estudados:

Amparo desinteressado

Entendimento

Importância do concurso individual

Justiça e nós

Poder do exemplo (O)

Rumo à fraternidade comum

SOLIDARIEDADE

Não exijas, inconseqüentemente, que os outros te dêem isso ou aquilo, como se o amor fosse artigo de obrigação.

Muitos falam de justiça social nas organizações terrestres, centralizando interesse e visão exclusivamente em si próprios, qual se os outros não fossem gente viva, com aspirações e lutas, alegrias e dores iguais às nossas.

*

Como entender aqueles que nos compartilham a estrada, sem largarmos a carapaça das vantagens pessoais, a fim de penetrar-lhes o coração?

Efetivamente, não possuímos fortuna capaz de suprimir-lhes todos os problemas de ordem material e nem as leis do Universo conferem a alguém o poder de atravessar por nós o dédalo das provas de que somos carecedores; entretanto, podemos empregar verbo e atitude, olhos e ouvidos, pés e mãos, de maneira constante, na obra do entendimento.

Inicia-te no apostolado da confraternização, meditando nas dificuldades aparentemente insignificantes de cada um, se nutres o desejo de auxiliar.

Não reclames contra o verdureiro, que não te reservou o melhor quinhão, atarantado, qual se encontra, no serviço, desde os primeiros minutos do amanhecer; endereça um pensamento de simpatia para a lavadeira, cujos olhos cansados não te viram a nódoa na roupa; considera o funcionário que te serve, apressado ou inseguro, por alguém de idéia pressa a tribulações no recinto doméstico; aceita o amigo que te não pode atender numa solicitação como sendo criatura algemada a compromissos que desconheces; escuta os companheiros de ânimo triste, como quem se sabe também suscetível de adoecer e desanimar-se; interpreta o colega irritado por enfermo a rogar-te os medicamentos da tolerância; cala o apontamento desairoso, em torno daqueles que ainda não se especializaram em conversar com o primor da gramática; não te ofendas com o gesto infeliz do obsidiado, que transita na rua, sob a feição de pessoa equilibrada e sadia...

*

Todos sonhamos com o império da fraternidade, todos ansiamos por ver funcionando, vitoriosa, a solidariedade entre todos os seres, na exaltação dos mais nobres princípios da Humanidade... Quase todos, porém, aguardamos palácios e milhões, títulos e honrarias,para contribuir, de algum modo, na grande realização, plenamente esquecidos de que um rio se compõe de fontes pequenas e que nem um de nós, no que se refere a fazer o melhor, em louvor do bem, deve esperar o amanhã para começar.

ATÉ O FIM

Já sentiu você o prazer de ajudar alguém, sem interesse secundário, de modo absoluto, do início ao fim da necessidade, presenciando um sucesso ou uma recuperação?

Por exemplo, encontrar um enfermo, sem possibilidades de tratamento, endereçado ao fracasso, e providenciar-lhe a melhoria, simplesmente em troca da satisfação de vê-lo restituído às oportunidades da existência?

Ressuma deste fato bem-estar sem paralelo em qualquer outra ação humana, por exprimir-se em regozijo íntimo inviolável.

Você já pensou nos resultados incalculáveis de se proteger uma criança impelida ao abandono, desde as primeiras iniciações da vida até a obtenção de um título profissional que lhe outorgue liberdade e respeito a si mesma, sem intuito de cobrança?

Já refletiu na importância inavaliável de um serviço sacrificial sustentado em benefício de outrem, do princípio ao remate, sem pedir ou esperar a admiração de quem quer que seja?

Só aqueles que já passaram por essas realizações conseguem julgar a pureza da euforia e a originalidade da emoção que nos dominam, ao cumprirmos integralmente os deveres assistenciais do começo ao acabamento, sem a mínima idéia de compensação.

Ocasiões não faltam.

Ombreamos diariamente multidões de doentes, desabrigados, famintos, nus, obsessos e desorientados.

Você pode até mesmo escolher a empreitada que pretenda chamar para si.

Há um encanto particular em sermos protagonistas ou colaboradores efetivos das vitórias do próximo. Em muitas ocasiões, não há melhor estimulante à vida e ao trabalho.

Para legiões de criaturas essa obra de benemerência completa e oculta é a fórmula para restaurarem a confiança em Deus, cujas leis de amor funcionam pela marca do anonimato, em bases impessoais.

Nessas empresas do bem por dedicação ao bem, almas inúmeras encontram a cura dos males, o esquecimento de sombras, a significação da utilidade pessoal e a equação ideal do contentamento de viver.

Quando inconformidade ou monotonia lhe desfigurem a paisagem interior, dinamize o seu poder de auxiliar.

Semeie sacrifícios e colha sorrisos.

Dê suas posses e receba a alegria que não tem preço.

Tome a iniciativa de oferecer a sua hora e outros virão espontaneamente trazer dias e dias de apoio ao trabalho em que você se empenhou.

Experimente. Desencadeie a causa do bem e o bem responderá mecanicamente com os seus admiráveis efeitos.

10

E – Cap. XXII – Item 3

L – Questão 803

Temas Estudados:

Conduta e conciliação

Conflitos conjugais

Família humana

Imperativo da caridade

Matrimônio

Religião e casamento

ANTE A FAMÍLIA MAIOR

Se podes transportar as dificuldades que te afligem num corpo robusto e razoavelmente nutrido, reflete naqueles nossos irmãos da família maior que a penúria vergasta.

Diante deles, não permita que considerações de natureza inferior te cerrem as portas do sentimento.

Se algo possuis para dar, não atrases a obra do bem e nem baseies nas aparências para sonegar-lhes cooperação.

Aceitemo-los como sendo tutores paternais ou filhos inesquecíveis largados no mar alto da experiência terrestre e que a maré da provação nos devolve, qual se fossemos para eles especuladores da violência. Impacientaram-se na expectativa de um socorro que lhes afigurava impossível e deixaram que a desesperação os enceguecesse.

Outros se apresentam marcados por hábitos lastimáveis; todavia, não admita estejam na posição de escravos irresgatáveis do vício. Atravessaram longas trilhas de sombra, e, desenganados quanto à chegada de alguém que lhes fizesse luz no caminho, tombaram desprevenidos nos precipícios da margem.

Surpreendemos os que aparecem exteriormente bem-postos e aqueles que dão a idéia de criaturas destituídas de qualquer noção de higiene, mas não crias, por isso, vivam acomodados à impostura e ao relaxamento. Um a um, carregam desdita e enfermidade, tristeza e desilusão.

Não duvidamos de que existam, em alguns raros deles, orgulho e sovinice; no entanto, isso nunca sucede no tamanho e na extensão da avareza e da vaidade que se ocultam em nós, os companheiros indicados a estender-lhes as mãos.

Se rogam auxílio, não poderiam ostentar maior credencial de necessidade que a dor de pedir.

Sobretudo, convém acrescentar que nenhum deles espera possamos resolver-lhes os todos os problemas cruciais do destino. Solicitam somente essa ou aquela migalha de amor, à feição do peregrino sedento que suplica um copo d’água para ganhar energia e seguir adiante.

Esse pede uma frase de bênção, aquele um sorriso de apoio, outro mendiga um gesto de brandura ou um pedaço de pão...

Abençoa-os e faze, em favor deles, quanto possas, sem te esqueceres de que o Eterno Amigo nos segue os passos, em divino silêncio, após haver dito a cada um de nós, na acústica dos séculos:

- “Em verdade, tudo aquilo que fizerdes ao menor dos pequeninos é a mim que o fizestes.”.

O ESPIRITISMO E OS CÔNJUGES

Sem entendimento e respeito, conciliação e afinidade espiritual torna-se difícil o êxito no casamento.

Todos os pretendentes à união conjugal carecem de estudar as circunstâncias do ajuste esponsalício antes do consórcio, para isso existindo o período natural do noivado.

Aspecto deveras importante para ser analisado será sempre o da crença religiosa.

Efetivamente, se a religião idêntica no casal contribui bastante para a estabilidade do matrimônio, a diversidade dos pontos de vista não é um fator proibitivo da paz da família. Mas se aparecem rixas no lar, oriunda do choque de opiniões religiosas diferentes, a responsabilidade é claramente debitada aos esposos que se escolheram um ao outro.

A tendência comum de um cônjuge é a de levar o outro a pensar e agir como ele próprio, o que nem sempre é viável e nem pode ocorrer. Eis por que não lhes cabe violentar situações e sentimentos, manejando imposições recíprocas, mormente no sentido de se arrastarem a determinada crença religiosa.

Deve partir do cônjuge de fé sincera a iniciativa de patentear a qualidade das suas convicções, em casa, pelo convite silencioso a elas, através do exemplo.

Não será por meio de discussões, censuras ou pilhérias em torno de assuntos religiosos que se evidenciará algum dia a excelência de uma doutrina.

Ao invés de murmurações estéreis, urge dar provas de espiritualidade superior, repetidas no dia-a-dia. Em lugar de conceitos extremados nas prédicas fatigantes, vale mais a exposição da crença pela melhoria da conduta, positivando-se quão pior seria qualquer criatura sem o apoio da religião.

Para os espíritas jamais será construtivo constranger alguém a ler certas obras, freqüentar determinadas reuniões ou aceitar critérios especiais em matéria doutrinária. Quem deseje modificar a crença do companheiro ou companheira, comece a modificar a si mesmo, na vivência da abnegação pura, do serviço, da compreensão, do bom-senso prático, salientando aos olhos do outro ou da outra a capacidade de renovação dos princípios que abraça.

O cônjuge é a pessoa mais indicada para revelar as virtudes de uma crença ao outro cônjuge.

Um simples ato de bondade, no recinto do lar, tem mais força persuasiva que uma dezena de pregações num templo onde a criatura comparece contrariada.

Uma única prova de sacrifício entre duas pessoas que se defrontam, no convívio diário, surge mais eficaz como agente de ensino que uma vintena de livros impostos para leituras forçadas.

Em resumo, depende do cônjuge fazer a sua religião atrativa e estimulante para o outro, ao contrário de mostrá-la fastidiosa ou incômoda.

Nos testemunhos de cada instante, no culto vivo do Evangelho em casa e na lealdade à própria fé, persista de cada qual nas boas obras, porque, ante demonstrações vivas de amor, cessam quaisquer azedumes da discórdia e todas as resistências da incompreensão.

11

E – Cap. V – Item 4

L – Questão 1004

Temas Estudados:

Desastres morais

Destino

Imunização contra o mal

Interdependência

Mal e nós (o)

Nós e os outros

O BEM ANTES

Não ignoramos que a lei de causa e efeito funciona mecanicamente, em todos os domínios do Universo.

Sabemos, porém, que diariamente criamos destino.

Decerto que a Eterna Sabedoria não nos concede a inteligência para obedecermos passivamente aos impulsos exteriores; confere-nos inteligência e razão para obedecermos às leis por ela estabelecidas, com o preciso discernimento entre o bem e o mal.

Cabe-nos, assim, criar o bem e promovê-lo com todas as possibilidades ao nosso alcance.

Deploramos a tragédia passional em que se envolveram amigos dos mais queridos ....

Indaguemos de nós sobre o que efetuamos, em favor deles, para que não se arrojassem na delinqüência.

Espantamo-nos perante a desolação de mães desvalidas que se condenam à morte, à frente dos próprios filhos desamparados... Perguntemos-nos quanto ao que foi feito por nós, a fim de que a penúria não as levasse à grimpas do desespero.

Lamentamos desajustes domésticos e perturbações coletivas, incompreensões e sinistros; entretanto, em qualquer falha nos mecanismos da vida é necessário inquirir, quanto à nossa conduta, no sentido de remover, em tempo hábil, a ocorrência infeliz.

“O bem antes de tudo” deve erigir-se por item fundamental do nosso programa de cada dia.

Atendamos ao socorro fraterno, na imunização contra o mal, com o desvelo dentro do qual nos premunimos contra acidentes, em respeitando os sinais de trânsito.

Alguém se permitirá dizer que, se somos livres, nada temos a ver com as experiências do próximo; e estamos concordes com semelhante assertiva, no tocante a viver, de vez que todos dispomos de independência nas escolhas e ações da existência, das quais forneceremos contas respectivas, ante a Vida Maior; contudo, em matéria de conviver, coexistimos na interdependência, em que necessitamos do amparo uns dos outros, para sustentar o bem de todos.

Os viajantes de um navio, a pleno oceano, reclamam auxílio mútuo, a fim de que se evite o soçobro da embarcação.

Nós, os Espíritos encarnados e desencarnados, em serviço no Planeta, não nos achamos em condição diferente. Daí, a necessidade de fazermos todo bem que nos seja possível na reparação desse ou daquele desastre, mas, para que tenhamos sempre a consciência tranqüila, é preciso saber se fizemos o bem antes.

GUARDE CERTEZA

O ato de rebeldia e dureza, antes de manifestar-se em maligna agitação, transforma o templo da alma em foco de lixo vibratório.

A palavra precipitada e ferina, antes de ferir o ouvido alheio, entenebrece os processos mentais do seu autor, com a sombra da invigilância.

*

A queixa, embora aparentemente justa, antes de parasitar o equilíbrio do próximo, vicia as intenções mais íntimas do seu portador.

*

A opinião estagnada e orgulhosa, antes de acabrunhar o interlocutor, cristaliza as possibilidades de atualização e aperfeiçoamento de quem a manifesta.

*

O hábito lamentável, superficialmente comum, antes de sugerir a trilha da frustração ao vizinho, aprisiona quem o cultiva em malhas invisíveis de lodo e sombra.

*

A repetição deliberada de um erro, antes de dilapidar a reputação do delinqüente, intoxica-lhe a vontade e solapa-lhe a segurança.

*

A grande ação delituosa, antes de exteriorizar-se para o conhecimento de todos, é precedida por pequenas ações infelizes, ocultas nos propósitos escusos daquele que a perpetra.

*

O desculpismo improcedente, antes de ser vã tentativa de iludir os outros, constitui a realização efetiva da ilusão naquele que o promove.

*

Antes de agirmos, mentalizamos a ação.

Antes de atuarmos na vida exterior, atuamos em nossa vida profunda.

Antes de sermos bons ou maus para todos, somos bons ou maus para nós mesmos.

*

Guarde certeza dessas realidades.

Antes de colher o sorriso da felicidade que esperamos através dos outros, é preciso vivermos o bem desinteressado e puro que fará felizes aqueles que nos farão felizes por nossa vez.

12

E – Cap. XIII – Item 4

L – Questão 800

Temas Estudados:

Apoio espírita

Espiritismo e experiência pessoal

Obra espírita

Provações inesperadas

Socorro Fraterno

Tribulações escondidas

MENSAGEM DE COMPANHEIRO

Se já pudeste receber o amparo do Espiritismo, sustenta a obra espírita, a fim de que a obra espírita continue a auxiliar.

Não sonegue o ensino que entesouras, nem fujas do bem que podes fazer.

Quantos esperam de alguém um aviso fraterno, uma palavra de entendimento, um livro tonificante ou um gesto de apoio, para evitara a queda iminente!...

Compadeces-te dos enfermos e dos famintos e repartes com eles as migalhas do bolso e os recursos do prato. Pensa também nos necessitados da alma, que caminham na terra em penúria do coração.

Reflete nas aflições que se escondem sob os rituais da etiqueta; nos calvários endinheirados; nas obsessões ardilosamente embutidas na inteligência; no desânimo dos bons; nas dores bem trajadas; nos remorsos enquistados na consciência; nos males ocultos; e no desespero dos que revolvem as cinzas, procurando um sinal de sobrevivência dos entes amados que se despediram na morte....

Muitos daqueles que julgas embriagados de alegria trazem no peito um vaso de lágrimas e muitos daqueles outros que imaginas realizados, tão-só porque os viste pelas lentes da fama, carregam dificuldades e provações, mendigando socorro espiritual.

É que há sombras e sombras. Para repelir as que assaltam os olhos basta o conhecimento da luz, mas para dissipar as que envolvem a alma será preciso a luz do conhecimento.

Deixa, assim, que o Espiritismo – a refletir o Sol do Evangelho - ilumine a vida, através de ti.

Para isso, não te dês a qualquer exigência.

Fala o conceito espírita em momento adequado; estende a página espírita com a espontaneidade de quem alivia o sedento na fonte de água pura; testemunha a convicção espírita, no regozijo ou no sofrimento; e oferece o exemplo espírita na vivência dos princípios que amamos, em trabalho e paciência, compreensão e humildade.

O apostolado de Allan Kardec é a restauração do Cristianismo simples e claro, em que Jesus procura o povo e o povo encontra Jesus.

Corações em prece e mãos em serviço!....

Se já nos foi possível receber o concurso do Espiritismo, apoiemos a obra espírita, a fim de que a obra espírita continue a auxiliar.

PROVAS IRREVELADAS

Do ponto de vista moral, há bastante infortúnio escondido em toda a parte.

Nos ambientes mais diversos, nos momentos em que menos se espera, com as pessoas fisionomicamente mais seguras de si, a aflição desponta inesperada e o pranto pode estar surgindo às ocultas.

Desilusão, moléstia, revolta e desalento em muitos casos não afluem à face das circunstâncias exteriores.

Familiar decepcionado com o noticiário desairoso que vem a saber com respeito ao parente querido.

Jovem agoniada na frustração de projetos matrimoniais.

Pai fustigado pela doença incurável de um filho.

Mãe ansiosa pela reconciliação impraticável com o pai de sua prole.

Cavaleiro bem-posto, mas absolutamente inconformado com a deficiência física de que se sabe portador, sem que os outros percebam.

Viúva atormentada pela falta de garantias no lar.

Cônjuge que não mais confia na companheira de vinte anos.

Homem ferido pela consciência na fase de transição entre um passado recente de erros e um futuro de maiores acertos.

Chefe enfermo de família numerosa, repentinamente desempregado.

Criatura robusta e aparentemente normal, envolvida em tramas de obsessão.

Aprendamos com a Doutrina Espírita que o pretérito se reflete no presente e que a lei de causa e efeito funciona em qualquer paisagem social, em qualquer pessoa, em todos os bastidores profissionais e todos os dias.

Ponderemos nisso, a fim de não faltarmos com o apoio devido à harmonia que nos cabe manter nos domínios da vida.

Se alguém lhe respondeu asperamente, se um amigo aparece incompreensivo, se aquele companheiro passou de súbito a dedicar-lhe antipatia gratuita, se aquele outro lhe abalroa as edificações espirituais, e se muitos não lhe correspondem, de leve, às esperanças,

suponha semelhantes irmãos presos mentalmente a problemas irrevelados de angústia e coloque-se na posição deles, com as provas e desvantagens que experimentam, e decerto você se compadecerá de cada um,dispondo-se a auxiliá-los.

Nem sempre a voz corrente fala tudo o que vai nas almas.

Repitamos para nós que a verdadeira caridade se resume na compreensão para além das aparências dos espíritos com os quais se convive, perdoando e ajudando silenciosas e desinteressadamente, de nossa parte, onde estejamos, como se faça necessário e tanto quanto seja possível.

13

E – Cap. IX – Item 7

L – Questão 893

Temas Estudados:

Aparência e realidade

Bondade e madureza de espírito

Caridade material e caridade moral

Compreensão e felicidade

Dádivas

Esporte da alma

DOAÇÕES ESPIRITUAIS

Feliz daquele que destaca uma parcela do que possui, a benefício dos semelhantes!

Bem-aventurado aquele que dá de si próprio!

Através de todos os filtros do bem, o amor é sempre o mesmo,mas, enquanto as dádivas materiais, invariavelmente benditas, suprimem as exigências exteriores, as doações de espírito interferem no íntimo, dissipando as trevas que se acumulam no reino da alma.

Dolorosa a tortura da fome, terrível a calamidade moral.

Divide o teu pão com as vítimas da penúria, mas estende fraternas mãos aos que vagueiam mendigando o esclarecimento e o consolo que desconhecem. Não precisas procurá-los, de vez que te cercam em todos os ângulos do caminho .... São amigos e por vezes te ferem com supostas atitudes de crueldade, quando apenas te esmolam conforto, comunicando-te, em forma de intemperança mental, as chamas de sofrimento que lhes calcinam os corações; categorizam-se por adversários e criam-te problemas, não por serem perversos, mas porque lhes faltam ainda as luzes do entendimento; aparecem por pessoas entediadas, que dispõem de todas as vantagens humanas para serem felizes, mas a quem falta uma voz verdadeiramente amiga, capaz de induzi-las a descobrir a tranqüilidade e a alegria, através da sementeira das boas obras; surgem na figura de criaturas consideradas indesejáveis e viciosas, cujo desequilíbrio nada mais é que a expectativa frustrada do amparo afetivo que suplicaram em vão!...

Para atender aos que carecem de apoio físico, é preciso bondade; no entanto, para arrimar os que sofrem necessidades da alma, é preciso bondade com madureza.

Se já percebes que nem todos estamos no mesmo degrau evolutivo, auxilia com a tua palavra ou com o teu silêncio, ou com o teu gesto ou com a tua decisão no plantio da união e da concórdia, da esperança e do otimismo, no terreno em que vives!...

Compreender e compreender para a sustentação da lavoura do bem que se cobrirá de frutos para a felicidade geral.

Não te digas em solidão para fazer tanto... Refletindo em nossos deveres, antes as doações espirituais, lembremo-nos de Jesus. Nos dias de fome da turba inquieta, reuniase o Divino mestre com os amigos para beneficiar a milhares; entretanto, na hora do extremo sacrifício, quando lhe cabia socorrer as vítimas da ignorância e do ódio, da violência e do fanatismo, ele sozinho fez o donativo de si mesmo, em favor de milhões.

DESPORTOS

Se há esportes que auxiliam o corpo, há esportes que ajudam a alma...

A marcha do dever retamente cumprido.

A regata do suor no trabalho.

O exercício do devotamento ao estudo.

O salto do esforço, acima dos obstáculos.

A maratona das boas obras.

O torneio da gentileza.

O mergulho no silêncio, diante da injúria.

O nado da paciência nas horas difíceis.

A ginástica da tolerância perante as ofensas.

O Vôo do pensamento às esferas superiores.

A demonstração de resistência moral nas provas de cada dia.

Todos esses desportos do espírito podem ser praticados em todas as idades e condições.

E creia que qualquer campeonato num deles será prêmio de luz em seu coração, a brilhar

para sempre.

14

E – Cap. IX – Item 9

L – Questão 826

Temas Estudados:

Autotratamento

Azedume nos caracteres elevados

Cativeiro íntimo

Disciplina e direitos individuais

Irritação

Manifestações

EM TORNO DA IRRITAÇÃO

Observação estranha, mas fato real. As ocorrências da irritação aparecem muito mais freqüentemente nos caracteres enobrecidos. Espécie de enfermidade da retidão, se a retidão pudesse adoecer.

A pessoa percebe a grandeza da vida, acorda para a responsabilidade, consagra-se à obrigação e passa a prestigiar disciplina e tempo; adquirindo mais ampla noção do dever, que reconhece precisa exprimir-se irrepreensivelmente executado, supõem-se com mais vasta provisão de direitos. E, por vezes, leva mais longe que o necessário a faculdade de preservá-los e defendê-los, iniciando as primeiras formações de irascibilidade, através da superestimação do próprio valor. Instalado o sentimento de autoimportância, a criatura abraça facilmente melindres e mágoas, diante de lutas naturais que considera por incompreensões e ofensas alheias.

Chegando a esse ponto, as vítimas desse perigoso síndroma, vinculado à patologia da mente, surgem perante os mais íntimos na condição de enfermos prestimosos, amados e evitados, de vez que não se lhes pode ignorar a altura moral e nem adivinhar o momento da explosão. E porque o mau-humor dos espíritos respeitáveis, pelo trabalho que exercem e pela conduta que esposam, dói muito mais que a leviandade de criaturas menos afeitas à dignidade e ao serviço, semelhantes companheiros estimáveis e preciosos são procurados tão-somente em regime de exceção ou postos à margem pela gentileza dos outros, interpretados à conta de amigos temperamentais ou nervosos distintos.

Examinemos a nós mesmos.

Dirijamos para dentro da própria alma o estilete da introspecção.

Se a agressividade nos assinala o modo de ser, tratemos do caráter enfermiço, com a mesma atenção com que se medica um órgão doente. E se nossa consciência jaz tranqüila , na certeza de que temos procurado realizar o melhor ao nosso alcance, no aproveitamento das oportunidades que o Senhor nos concedeu, estejamos serenos na dificuldade e operosos na prática do bem, à frente de quaisquer circunstância, lembrando-nos de que a erva-de-passarinho asfixia de preferência as árvores nobres e a tiririca se alastra , como verdadeira calamidade, justamente na terra boa.

LIBERTE A VOCÊ

Lábios envenenados pelo fel da maledicência não conseguem sorrir com verdadeira alegria.

Ouvidos fechados com a cera da leviandade não escutam as harmonias intraduzíveis da paz.

Olhos empoeirados pela indiscrição não vêem as paisagens reconfortantes do mundo.

Braços inertes na ociosidade não conseguem fugir à paralisia.

Mente prisioneira no mal não amealha recursos para reter o bem.

Coração incapaz de sentir a fraternidade pura não se ajusta ao ritmo da esperança e da fé.

*

Liberte a você de semelhantes flagelos.

Leis indefectíveis de amor e justiça superintendem todos os fenômenos do Universo e fiscalizam as reações de cada espírito. Assim, pois, no trabalho da própria renovação, a criatura não pode desprezar nenhuma das suas manifestações pessoais, sem o que dificilmente marchará para a Vanguarda de Luz.

15

E – Cap. XIV – Item 8

L – Questão 779

Temas Estudados:

Crises em família

Escola terrestre

Função educativa do lar

Laços consangüíneos

Parentela

Respeito mutuo

NA SEARA DOMÉSTICA

Todos somos irmãos, constituindo uma família só, perante o Senhor; mas, até alcançarmos a fraternidade suprema, estagiaremos, através de grupos diversos, de aprendizado em aprendizado, de reencarnação a reencarnação.

Temos, assim, no cotidiano, a companhia daquelas criaturas que mais

entranhadamente se nos associam ao trabalho, chamem-se esposo ou esposa, pais ou filhos, parentes ou companheiros. E, por muito se nos impessoalizem os sentimentos, somos defrontados em família pelas ocasiões de prova ou de crises, em que nos inquietamos, gastando tempo e energia para vê-los na trilha que consideramos como sendo a mais certa. Se já conquistamos, porém, mais amplas experiências, é forçoso, a fim de ajudá-los, cultivar a bondade e a paciência com que, noutro tempo, fomos auxiliados por outros.

Suportamos dificuldades e desacertos para atingir determinados conhecimentos, atravessamos tentações aflitivas e, em alguns casos, sofremos queda imprevista, da qual nos levantamos somente à custa do amparo daqueles que fizeram da virtude não uma alavanca de fogo, mas sim um braço amigo, capaz de compreender e de sustentar.. Lembremo-nos, sobretudo, de que os nossos entes amados são consciências livres, quais nós mesmos. Se errados, não será lançando condenação que poderemos reajustálos; se fracos, não é aguardando deles espetáculos de força que lhes conferiremos valor; se ignorantes, não é lícito pedir-lhes entendimento, sem administrar-lhes educação; e, se doentes, não é justo esperar testemunhem comportamento igual ao da criatura sadia, sem, antes, suprimir-lhes a enfermidade.

Em qualquer circunstância, é necessário observar e observar sempre que fomos transitoriamente colocados em regime de intimidade, a fim de aprendermos uns com os outros e amparar-nos reciprocamente.

À vista disso, quando o mal se nos intrometa na seara doméstica, evitemos desespero, irritação, desânimo e ressentimento, que não oferecem proveito algum, e sim recorramos à prece, rogando à Providência Divina nos conduza e inspire por seus emissários; isso para que venhamos a agir, não conforme os nossos caprichos, e sim de conformidade com o amor que a vida nos preceitua, a fim de fazermos o bem que nos compete fazer.

POR NOSSA VEZ

Humanidades numerosas povoam os mundos siderais.

Povoamos a Escola Terrestre.

*

Espíritos marcham em gradação infinita, nos campos da evolução.

Apresentamos os resultados de nosso esforço na vida diária.

*

Muitos corações são mais felizes que o nosso.

Almas inumeráveis esperam por nosso auxílio.

*

Ninguém vive desligado da Supervisão Divina .

Somos examinados constantemente.

*

Há criaturas no passo inicial do progresso.

Encontramos a Perfeição Infinita, agindo e servindo à frente de todos.

*

Hoje, o nosso vizinho pode ser visitado pela experiência difícil.

Amanhã, provavelmente, será nossa vez.

*

A Lei julga, imparcialmente, aqueles que costumamos julgar.

Todavia, a mesma Lei, avalia-nos os mínimos atos com integridade indefectível.

16

E – Cap. XV – Item 10

L – Questão 912

Temas Estudados:

Amor e espontaneidade

Auxílio e oportunidade

Doações e natureza

Medicação espiritual

Socorro atrasado

Solidariedade e disciplina

NÃO RETARDES O BEM

A dádiva tem força de lei, em todos os domínios da Criação.

A flor dá naturalmente do seu perfume, e o animal, em sistema de compulsória, oferece cooperação ao homem, através do suor em que se consome. A criatura generosa dá concurso fraterno, pelos recursos da caridade, sem esperar petição alguma, e o usurário desencarnado cede, constrangido pelos mecanismos da herança todas as posses que acumulou.

Isso ocorre porque no fundo, todos os bens da vida pertencem a deus, que no-los empresta visando ao nosso próprio enriquecimento.

*

Desenvolve, quanto possível, a tua capacidade de auxiliar,porquanto, no tamanho de teu sentimento, podes ser o amparo material, ainda que ligeiro, no labor da beneficência: a palavra que esclarece e consola no combate da luz contra o assalto das trevas; a presença amiga que insufla a esperança ou o braço acolhedor que sustenta o companheiro atormentado pela exaustão.

Recorda,porém, que existe o momento perfeito de auxiliar, seja ele conhecido como sendo a ocasião da necessidade, a sugestão do trabalho, o propósito de ajudar ou o impulso da intuição

Aproveita o ensejo de ser útil, com a inteligência de quem sabe que é preciso plantar hoje para colher amanhã.

Para isso, no entanto, é imperioso te desfaças de todas as exigências. Não temas farpas de censura,em torno de tua dádiva, e nem taxes a tua bondade com impostos de gratidão.O amor não cobra pedágio seja a quem for que passe por ele recebendo serviço.

Ajuda com alegria de quem se honra com a faculdade de acrescentar as alegrias de que Deus dotou o Universo; sobretudo, não permitas que a oportunidade de auxiliar se deteriore em suas mãos. A dádiva retardada tem gosto de recusa, tanto quanto a refeição inaproveitada fere o equilíbrio do paladar..

Auxilia quanto, como onde e sempre que possas para o erguimento do bem comum.

Não esperes que a desencarnação obrigue outros a distribuir aquilo que podes dar hoje, no amparo aos semelhantes, para a construção de tua própria felicidade, de vez que tudo aquilo que damos à vida, na pessoa do próximo, é justamente aquilo que a vida nos restitui.

MODOS DE USAR

As doações abençoadas da Misericórdia Divina constituem exatos medicamentos à

nossas necessidades e pedem modo particular de uso.

A inteligência exige burilamento constante no aprendizado construtivo.

A saúde, sem atividade no bem, cede lugar à moléstia.

A posse financeira não proporciona verdadeira alegria, quando vive a distância do socorro

fraterno.

A autoridade humana não constrói segurança para ninguém, quando adota regime de

intemperança de si própria.

O prestígio social reduz-se a simples aparência, se brilha sem base no esforço honesto.

O conhecimento elevado, sem trabalho digno, é acelerador do remorso.

O ninho familiar, sem o clima de concórdia, é via de acesso par o desequilíbrio geral.

Assim, o amparo da Espiritualidade Maior traz em si mesmo a sugestão para o necessário

aproveitamento.

Observe, pois, a disciplina requerida na administração dos medicamentos espirituais que

o Céu lhe envia, sabendo que os horários, doses e formas de emprego reclamam

exatidão e persistência, boa-vontade e confiança para sanarem efetivamente os males

que nos espoliam a vida íntima, de modo a que nos renovemos para mais altos destinos.

17

E – Cap. X – Item 16

L – Questão 943

Temas Estudados:

Bondade e discernimento

Compaixão

Necessitados-problemas

Problemas da dor

Provação Justiça

Recuperação

ACIDENTADOS DA ALMA

Compadeces-te dos caídos em moléstia ou desastre, que e apresentam no corpo

comovedoras mutilações. Inclina-te, porém, com igual compaixão para aqueles outros que

comparecem, diante de ti, por acidentados da alma, cujas lesões dolorosas não

aparecem. Além da posição de necessitados, pelas chagas ocultas de que são

portadores, quase sempre se mostram na feição de companheiros menos atrativos e

desejáveis.

Surgem pessoalmente bem-postos, estadeando exigências ou formulando complicações,

no entanto, bastas vezes trazem o coração sob provas difíceis; espancam-te a

sensibilidade com palavras ferinas, contudo, em vários lances da experiência, são feixes

de nervos destrambelhados que a doença consome; revelam-se na condição de amigos,

supostos ingratos, que nos deixam em abandono, nas horas de crise, mas, em muitos

casos, são enfermos de espírito, que se enviscam, inconscientes, nas tramas da

obsessão; acolhem-te o carinho com manifestações de aspereza, todavia, estarão

provavelmente agitados pelo fogo do desespero, lembrando árvores benfeitoras quando a

praga as dizima; são delinqüentes e constrangem-te a profundo desgosto, pelo

comportamento incorreto; no entanto, em múltiplas circunstâncias, são almas nobres

tombadas em tentação, para as quais já existe bastante angústia na cabeça atormentada

que o remorso atenaza e a dor suplicia...

Não te digo que aproves o mal sob a alegação de resguardar a bondade. A retificação

permanece na ordem e na segurança da vida, tanto quanto vige o remédio na defesa e

sustentação da saúde. Age, porém, diante dos acidentados da alma, com a prudência e a

piedade do enfermo que socorre a contusão, sem alargar a ferida.

Restaurar sem destruir. Emendar sem proscrever. Não ignorar que os irmãos transviados

se encontram encarcerados em labirintos de sombra, sendo necessário garantir-lhes uma

saída adequada.

Em qualquer processo de reajuste, recordemos Jesus que, a ensinar servindo e corrigir

amando, declarou não ter vindo à Terra para curar os sãos.

ASPECTOS DA DOR

Os soluços de dor são compreensíveis até o ponto em que não atingem a

fermentação da revolta, porque, depois disso, se convertem todos eles em censura infeliz

aos planos do Céu.

*

A enfermidade jamais erra o endereço para suas visitas.

*

As lágrimas, em verdade, são iguais às palavras. Nenhuma existe destituída de

significação.

*

Somente chega a entender a vida quem compreende a dor.

*

A evolução regula também o sofrimento das criaturas e nelas se evidencia mais

superficial ou mais profunda, conforme o aprimoramento de cada uma.

*

Se você pretende vencer, não menospreza a possibilidade de amargar, algumas

vezes, a aflição da derrota como lição no caminho para o triunfo.

*

Aprende melhor quem aceita a escola da provação, porquanto, sem ela, os valores

da experiência permaneceriam ignorados.

*

A dor não provém de Deus, de vez que, segundo a Lei, ela é uma criação de quem

a sofre.

18

E – Cap. XVII – Item 3

L – Questão 642

Temas Estudados:

Culpas imanifestas

Danos indiretos

Dever e direito

Direito individual

Ofensas dúplices

Responsabilidade

GOLPES DUPLOS

Ostensivamente, não teremos, prejudicado a qualquer pessoa.

Do ponto de vista do acatamento à segurança geral, carregamos a alma tranqüila.

Quantos de nós, porém, estaremos livres de remorso pelos danos indiretos que

tenhamos causado?

Não subtraímos dinheiro à bolsa do próximo; entretanto, se caímos

inadvertidamente em pessimismo, comunicando desânimo aos companheiros, afastamolos

de oportunidades preciosas, no terreno de vantagens corretas, com as quais talvez

minorassem muitas das grandes necessidades que nos rodeiam.

Não preterimos o direito de nossos irmãos nas atividades profissionais a que se

afeiçoam, mas se nos prendemos com apego indébito e enfermiço a algum ou a alguns

deles, desencorajando-lhes qualquer impulso à renovação, acabamos por impedir-lhes o

acesso a encargos superiores, nos quais teriam efetuado maior prestação de serviço em

apoio da Humanidade.

Não roubamos a alegria dos semelhantes; todavia, se entramos em desespero,

sempre injustificável, instilamos desalento e amargura naqueles que mais amamos,

aniquilando-lhes a coragem.

Não traímos a ordem, mas toda vez que desertamos, sem claro motivo, do dever

que nos cabe, estragamos a confiança naqueles que nos procuram ação ou cooperação,

frustrando, de algum modo, a harmonia de que carecem na sustentação da própria

tranqüilidade.

Ninguém é trazido a viver, sentir, imaginar e raciocinar para ocultar-se.

Cada um de nós permanece no lugar exatos, a fim de realizar o melhor que pode.

Efetivamente, somos responsáveis pelo mal que praticamos e pelo bem que

deixamos de fazer, sempre que dispomos de recursos para fazê-lo. E ao lado das culpas

que trazemos por ofensas declaradas ou por omissões em serviço, temos ainda as que

nascem dos golpes duplos que desferimos, sobre os quais raramente meditamos: —

aqueles do mal que causamos aos outros, depois de causá-lo a nós.

USE SEUS DIREITOS

Realmente, você dispõe do direito -

de amealhar, em seu benefício, os frutos da experiência;

de guardar em silêncio a lição que lhe cabe em cada circunstância;

de reprimir os próprios gastos para atender ao culto do amor ao próximo;

de acumular os valores morais do caminho por onde passa;

de aperfeiçoar primeiramente o seu coração, antes de intentar o burilamento de

outras almas;

de socorrer as vidas menos felizes que a sua própria;

de agasalhar indistintamente os desnudos do corpo e da alma;

de espalhar a sua influência na preservação da paz e da alegria;

de mostrar diretrizes superiores ao irmão de luta, colocando-se, antes de tudo,

dentro delas;

de libertar-se dos preconceitos injustos sem alarmar as mentes alheias;

e de convocar aqueles, com que convive, ao campo do trabalho edificante, sem

exigir nem gritar, mas sim com a mensagem silenciosa de seu exemplo na sustentação do

bem, com certeza de que o dever respeitado e cumprido é o caminho justo para o direito

de crescer com Jesus no serviço da felicidade geral.

19

E – Cap. XV – Item 6

L – Questão 879

Temas Estudados:

Caridade e aprendizado

Caridade e destino

Caridade e retribuição

Próximo de nós (O)

Verdadeira posse

Vizinhança

NAS SENDAS DO MUNDO

Deus que nos auxilia sempre nos permite possuir, para que aprendamos também a

auxiliar.

*

Habitualmente, atraímos a riqueza e supomos detê-la para sempre, adornados com

as facilidades que o ouro proporciona...Um dia, porém, nas fronteiras da morte, somos

despojados de todas as posses exteriores e se algo nos fica será simplesmente a

plantação das migalhas de amor que houvermos distribuído, creditadas em nosso nome

pela alegria, ainda mesmo precária e momentânea, daqueles que nos fizeram a bondade

de recebê-las.

*

Via de regra, amontoamos títulos de poder e admitimo-nos donos deles, enfeitandonos

com as vantagens que a influência prodigaliza...Um dia, porém, nas fronteiras da

morte, somos despojados de todas as primazias de convenção e se algo fica será

simplesmente o saldo dos pequenos favores que houvermos articulado, mantidos em

nosso nome pelo alívio, ainda mesmo insignificante e despercebido, daqueles que nos

fizeram a gentileza de aceitar-nos os impulsos fraternos.

*

Geralmente repetimos frases santificantes, crendo-as definitivamente incorporadas

ao nosso patrimônio espiritual, ornando-nos com o prestigio que a frase brilhante

atribui...Um dia, porém, nas fronteiras da morte, somos despojados de todas as ilusões e

se algo nos fica será simplesmente a estreita coleção dos benefícios que houvermos feito,

assinalados em nosso nome pelo conforto, ainda mesmo ligeiro e desconhecido, daqueles

que nos deram oportunidade a singelos ensaios de elevação.

*

Serve onde estiveres e como puderes, nos moldes da consciência tranqüila.

Caridade não é tão-somente a divina virtude, é também o sistema contábil.do

Universo, que nos permite a felicidade de auxiliar para sermos auxiliados.

Um dia, nas alfândegas da morte, toda a bagagem daquilo de que não necessites

ser-te-á confiscada, entretanto, as Leis Divinas determinarão recolhas, com avultados

juros de alegria, tudo o que destes do que és, do que fazes, do que sabes e do que tens,

em socorro dos outros, transfigurando-te as concessões em valores eternos da alma, que

te assegurarão amplos recursos aquisitivos no Plano Espiritual.

Não digas, assim, que a propriedade não existe ou que não vale dispor disso ou

daquilo.

Em verdade, devemos a Deus tudo o que temos, mas possuímos o que damos.

VIZINHOS

Ampare os vizinhos sem ser indiscreto.

Discrição é caridade.

*

Cultue a gentileza na vizinhança.

Ajude a todos aqueles que lhe partilham a estrada, para que alguém ajude você nas horas

difíceis.

*

Respeite as ocorrências alegres ou infelizes que afetem os lares próximos.

Incêndio na casa alheia é ameaça de fogo na própria casa.

*

Desfaça qualquer incompreensão entre você e os irmãos do ambiente em que vive.

Todo vizinho pode ser bom, se você cultivar a bondade para com ele.

*

Compreenda os problemas e as dificuldades de quantos caminham ao seu lado. Os

familiares são parentes do sangue, mas os vizinhos são parentes do coração.

20

E – Cap. XIII – Item 5

L – Questão 632

Temas Estudados:

Beneficência e coragem

Beneficência e educação

Beneficência e renovação

Conhecimento do bem

Timidez e humildade

Valor do auxílio espiritual

O PODER DA MIGALHA

Não desprezes o poder da migalha na obra do auxílio.

O prato simples que partilhas com o irmão em penúria não resolve o problema da

fome; entretanto, ele em si não é apenas favor providencial para quem o recebe, mas

também mensagem de fraternidade expedida na direção de outras almas, que se

inclinarão a repartir as alegrias da mesa.

A peça de roupa com que atendes ao viajor, estremunhado de frio, não extingue o

flagelo da nudez; todavia, ela em si não constitui valioso abrigo para quem a recolhe, mas

também apelo silencioso para que amigos que esperam, unicamente, um sinal de amor

para se entregarem aos júbilos do serviço.

Acontece o mesmo com a moeda humilde que ajustada à beneficência, faz pensar

no valor da cooperação, e com o livro edificante que, funcionando no apoio a

companheiros necessitados de esclarecimento e consolo, nos obriga a meditar no

impositivo da cultura espiritual.

Em muitas circunstâncias, é um gesto só de tua compreensão que salvará alguém

de calamidade eminente e, em muitos casos, uma só frase de tua parte representa a

segurança de comunidades inteiras.

Bem aventurado todo aquele que estende milhões à supressão dos problemas de

natureza material e bem aventurado todo aquele que cede algo de si próprio, a benefício

dos outros, ainda que seja tão-somente uma palavra de bênção para o conforto de uma

criança esquecida.

*

Não desprezes o poder da migalha na obra do auxílio.

Por dádiva de sustentação e misericórdia para felizes e infelizes, sábios e

ignorantes, justos e injustos, Deus entrega o Sol por atacado, mas por dom inefável,

capaz de conduzir as criaturas com harmonia e discernimento, no rumo das perfeições

divinas, Deus dá o tempo, trocado em miúdo, através das migalhas dos minutos, iguais

para todos.

O coração humano é comparável a cofre repleto de riquezas incalculáveis, e

ninguém o possui impenetrável ou inacessível... Habitualmente, resistirá a golpes de

martelos, à ação de gazuas e até mesmo ao impacto de explosivos e provas de fogo;

mas, quase sempre,é a tua migalha de humildade e paciência, bondade e cooperação

que simboliza a chave capaz de abri-lo.

CORAGEM

Coragem também é caridade.

Hesitação do conhecimento – poder à ignorância.

Debilidade da retidão – apoio desequilíbrio.

Decisão firme – leme seguro.

Vontade frágil – barco à matroca.

Irresolução dos bons – garantia dos maus.

*

Nada se realiza de útil e grande sem a coragem.

Descobertas e inventos não se consolidariam nos fastos da civilização material, sem

os sacrifícios daqueles que lhes hipotecaram a existência.

Harvey torturou-se até a morte, a fim de provar a circulação do sangue.

Jesus não foi mais feliz, procurando revelar a verdade...

*

Em Doutrina Espírita, sabemos o que seja o bem, como fazer o bem, de vez nos achamos

informados de que o maior bem para nós nasce, invariavelmente, da obrigação

nobremente cumprida de formar o bem para os outros.

Não vale pedir alheia orientação, se a orientação desse modo se nos estampa,

luminosa, na consciência.

Esqueçamos os antigos chavões “não sei se vou” e “não sei se posso”, ante os

deveres que as circunstâncias nos traçam. Timidez não é humildade.

Para que haja luz não bastará temer a presença da sombra. É preciso acendê-la.

21

E – Cap. XIII – Item 11

L – Questão 886

Temas Estudados:

Alegria e solidariedade

Caridade e justiça

Caridade e lógica

Caridade e ordem

Caridade e verdade

Vida e responsabilidade

LUGAR PARA ELA

Todos nós precisamos da verdade, porque a verdade é a luz do espírito, em torno

de situações, pessoas e coisas; fora dela a fantasia é capaz de suscitar a loucura, sob o

patrocínio da ilusão. Entretanto, é necessário que a caridade lhe comande as

manifestações para que o esclarecimento não se torne fogo devorador nas plantações da

esperança.

*

Todos nós precisamos da justiça, porque a justiça é a lei, em torno de situações,

pessoas e coisas: fora dela, a iniqüidade é capaz de premiar o banditismo, em nome do

poder. Entretanto, é necessário que a caridade lhe presida as manifestações para que o

direito não se faça intolerância, impedindo a recuperação das vítimas do mal.

*

Todos nós precisamos da lógica, porque a lógica é a razão em si mesma, em torno

de situações, pessoas e coisas; fora dela, a paixão é capaz de gerar crime, à conta de

sentimento. Entretanto, é necessário que a caridade lhe inspire as manifestações,para

que o discernimento não se converta em vaidade, obstruindo os serviços da educação.

*

Todos nós precisamos da ordem, porque a ordem é a disciplina, em torno de

situações, pessoas e coisas; fora dela. O capricho é capaz de estabelecer a revolta

destruidora, sob a capa dos bons intentos. Entretanto, é necessário que a caridade lhe

oriente as manifestações para que o método não se transforme em orgulho, aniquilando

as obras do bem.

*

Cultivemos a verdade, a justiça, a lógica e a ordem, buscando a caridade e

reservando, em todos os nossos atos, um lugar para ela, porquanto a caridade é a força

do amor e o amor é a única força com bastante autoridade para sustentar-nos a união

fraternal, sob a raiz sublime da vida, que é Deus.

*

É por isso que Allan Kardec, cônscio de que restaurava o Evangelho do Cristo para

todos os climas e culturas da Humanidade, inscreveu nos pórticos do Espiritismo a divisa

inolvidável, destinada a quantos lhe abraçam as realizações e os princípios:

-Fora da caridade não há salvação.

EM TERMOS LÓGICOS

Não há vida sem responsabilidade.

Todo ser tem direitos e obrigações.

*

Não há ação sem testemunha.

Somos participantes da Vida Universal.

*

Não há erro com razão.

Só a verdade é lógica.

*

Não há sentimentos incontroláveis.

O espírito é o criados da própria emoção.

*

Não há dificuldade intransponível.

Cada aluno recebe lições conforme o entendimento que evidencia.

*

Não há perfeita alegria que viceje no insulamento.

A felicidade é a benção de luz que apenas medra no terreno da

solidariedade.

*

Não há ponto final para o amor.

Amor é vida e a vida é eternidade.

22

E – Cap. X – Item 519

L – Questão 938

Temas Estudados:

Auto-exame

Diante de acusações

Que os outros falam (O)

Que os outros fazem (O)

Que os outros pensam (O)

Reencarnação e tempo

NA HORA DA CRÍTICA

Salientamos a necessidade de moderação e equilíbrio, ante os momentos menos

felizes dos outros; no entanto, há ocasiões em que as baterias da crítica estão assestadas

contra nós.

Junto de amigos quanto opositores, ouvimos objurgatórias e reprimendas e, não

raro, tombamos mentalmente em revolta ou depressão.

Azedume e abatimento, porém, nada efetuam de construtivo. Em qualquer

dificuldade, irritação ou desânimo apenas obscurecem situações ou complicam

problemas.

Atingidos por acusação e censura, convém estabelecer minucioso auto-exame.

Articulemos o intervalo preciso, em nossas atividades, a fim de orar e refletir, vasculhando

o imo da própria alma.

Analisemos, sem a mínima compaixão por nós mesmos, todos os acontecimentos que

nos ditam a orientação e a conduta, sopesando fatos e desígnios que motivaram as

advertências em lide, com rigorosa sinceridade. Se o foro íntimo nos aponta falhas de

nosso lado, tenhamos suficiente coragem a fim de repará-las, seja solicitando desculpas

aos ofendidos ou diligenciando meios de sanar os prejuízos de que sejamos causadores.

Entanto, se nos identificamos atentos ao dever que a vida nos atribui, se intenção e

comportamento nos deixam seguros, quanto ao caminho exato que estamos trilhando em

proveito geral e não em exclusivo proveito próprio, saibamos acomodar-nos à paz e à

conformidade. E, embora reclamação e tumulto nos cerquem, prossigamos adiante, na

execução do trabalho que nos compete, sem desespero e sem mágoa, convencidos de

que, acima do conforto de sermos imediatamente compreendidos, vige a tranqüilidade da

consciência, no cumprimento de nossas obrigações.

TRÊS CONCLUSÕES

O tempo concedido ao Espírito para uma reencarnação, por mais longo, é sempre

curto, comparado com o serviço que somos chamados a realizar. Importante, assim o

aproveitamento das horas.

Meditemos no gasto excessivo de forças em que nos empenhamos levianamente no

trato com assuntos da repartição de outrem.

Quantos milhares de minutos e de frases esbanjamos por década, sem a mínima

utilidade, ventilando temas e questões que não nos dizem respeito?

Para conjurar essa perda inútil, reflitamos em três conclusões de interesse

fundamental.

O que os outros pensam – Aquilo que os outros pensam é idéia deles. Não

podemos usufruir-lhes a cabeça para imprimir-lhes as interpretações que são capazes

diante da vida.

Um indígena e um físico contemplam a luz, mantendo conceitos absolutamente

antagônicos entre si.

Acontece o mesmo na vida moral. Precisamos nutrir o cérebro de pensamentos

limpos, mas não está em nosso poder exigir que os semelhantes pensem como nós.

O que os outros falam – A palavra dos amigos e adversários, dos conhecidos e

desconhecidos, é criação verbal que lhes pertence.

Expressam-se como podem e cometem as ocorrências do dia-a-dia com

sentimentos dignos ou menos dignos de que são portadores.

Efetivamente, é dever nosso cultivar a conversação criteriosa; contudo, não

dispomos de meios para interferir na manifestação pessoal dos entes que nos cercam,

por mais caros nos sejam.

O que os outros fazem – A atividade dos nossos irmãos é fruto de escolha e

resoluções que lhes cabe.

Sabemos que a Sabedoria Divina não nos criou para cópias uns dos outros. Cada

consciência é domínio à parte.

As criaturas que nos rodeiam decerto que agem com excelentes intenções, nessa

ou naquela esfera de trabalho, e, se ainda não conseguem compreender o mérito da

sinceridade e do serviço ao próximo, isso é problema que lhes pertence e não a nós.

Fácil deduzir que não podemos fugir da ação nobilitante, a benefício de nós

mesmos, mas não nos compete impor nas decisões alheias, que o próprio Criador deixa

livres.

À vista disso, cooperemos com os outros e recebamos dos outros o auxílio de que

carecemos, acatando a todos, mas sem perder tempo com o que possam pensar, falar e

fazer. Em suma, respeito para os outros e obrigação para nós.

23

E – Cap. XII – Item 6

L – Questão 531

Temas Estudados:

Agentes do mal

Brechas morais

Displicência e obsessão

Instruções para a desobsessão

Pensamento positivo

Vida íntima

EM TORNO DA OBSESSÃO

O êxito do pensamento positivo depende do trabalho positivo.

O projeto de edifício importante reunirá planos magníficos, hauridos nas mais

avançadas práticas da Civilização; no entanto, para que se concretize, reclama o

emprego de material adequado, a fim de que a obra não se transfigure em joguete de

forças destrutivas.

Numa construção de cimento armado, ninguém se lembrará de colocar varas de

madeira em lugar das estruturas de ferro e nem de substituir a pedra britada por taipa de

mão.Para que o trabalho se defina dentro das linhas determinadas, as substâncias devem

estar nas condições certas e nas posições justas.

Idênticos princípios regem o plano da alma.

Se aspirarmos ao erguimento de realizações que nos respondam ao elevado

gabarito dos ideais, é forçoso selecionar os ingredientes que nos constituem a vida

íntima,cultivando o bem nas menores manifestações. Qualquer ação oposta

comprometerá a estabilidade da organização que pretendamos efetuar.

À vista disso, cogitemos de sanear emoções, idéias, palavras, atitudes e atos, por

mínimos que sejam.

Todos nos referimos ao perigo dos agentes do mal que nos ameaçam; no entanto,

os agentes do mal apenas dominam onde lhes favoreçamos a intromissão. E a

intromissão deles, via de regra, se verifica principiando pela imprudência da brecha...

Hoje, uma queixa; amanhã, um momento de azedume; cedo, uma discussão temerária;

mais tarde, uma crise de angústia perfeitamente removível através do serviço; agora, um

comentário deprimente; depois, um minuto de irritação; e, por fim, a enfermidade, a

delinqüência, a perturbação, e, às vezes, a morte prematura.

O desastre grande, quase sempre, é a soma dos cuidados pequenos. Estejamos

convencidos de que nos processos de obsessão, acontece também assim.

NA CURA DA OBSESSÃO

Reconhecer no obsidiado seja ele quem for, uma familiar doente a quem se deve o

máximo de consideração e assistência.

Equilibrar a palavra socorredora, dosando consolo e esclarecimento, brandura e

energia.

Não desconsiderar as necessidades do corpo ante os desbaratados da alma,

conjugando os recursos da medicação e do passe, da higiene e da prece.

Incluir o trabalho por agente curativo, de acordo com as possibilidades e forças do

paciente.

Abolir as sugestões de medo no trato com o obsesso, evitando encorajar ou

consolidar o assalto de entidades menos felizes.

Tratar os Espíritos perturbados que, porventura, se comuniquem no ambiente

enfermo, não á conta de verdugos e sim na categoria de irmãos credores de assistência e

piedade.

Impedir comentários em torno da conversação desequilibrada ou deprimente dos

desencarnados infelizes.

Policiar modos e frases que exteriorize, convencendo-se de que o obsidiado, não

raro, representa, só por si, toda uma falange de inteligências necessitadas de reconforte e

direção, conquanto invisíveis aos olhos comuns.

Evitar suscetibilidades perante supostas ofensas no clima familiar do obsidiado,

entendendo que uma obsessão instalada em determinado ambiente assemelha-se, às

vezes, a um quisto no corpo, deitando raízes em direções variadas.

Compreender ao invés de emocionar-se.

Abster-se de tabus e rituais, cujos efeitos nocivos permanecerão na mente do

obsidiado depois da própria cura.

Solicitar a cooperação de amigos esclarecidos que possam prestar auxílios ao

doente.

Controlar-se. Desinteressar-se com os sucessos da cura, tendo em mente que lhes

cabe fazer o bem com discrição e humildade.

Ensinar, mas igualmente exercer a caridade, observando que em muitos casos, o

obsidiado e os que lhe compõem a equipe doméstica são pessoas necessitadas até

mesmo de alimento comum.

Suprimir quanto possível, os elementos que recordem tristeza ou desânimo, aflição

ou tensão no trabalho que realiza.

Não atribuir a si os resultados encorajadores do tratamento, menosprezando a ação

oculta e providencial dos Bons Espíritos.

Educar o obsidiado nos princípios espíritas, encaminhando-o a um templo

doutrinário em que possa assimilar as lições lógicas e simples do Espiritismo.

Socorrer sem exigir.

Amparar o companheiro necessitado, sem propósitos de censura, ainda mesmo que

surjam motivos aparentes que o induzam a isso, recordando que Jesus-Cristo, o iniciador

da desobsessão sobre a Terra curava os obsidiados sem ferir ou condenar a nenhum.

24

E – Cap. XV – Item 5

L – Questão 779

Temas Estudados:

Cultivo da fé raciocinada

Culto externo

Ensinamento do Cristo

Felicidade íntima

Influência do Evangelho

Na procura de Deus

DEUS E CARIDADE

Por longos e tortuosos caminhos, temos procurado a integração com Deus.

Existências múltiplas atravessamos, forças enormes despendemos...

Julgávamos estivesse nele a egolatria dos tiranos coroados e inventamos processos

de adoração com que lhe granjeássemos a simpatia; supúnhamos homenagear-lhe a

grandeza com o fausto dos ritos exteriores e erigimos palácios em que ofertássemos o

ouro e a púrpura, em forma de louvor; acreditávamos que o Supremo Senhor quisesse

dominar as criaturas pelo freio da violência e não hesitávamos em criar sistemas

religiosos de opressão com que se dobrasse a cerviz de quantos não pensassem pela

nossa cabeça; admitíamos fosse ele ávido de honrarias e não vacilávamos consagrar-lhes

sacrifícios sanguinolentos, à frente de símbolos com que lhe mentalizávamos a

presença!...

Compadecendo-se de nossa ignorância, a Divina Providência deliberou enviar

alguém que nos instruísse nos caminhos da elevação, e Jesus, o Sublime Governador do

Planeta Terrestre, veio em pessoa explicar-nos que Deus não nos pede nem adulações e

nem pompas, nem vítimas e nem holocaustos, e sim o coração inflamado de fraternidade,

a serviço do bem, para que a Terra se abra, enfim, à glória e à felicidade do Seu Reino.

Por esse motivo, o Mestre, embora respeitasse as convicções dos seus

contemporâneos, esmerou-se em ensinar-nos a união com Deus, acima de tudo, através

do socorro aos necessitados, da esperança aos tristes, do amparo aos enfermos e do

alívio aos sofredores de todas as procedências... Desde então, renovadora luz clareou o

espírito das nações e a Humanidade começou a compreender que Deus, o Pai Justo e

Misericordioso, a ninguém exclui de Sua Bênção e que a todos nos espera, hoje ou mais

tarde, por filhos bem-amados, unidos na condição de verdadeiros irmãos uns dos outros.

É por isso que, em todos os países e em todas as crenças, em todos os templos e

em todos os lares da Terra, onde se pratique realmente o evangelho de Jesus, o culto à

Providência Divina começa com a caridade primeiro.

RESPEITE TUDO

Do cultivo da crença raciocinada, no santuário da Inteligência, nascem os frutos

substanciosos da certeza no porvir.

Da vontade de realizar o bem, surgem todos os empreendimentos duradouros no

mundo.

Do esforço disciplinado e incessante, nenhuma construção pode prescindir para

permanecer equiparada na sua atividade específica.

Dos sinais vivos e puros da fraternidade no próprio semblante ninguém pode fugir,

se deseja alcançar a alegria real.

Da busca criteriosa do conhecimento promana a atualização e a competência do

trabalhador.

Da utilização da hora presente, em movimento digno, decorrem a segurança e a

tranqüilidade merecida nas horas próximas.

Da hierarquia de valores, sustentada pelas Leis Eternas, alma alguma conseguirá

esquivar-se.

Da fixação do mal no leito da estrada derivam-se todas as frustrações e todas as

dores que perturbam a marcha do caminheiro.

*

A vida constitui encadeamento lógico de manifestações, e encontramos em toda

parte a sucessão contínua de suas atividades, com influenciação recíproca entre todos os

seres, salientando-se que cada coisa e cada criatura procede e depende de outras coisas

e de outras criaturas.

Assim, respeite tudo, ame a todos e confie sempre na vitória do bem, para que você

possa manter os padrões da verdadeira felicidade no campo íntimo, dentro do Campo

Ilimitado da Evolução.

25

E – Cap. XII – Item 9

L – Questão 876

Temas Estudados:

Administração

Atitude e auxílio espiritual

Deveres desagradáveis

Importância da prece

Nas dificuldades da direção

Responsabilidade de orientar

NAS CRISES DA DIREÇÃO

É muito fácil desinteressar-nos dos aspectos menos agradáveis do serviço

necessário à preservação da verdade e do bem.

Isso acontece, principalmente, quando as conseqüências não nos dizem respeito.

Se não temos a obrigação de inspecionar as deficiências da estrada, muito de raro em

raro nos incomodamos com a brecha deixada pelo aguaceiro na base do viaduto. Não

sucede, porém, o mesmo com os responsáveis que desdobrarão esforços para remover o

perigo.

Assim também no cotidiano.

Queremos tranqüilidade; no entanto, surgem riscos à frente.

Somos pais... e acordamos junto de filhos carentes de amparo em forma de

advertência; orientamos empresas... e verificamos omissões, ante as quais o silêncio

seria apoio ao desastre; exercemos funções educativas... e somos defrontados por

ocorrências que comprometem a segurança da escola;administramos instituições de

interesse geral... e encontramos falhas que não será lícito desdenhar com displicência,

sob pena de aprovarmos a influência das trevas...

São esses momentos mais dolorosos para os que receberam encargo de velar por

alguém ou alguma comunidade.

Nesses trechos periclitantes do trabalho a fazer, somos freqüentemente impelidos à

deserção; entretanto, comandante algum é trazido a conduzir um navio a fim de

abandoná-lo ao sabor das ondas, em momentos difíceis.

Que fazer, todavia, nas crises inevitáveis, quando é preciso apontar e retificar,

esclarecer e definir?

Nesses duros problemas, uma solução aparece, luminosa e reconfortante: nós

podemos orar.

Quando te encontre em obstáculos desse matiz, não censures os companheiros que

passam despreocupados, ante as lutas com que arrostas e nem te acomodes com o mal,

sob pretexto de lealdade à harmonia. Ora sempre, fiel ao bem da verdade e à verdade do

bem, ainda mesmo que todas as circunstâncias te contrariem.

Através da prece, dar-te-á o Senhor a força justa com a medida adequada e

apalavra precisa no rumo certo. Assim será sempre, porque, se a criatura dirige, Deus

guia. Manejamos a vida, mas a vida é de Deus.

SENTENÇAS DA VIDA

Cumpra os deveres desagradáveis.

Buscar apenas o nosso deleite é comodismo crônico.

*

Vitalize os negócios com a fraternidade pura.

O comércio não foge à ação da Providência Divina.

*

Coloque o bem de todos acima do interesse partidário.

A senda cristã nas atividades da vida será sempre “caridade”.

*

Esqueça as narrativas que exaltem indiretamente o erro.

A moral da história mal contada é sempre a invigilância.

*

Liberte-se das frases de efeito.

Apalavra postiça sufoca o pensamento.

*

Evite o divertimento nocivo ou claramente desnecessário.

Os pés incautos encontram a queda imprevista.

*

Resista à desonestidade.

O critério do amor não se modifica.

*

Valorize os empréstimos de Deus.

Dar não significa abandonar.

*

Prestigie a sabedoria da Lei, obedecendo-lhe.

O auxílio espiritual não surge sem preço.

26

E – Cap. XI – Item 11

L – Questão 685

Temas Estudados:

Desencarnação e vida

Expiações à vista

Insensibilidade moral

Madureza física

Missão da experiência

Vida e transformação

CRISES SEM DOR

Fáceis de reconhecer as crises abertas.

Provação exteriorizada, dificuldade à vista.

Surgem, comumente, na forma de moléstias, desencantos, acidentes ou suplícios

do coração, atraindo o concurso espontâneo das circunstantes a que se escoram as

vítimas, vencendo, com serenidade e valor, tormentosos dias de angústia, como quem

atravessa, sem maiores riscos, longos túneis de aflição.

Temos, porém, calamitosas crises sem dor, as que se escondem sob a segurança

de superfície:

- quando nos acomodamos com a inércia, a pretexto de haver trabalhado em

demasia...

- nas ocasiões em que exigimos se nos faça o próximo arrimo indébito no jogo da

usura ou no ataque da ambição...

- qualquer que seja o tempo em que venhamos a admitir nossa pretensa

superioridade sobre os demais...

- sempre que nos julguemos infalíveis, ainda mesmo em desfrutando as mais

elevadas posições nas trilhas da Humanidade...

- toda vez que nos acreditemos tão supostamente sábios e virtuosos que não mais

necessitemos de avisos e corrigendas, nos encargos que nos são próprios...

Sejam quais sejam os lances da existência em que nos furtemos deliberadamente

aos imperativos da auto – educação ou de auxílio aos semelhantes, estamos em

conjuntura perigosa na vida espiritual, com a obrigação de esforçar-nos, intensamente,

para não cair em mais baixo nível de sentimento e conduta.

Libertemo-nos dos complexos de avareza e vaidade, intransigência e preguiça que

nos acalentam a insensibilidade, a ponto de não registrarmos a menor manifestação de

sofrimento, porquanto, de modo habitual, é através deles que se operam, em nós e em

torno de nós, os piores desastres do espírito, seja pela fuga ao dever ou pela queda na

obsessão.

MORTOS VOLUNTÁRIOS

Condicionou-se a mente humana, de maneira geral, a crer que a madureza orgânica

é antecâmara da inutilidade e eis muita gente a se demitir, indebitamente, do dever que a

vida lhe delegou.

Inúmeros companheiros, porque hajam alcançado aposentadoria profissional ou

pelo motivo de abraçarem garotos que lhes descendem do sangue, dizem-se no paralelo

final da carreira física.

Esquecem-se de que o fruto amadurecido é a garantia de toda a renovação da

espécie, e rojam-se prostrados, à soleira da inércia, proclamando-se desalentados.

Falam do crepúsculo, como se não contassem com a manhã seguinte.

Começam qualquer comentário em torno dos temas palpitantes do presente, pela

frase clássica: ”no meu tempo não era assim”.

Enquanto isso, a vida, ao redor, é desafio incessante ao progresso e à

transformação, chamando-os ao rejuvenescimento.

Filhos lhes reclamam orientação sadia, netos lhes solicitam calor da alma, amigos

lhes pedem o concurso da experiência e os irmãos da Humanidade contam com eles para

novas jornadas evolutivas.

Bastará pensar, porém, que as crianças e os jovens não acertam o passo sem os

mentores adestrados na experiência, peritos em discernimento e trabalho, para que não

menosprezem a função que lhes cabe.

Nada de esquecer que o Espírito reencarna, atravessando as faces difíceis da

infância e da juventude para alcançar a maioridade fisiológica e começar a viver, do ponto

de vista da responsabilidade individual.

Quanto empeço vencido e quanta ilusão atravessada para consolidar uma

reencarnação, longe das praias estreitas do berço e da meninice, a fim de que o Espírito,

viajor da eternidade, alcance o alto mar da experiência terrestre!

Entretanto, grande número de felizardos que chegam ao período áureo da reflexão,

com todas as possibilidades de serviço criador, estacam em suposta incapacidade,

batendo à porta do desencanto como quem se compraz na volúpia da compaixão por si

mesmos.

Trabalhemos por exterminar a praga do desânimo nos corações que atingiram a

quadra preciosa da prudência e da compreensão.

Vida é chama eterna. Todo o dia é tempo de inventar, clarear e prosseguir.

Os companheiros experientes no esforço terrestre constituem a vanguarda dos que

renascem no Planeta e não a chamada “velha guarda” que a rabugice de muitos imaginou

para deprimir a melhor época da criatura reencarnada na Terra.

Desencarnação é libertação da alma, morte é outra coisa. Morte constitui cessação

da vida, apodrecimento, bolor.

Os que desanimam de lutar e trabalhar, renovar e evoluir são os que

verdadeiramente morrem, conquanto vivos, convertendo-se em múmias de negação e

preguiça, e, ainda que a desencarnação passe, transfiguradora, por eles, prosseguem

inativos na condição de mortos voluntários que recusam a viver.

Acompanhemos a marcha do Sol, que diariamente cria, transforma, experimenta,

embeleza.

Renovemo-nos.

27

E – Cap. X – Item 13

L – Questão 8722

Temas Estudados:

Aprendizado evolutivo

Balanço de consciência

Jesus e perdão

Na esfera das ações humanas

Problema de harmonia

Reconciliação

NO EXAME DO PERDÃO

Observemos o ensinamento do Cristo, acerca do perdão.

Note-se que o Senhor afirma, convincente:

-“se o vosso irmão agiu contra vós...”

Isso quer dizer que Jesus principia considerando-nos na condição de pessoas

ofendidas, incapazes de ofender: ensina-nos a compreender os semelhantes, crendo-nos

seguros no trato fraternal.

Nas menores questões de ressentimento, sujeitemo-nos a desapaixonado autoexame.

Quem sabe a reação surgida contra nós terá nascido de ações impensadas,

desenvolvidas por nós mesmos?

Se do balanço de consciência estivermos em débito com os outros, tenhamos

suficiente coragem de solicitar-lhes desculpas, diligenciando sanar a falta cometida e

articulando serviço que nos evidencie o intuito de reparação.

Se nos sentimos realmente feridos ou injustiçados,esqueçamos o mal.Na hipótese

de o prejuízo alcançar-nos individualmente e tão –somente a nós, reconheçamo-nos

igualmente falíveis e ofertemos aos nossos inimigos imediatas possibilidades de reajuste.

Se, porém, o dano em que fomos envolvidos atinge a coletividade, cabendo à justiça e

não a nós o julgamento do golpe verificado, é claro que não nos compete louvar a

leviandade. Ainda assim, podemos reconciliar-nos com os nossos adversários, em

espírito,orando por eles e amparando-os, por via indireta, a fim de que se valorizem para

o bem geral nas tarefas que a vida lhes reservou.

De qualquer modo, evitemos estragar o pensamento com o vinagre do azedume.

Nem sempre conseguimos jornadear, nas sendas terrestres, junto de todos, porquanto,

até que venhamos a completar o nosso curso de autoburilamento no instituto da evolução

universal, nem todos renasceremos simultaneamente em uma só família e nem

lograremos habitar a mesma casa.

Sigamos, assim, de nossa parte, vida afora, em harmonia com todos, embora não

possamos a todos aprovar, entendendo e auxiliando, desinteressadamente, aqueles

diante dos quais ainda possuímos o dom de agradar em pessoa, e rogando a Bênção

Divina para aqueles outros junto de quem não nos será lícito apoiar a delinqüência ou

incentivar perturbação.

MEMORANDO

- A balança do bem não tem cópias.

- A vontade adoece, mas nunca morre.

- Quem compensa mal com mal, atinge males maiores.

- O amor real transpira imparcialidade.

- O sofrimento acorda o dever.

- O remédio excessivo faz-se veneno.

- Somos todos familiares de Jesus.

- Nenhum enfeite disfarça a culpa.

- A vida não cansa o coração humilde.

- Toda convicção merece respeito.

- Só a consciência tranqüila dá sono calmo.

- Emoções e idéias não existem a sós.

- O tempo não desfigura a beleza espiritual.

- Mediunidade, na essência, é cooperação mútua.

- Para o cristão não existem dores alheias, porque as dores da coletividade pertencem a

ele próprio.

- Do erro nasce a correção.

- Lábios vigilantes não alardeiam vantagens.

- A caridade é o pensamento vivo do Evangelho.

28

E – Cap. V – Item 4

L – Questão 945

Temas Estudados:

Auto-socorro

Depressão nervosa

Diante do cansaço

Doentes da alma

Obsessão oculta

Remédio contra o desânimo

NA HORA DA FADIGA

Quando o cansaço te procure no serviço do bem, reflete naqueles irmãos que

suspiram pelo mínimo das facilidades que te enriquecem as mãos.

Pondera não apenas nas dificuldades dos que, ainda em plenitude das forças

físicas, se viram acometidos por lesões cerebrais, mas também no infortúnio dos que se

acham em processos obsessivos, vinculados às trevas da delinqüência.

Observa não somente a tortura dos paralíticos, reclusos em leitos de provação, mas

igualmente a dor dos que não souberam entender a função educativa das lutas terrestres

e caminham, estrada afora de coração enrijecidos na indiferença.

Considera não apenas o suplício dos que nascem em dolorosa condição de idiotia,

reclamando o recurso alheio nas menores operações da vida orgânica, mas também o

perigoso desequilíbrio daqueles que, no fastígio do conforto material, resvalam em

ateísmo e vaidade, fugindo deliberadamente às realidades do espírito.

Medita não somente na aflição dos que foram acidentados em desastres terríveis,

mas igualmente na angústia dos que foram atropelados pela calúnia, tombando

moralmente em revolta e criminalidade, por não saberem assimilar o benefício do

sofrimento.

Quando a fadiga te espreite na esfera da ação, pensa naqueles companheiros,

ilhados em padecimento do corpo e da alma, a esperarem pelo auxílio, ainda que ligeiro,

de teu pensamento, de tua palavra, de tua providência, de tuas mãos. . .

Se o desânimo te ameaça, examina se o abatimento não será unicamente anseio de

repousar, antes do tempo, e se te reconheces conscientemente disposto de energias para

ser útil, não te confies à inércia ou à lamentação.

Quando a fadiga apareça, recorda que alguém existe, a orientar-te e a fortalecer-te

na execução das tarefas que o Alto te confiou; alguém com suficiente amor e poder, a

esperar-te os recursos e dons na construção da Vida Melhor... Esse alguém é Jesus, a

quem aceitamos por Mestre e que certa feita, asseverou, positivo, à frente dos seguidores

espantados por vê-lo a servir um dia consagrado ao descanso: - “meu Pai trabalha até

hoje e eu trabalho também”.

DOENÇAS FANTASMAS

Somos defrontados com freqüência por aflitivo problema cuja solução reside em nós.

A ele debitamos longas fileiras de irmãos nossos que não apenas infelicitam o lar

onde são chamados à sustentação do equilíbrio, mas igualmente enxameiam nos

consultórios médicos e nas casas de saúde, tomando o lugar de necessitados autênticos.

Referimo-nos às criaturas menos vigilantes, sempre inclinada ao exagero de

quaisquer sintomas ou impressões e que se tornam doentes imaginários, vítimas que se

fazem de si mesmas nos domínios das moléstias-fantasmas.

Experimentam, às vezes, leve intoxicação, superável sem maiores esforços, e,

dramatizando em demasia pequeninos desajustes orgânicos, encharcam-se de drogas,

respeitáveis quando necessárias,mas que funcionam a maneira de cargas elétricas

inoportunas, sempre que impropriamente aplicadas.

Atingido esse ponto, semelhantes devotos da fantasia e do medo destrutivo caem

fisicamente em processos de desgastes,cujas as conseqüência ninguém pode prever, ou

entram, modo imperceptíveis para eles, nas calamidades sutis da obsessão oculta, pelas

quais desencarnados menos felizes lhes dilapidam as forças.

Depois disso, instalada a alteração do corpo ou da mente, é natural que o

desequilíbrio real apareça e se consolide, trazendo até mesmo a desencarnação precoce,

em agravo de responsabilidade daqueles que se entibiam diante da vida, sem coragem

para trabalhar, sofrer e lutar.

Precatemo-nos contra esse perigo absolutamente dispensável.

Se uma dor aparece, auscultemos nossa conduta, verificando se não demos causa

à benéfica advertência da Natureza.

Se surge a depressão nervosa, examinemos o teor das emoções a que estejamos

entregando as energias do pensamento, de modo a saber se o cansaço não se resume a

um aviso salutar da própria alma,para que venhamos a clarear a existência e o rumo.

Antes de lançar qualquer pedido angustiado de socorro, aprendamos a socorrer-nos

através da auto-análise,criteriosa e consciente.

Ainda que não seja por nós, façamos isso pelos outros, aqueles outros que nos

amam e que perdem, inconseqüentemente, recurso e tempo valiosos, sofrendo em vão

com a leviandade e a fraqueza de que fornecemos testemunhos.

Nós que nos esmeramos no trabalho desobessessivo, em Doutrina Espírita,

consagremos a possível atenção a esse assunto, combatendo as doenças-fantasmas que

são capazes de transformar-nos em focos de padecimentos injustificáveis a que nos

conduzimos por fatores lamentáveis de auto-obsessão.

29

E – Cap. XVII – Item 3

L – Questão 479

Temas Estudados:

Discernimento e tentação

Fronteiras do processo obsessivo

Ligações vivas

Perigos morais

Profilaxia da alma

Virtudes

EMERGÊNCIA

Perfeitamente discerníveis as situações em que resvalamos, imprevidentemente,

para o domínio da perturbação e da sombra.

Enumeremos algumas delas com as quais renteamos claramente, com o perigo da

obsessão:

cabeça desocupada;

mãos improdutivas;

palavra irreverente;

conversa inútil;

queixa constante;

opinião desrespeitosa;

tempo indisciplinado;

atitude insincera;

observação pessimista;

gesto impaciente;

conduta agressiva;

comportamento descaridoso;

apego demasiado;

decisão facciosa;

comodismo exagerado.

Sempre que nós, os lidadores encarnados e desencarnados com serviço na

renovação espiritual, nos reconhecermos em semelhantes fronteiras do processo

obsessivo, proclamemos o estado de emergência no mundo íntimo e defendamo-nos

contra o desequilíbrio, recorrendo a profilaxia da prece.

IMAGENS

Egoísmo, gás mortífero, tende sempre a ocupar todo o espaço que se lhe oferece.

Intoxica e faz sofrer.

Lisonja, beberagem da invigilância, adapta-se ao recipiente da intenção que a conserva.

Embriaga e cria a frustração.

Sinceridade, aço moral, demonstra forma determinada e resistência própria. Útil às

construções duradouras.

*

Construções materiais - tatuagens efêmeras na crosta ciclópica do Planeta.

Construções espirituais - duradouros aperfeiçoamentos na estrutura íntima do Espírito.

*

Da semente brota a haste da planta.

Do ovo nasce o corpo do animal.

Da consciência desabrocha a diretriz do destino.

*

Bem, calor da Vida.

Há bons e maus condutores de calor.

A condutibilidade do bem, entre os homens, demonstra o valor de cada um.

*

Virtudes aparentes - metais comuns no homem, que se alteram ante a ventania das

ilusões terrenas.

Virtudes reais - metais preciosos no Espírito, que não se corrompem ante as lufadas das

tentações humanas, sustentando a vida eterna.

30

E – Cap. V – Item 20

L – Questão 938

Temas Estudados:

Afeições alteradas

Aflições imprevistas

Apelo ao raciocínio

Inquietações

Necessidade da simpatia

Serenidade

AMIGOS MODIFICADOS

Surgem no cotidiano determinadas circunstâncias em que somos impelidos a

reformular apreciações, em torno da conduta de muitos daqueles a quem mais amamos.

Associados de ideal abraçam hoje experiências para as quais até ontem não

denotavam o menor interesse e companheiros de esperança se nos desgarram do passo,

esposando trilhas outras.

Debalde procuramos neles antigas expressões de concordância e carinho, de vez

que se nos patenteiam emocionalmente distantes.

Nesses dias, em que o rosto dos entes amados se revela diferente, é natural que

apreensões e perguntas imanifestas nos povoem o espírito. Abstenhamo-nos, porém,

tanto de feri-los, através do comentário desairoso, quanto de interpretar-lhes as diretrizes

inesperadas à conta de ingratidão. É provável que as Leis Divinas estejam a chamá-los

para a desincumbência de compromissos que, transitoriamente, não se afinam com os

nossos.Entendamos também que o passado é um meirinho infalível convocando-nos a

retificação das tarefas que deixamos imperfeitamente cumpridas para trás, no campo de

outras existências, e tranqüilizemos os amigos modificados com os nossos votos de êxito

e segurança, na execução dos novos encargos para os quais se dirigem.. Reflitamos que

se a temporária falta deles nos trouxe manifestação de pesar e carência afetiva,

possivelmente o mesmo lhes acontece e, ao invés de reprovar-lhes as atitudes – ainda

mesmo afastados pela força das circunstâncias - , procuremos envolvê-los em

pensamentos de simpatia e confiança, a fim de que nos reencontremos, mais tarde, em

mais altos níveis de trabalho e alegria.

À vista disso, pois, toda vez que corações queridos não mais nos comunguem

sintonia e convivência, se alguma sugestão menos feliz nos visita a cabeça, entremos, de

imediato, em oração, no ádito da alma, rogando ao Senhor nos ilumine o entendimento, a

fim de que não falhemos para eles, no auxílio da fraternidade e no apoio de benção.

PROVAÇÕES DE SURPRESA

Inquietações na Terra existem muitas.

Temos as que se demoram junto de nós, ao modo de vizinhos de muito tempo, nos

desgostos de parentes e amigos, cujas dores nos pertencem de perto.

Encontramos as que nos povoam o corpo, na categoria de enfermidades crônicas,

quais inquilinos indesejáveis.

Assimilamos aflições de tipos diversos, como sejam as declaradas e as imanifestas,

as injustificáveis e as imaginárias, cujo tamanho e propagação dependem sempre de nós.

Há, porém, certa modalidade com que raramente contamos. São aquelas que

nascem do imprevisto.

Deflagraram, por vezes, quando nos acreditávamos em segurança absoluta.

Caem à feição de raio fulminativo retalhando emoções ou desajustando

pensamentos.

São as notícias infaustas:

- os golpes morais que nos são desferidos, não raro, involuntariamente, pelos que

mais amamos;

- os desastres de conseqüências indefiníveis;

- os males súbitos que nos impelem para as raias das grandes renovações.

Não podemos esquecer estas visitas que nos atingem o coração sem qualquer

expectativa de nossa parte.

Compreendamos que, em freqüentes episódios da existência, estamos na condição

de aluno que estuda semanas e meses e até mesmo anos inteiros, a fim de revelar a

precisa habilitação num exame de ligeiros instantes.

Entendamos que, numa hora de crise, não são o choro e nem a emotividade as

posições adequadas, e sim a calma e o raciocínio lógico, para que possamos deter a

incursão da sombra.

Para isso, entesouremos serenidade. Serenidade que nos sustente e nos ajude a

sustentar os outros.

O imperativo de oração e vigilância não se reporta somente às impulsões ao vício e

a criminalidade, mas também aos arrastamentos, ao desequilíbrio e à loucura a que

estamos sujeitos quando não nos preparamos para suportar as provações de surpresa,

sejam em moldes de angústia ante os desafios do mal ou em forma de sofrimento para a

garantia do bem.

31

E – Cap. XXVI – Item 8

L – Questão 168

Temas Estudados:

Amparo mediúnico

Aprimoramento da mediunidade

Culpas e resgates

Reencarnação e aperfeiçoamento

Tarefa mediúnica

Terra – Planeta Educandário

ATRAVÉS DA REENCARNAÇÃO

Fora melhor que não existissem na Terra pedintes e mendigos, na expectativa do

agasalho e do pão.

Se é justo deplorar o atraso moral do Planeta que ainda acalenta privação e

necessidade, examinemos a nós mesmos, quando nos inclinamos para a ambição

desvairada, e verificamos que a penúria, através da reencarnação, é o ensinamento que

nos corrige os excessos.

Fora melhor não víssemos mutilados e enfermos, suplicando alívio e remédio.

Se é compreensível lastimar as condições da estância física, que ainda expõe

semelhantes quadros de sofrimento, observemos o pesado lastro de animalidade que

conservamos no próprio ser e reconheceremos que sem as doenças do corpo, através da

reencarnação, seria quase impossível aprimorar as qualidades da alma.

Fora melhor não enxergarmos crianças infelizes, suscitando angústia no lar ou

piedade na via pública.

Se é natural comover-nos diante de problemas assim dolorosos, meditemos nos

ódios e aversões, conflitos e contendas, que tantas vezes carregamos para além do

sepulcro, transformando-nos, depois da morte, em Espíritos vingativos e obsessores, e

agradeceremos às Leis Divinas que nos fazem abatidos e pequeninos, através da

reencarnação, entregando-nos ao amparo e arbítrio daqueles mesmos irmãos a quem

ferimos noutras épocas, afim de que nós, carecentes de tudo na infância, até mesmo da

comiseração maternal que nos alimpe e conserve o organismo indefeso, venhamos, por

fim, a aprender que a Eterna Sabedoria nos ergueu para o amor imperecível na Vida

Triunfante.

Terra bendita! Terra, que tanta vez malsinamos nos dias de infortúnio ou nos

momentos de ignorância, nós te agradecemos as dores e as aflições que nos ofereces,

por espólio de nossos próprios erros, e rogamos a Deus nos fortaleça os propósitos de

reajuste e aperfeiçoamento, para que, um dia, possamos retribuir-te, de algum modo, os

benefícios que nos tens prodigalizado, por milênios de milênios, através da

reencarnação!...

MEDIUNIDADE E PSICOTERAPIA

Os médiuns, como elementos de ligação entre a vida espiritual e o plano físico,

serão sempre solicitados a dar uma palavra orientadora nas questões multiformes que

afetam as pessoas que os procuram. Daí a indicação de exercitarem alguns princípios de

psicoterapia e relações humanas.

A intensa vida moderna na Terra generalizou a carência de roteiros, planos,

programas e observações para as criaturas deprimidas, tímidas, cépticas, recalcadas e

frustradas em geral.

Com você, que inicia o esforço na tarefa mediúnica, seja pelo passe, pela

psicofonia, pela psicografia ou nas formas variadas de assistência aos sofredores da alma

e do corpo, estudemos algumas atitudes que favorecem a manifestação das Entidades

amigas, no auxílio a terceiros, pelo conselho simples e natural.

Paciência e perseverança no bem devem estar conjugadas constantemente em sua

presença e expressão.

Não demonstre estranheza ou perplexidade ante as revelações ouvidas, para que

não esmoreça a confiança do coração que se abre a você.

Predisponha-se, com todos os recursos do seu campo mental, à simpatia pelos

irmãos que lhe pedem opinião, sem mostrar-se superior.

Cultive invariável atenção perante as confidências alheias, testemunhando maior

interesse afetivo pela solução aos problemas do interlocutor seja ele quem for.

Envide esforços para que a criatura exponha em pormenores e calmamente o caso

que lhe motiva a preocupação, afim de que você possa ajudá-la, através de mais ampla

visão dos fatos.

Evite julgar ou censurar precipitadamente a quem se confia a você, mesmo com

reprovações inarticuladas.

Restrinja as indagações aos assuntos e momentos absolutamente necessários.

Pesquise os postulados básicos do Espiritismo, argumentando com as ocorrências

em exame sob o crivo do discernimento espírita e exaltando a responsabilidade pessoal

ante a existência eterna.

Sempre que possa, indique um núcleo de serviço espiritual compatível com as

afinidades e necessidades da pessoa que comparece à busca de concurso fraterno.

Resguarde em segredo aquilo que não deva ser revelado, mantendo discrição e

respeito para com todos os irmãos em experiência.

Jamais force resoluções taxativas, neste ou naquele sentido, mas exponha os vários

caminhos possíveis, com as suas conseqüências prováveis, e deixe o livre arbítrio dos

companheiros escolha o que mais lhes convenha.

Sustente equilíbrio, entendimento e bondade em suas manifestações, para que a

autoridade moral e espiritual lhe favoreça o trabalho.

Leia constantemente para melhorar seus processos de análise das almas e suas

técnicas de expor as soluções mais justas, conforme o seu modo de entender.

Sobretudo, saiba que são inimagináveis as possibilidades de socorro de um

encarnado confiante no Alto e consciente de seus recursos íntimos, quando ligados aos

Bons Espíritos que nos estendem a inspiração e o amparo da Vida Superior.

32

E – Cap. XVII – Item 10

L – Questão 875

Temas Estudados:

Alertamento espírita

Condomínio natural

Esnobismo e Espiritismo

Espírito de equipe

Exterioridades sociais

Regra áurea e ação no bem

EM TORNO DA REGRA ÁUREA

Quanto mais se adianta o progresso, mais intensamente se percebe que a vida é

um condomínio.

Partilhamos, em regime de obrigatoriedade, o ar ambiente e a luz solar que nunca

estiveram sob nosso controle. E, em nos referindo aos bens que retemos na Terra,

quando na condição de Espíritos encarnados, à medida que solucionamos as grandes

questões de interesse coletivo, quais as da justiça, da economia, do trabalho, da provisão

ou moradia, mais impelidos nos reconhecemos a observar o direito dos outros.

Seja num edifício de apartamentos ou numa fila de compras, as nossas

conveniências estão sujeitas à tranqüilidade dos vizinhos.

Numa oficina, quanto mais importante se mostre, a produção apenas surge no

rendimento preciso se mantida na forma da música orquestral, atribuindo-se a cada

instrumento a responsabilidade que lhe compete.

Civilização e cultura baseiam-se no espírito de equipe, com a interdependência de

permeio.

Princípios idênticos prevalecem no reino da alma, convocando-nos o livre-arbítrio ao

levantamento da segurança e da felicidade de todos aqueles que nos comungam a

experiência.

Sem nenhuma pretensão de natureza política, a Doutrina Espírita funciona,

atualmente, no campo religioso da Humanidade, por mecanismo providencial de

alertamento, induzindo-nos ao concurso natural e espontâneo na edificação do bem

comum.

Por séculos e séculos, conservamos no mundo ignorância e carência, guerra e

criminalidade, em nome da Vontade de Deus; entretanto, o Espiritismo, restaurando a

mensagem do Cristianismo, que veio estabelecer a fraternidade entre os homens,

pergunta a cada um de nós se estaríamos realmente certos de viver sob a Vontade de

Deus, se formássemos entre as vítimas da penúria e das trevas de espírito.

Usemos todas as nossas possibilidades, sejam elas recursos ou aptidões, na

construção dos tempos novos.

Solidariedade e cooperação, entendimento e concórdia, amor a deslocar-se da

teoria para erguer-se na vida prática.

A regra áureas, para complementar-se devidamente, não se restringe à estrutura

negativa, “não faças a outrem aquilo que não desejas”, e sim exige plena observância da

forma positiva em que se expressa: “é preciso fazer aos outros tudo aquilo que desejamos

nos seja feito”.

ESNOBISMO

Um exotismo existe que ameaça as fileiras espíritas sem ser qualquer das

excentricidades que aparecem no movimento doutrinário, à conta de extravagância

marginal. Disparate talvez pior, porquanto, se nas atividades paralelas ao caminho real da

idéia espírita somos impelidos a reconhecer muita gente caracteristicamente sincera nas

intenções louváveis, nessa outra esquisitice vamos encontrar para logo a máscara de

atitudes e maneiras, em desacordo com os princípios arejados da Nova Revelação.

Reportamo-nos ao esnobismo que comparece, muita vez, em nossas formações, qual

praga enquistada em plantação valiosa.

Companheiros que se deixam vencer por semelhante prejuízo fornecem em pouco tempo

os sinais que lhe são conseqüentes.

Continuam espíritas e afirmam-se espíritas, mas começam afetando possuir orientação de

natureza superior, passando a excessiva admiração pelas novidades em voga. E,

desprevenidamente, sem maior atenção pelos ensinos da Doutrina que abraçam,

cristalizam despropósitos no modo de ser.

Habitualmente, apaixonam-se por exterioridades sociais e escolhem classe determinada

para freqüentar. Isolam-se em grupo segregacionista, conquanto se supunham

representantes da mais alta ortodoxia em matéria de opinião.

Acreditam muito mais em títulos transitórios do academicismo e em facilidades

econômicas do que no valor substancial das pessoas.

Estimam espetáculos acima do serviço, e evidenciam apreço além do que é justo aos

medalhões do mundo, à medida que se fazem mais distantes e envergonhados de

quaisquer relações com os humildes.

Estão sempre dispostos a ordenar no trabalho em assuntos de organização, horário, local

e condições, sem permitir que o trabalho os comande nas disposições e disciplinas com

que foi estabelecido.

Nas obras de beneficência, tratam irmãos em penúria como se fossem párias sociais, ao

passo que se inclinam reverentes perante qualquer figura de relevo mundano de mérito

duvidoso.

Nós, os espíritas desencarnados e encarnados, devemos estar de sentinela contra

semelhante absurdo.

O esnobismo - repitamos - é parasito destruidor da árvore de nossos princípios e

realizações.

Vigiemo-nos. Imitemos o lavrador correto que zela pela própria lavoura, e, se o esnobismo

surge, sorrateiro, em nossas atividades, procuremos de imediato, dar o fora com ele.

33

E – Cap. IX – Item 5

L – Questão 887

Temas Estudados:

Conformidade

Indulgência

Jesus e resignação

Perdão no cotidiano

Resignação e paciência

Tolerância

PERDÃO E NÓS

Habitualmente, consideramos a necessidade do perdão apenas quando alvejados

por ofensas de caráter público, no intercurso das quais recebemos tantos testemunhos de

solidariedade, na esfera dos amigos, que nos demoramos hipnotizados pelas

manifestações afetivas, a deixar-nos em mérito duvidoso.

A ciência do perdão, todavia, tão indispensável ao equilíbrio, quanto o ar é

imprescindível à existência, começa na compreensão e na bondade, perante os diminutos

pesares do mundo íntimo.

Não apenas desculpar todos os prejuízos e desvantagens, insultos e

desconsiderações maiores que nos atinjam a pessoa, mas suportar com paciência e

esquecer completamente, mesmo nos comentários mais simples, todas as pequeninas

injustiças do cotidiano, como seja:

a observação maliciosa;

a referência pejorativa;

o apelo sem resposta;

a gentileza recusada;

o benefício esquecido;

o gesto áspero;

a voz agressiva;

a palavra impensada;

o sorriso escarnecedor;

o apontamento irônico;

a indiscrição comprometedora;

o conceito deprimente;

a acusação injusta; a omissão injustificável;

o comentário maledicente;

a desfeita inesperada;

o menosprezo em família;

a preterição sob qualquer aspecto;

o recado impiedoso...

Não nos iludamos em matérias de indulgência.

Perdão não é recurso tão somente aplicável nas grandes dores morais, à feição do

traje a rigor, unicamente usado em horas de cerimônia. Todos somos suscetíveis de

erro e, por isso mesmo, perdão é serviço de todo o instante, mas assim como o

compositor não obtém a sinfonia sem passar pelo solfejo, o perdão não existe, de nossa

parte, ante os agravos grandes, se não aprendemos a relevar as indelicadezas pequenas.

RESIGNAÇÃO E RESISTÊNCIA

De fato, há que se estudar a resignação para que a paciência não a venha trazer

resultados contraproducentes.

Um lavrador suportará corajosamente aguaceiro e granizo na plantação, mas não se

acomodará com gafanhoto e tiririca.

Habitualmente, falamos em tolerância como quem procura esconderijo à própria

ociosidade. Se nos refestelamos em conforto e vantagens imediatas, no império da

materialidade passageira, que nos importam desconforto e desvantagens para os outros?

Esquecemo-nos de que o incêndio vizinho é ameaça de fogo em nossa casa e, de

imprevisto, irrompem chamas junto de nós, comprometendo-nos a segurança e

fulminando-nos a ilusória tranqüilidade.

Todos necessitamos ajustar resignação no lugar certo.

Se a Lei nos apresenta um desastre inevitável, não é justo nos desmantelemos em

gritaria e inconformação. É preciso decisão para tomar os remanescentes e reentretecêlos

para o bem, no tear da vida.

Se as circunstâncias revelam a incursão do tifo, não é compreensível cruzar os braços e

deixar campo livre aos bacilos.

Sempre aconselhável a revisão de nossas atitudes no setor da conformidade.

Como reagimos diante do sofrimento e do mal?

Se aceitamos penúria, detestando trabalho, nossa pobreza resulta de compulsório

merecimento.

Civilização significa trabalho contínuo contra a barbárie.

Higiene expressa atividade infinitamente repetida contra a imundície.

Nos domínios da alma, todas as conquistas do ser, no rumo da sublimação, pedem

harmonia com ação persistente para que se preservem.

Paz pronta ao alarme. Construção do bem com dispositivo de segurança.

Serenidade é constância operosa; esperança é ideal com serviço.

Ninguém cultive resignação diante do mal declarado e removível, sob pena de agravá-lo e

sofrer-lhe clava mortífera.

Estudemos resignação em Jesus-Cristo. A cruz do Mestre não é um símbolo de

apassivamento à frente da astúcia e da crueldade e sim mensagem de resistência contra

a mentira e a criminalidade mascaradas de religião, num protesto firme que perdura até

hoje.

34

E – Cap. XVIII – Item 16

L – Questão 167

Temas Estudados:

Codificação com Jesus

Criação de harmonia

Criação do progresso

Instrução pelo exemplo

Orientação espontânea

Vanguarda espiritual

AMPARO ESPIRITUAL

No plano físico, onde apareça a cultura social, multiplicam-se dispositivos de

segurança contra desastres.

Isso, porém, deve igualmente ocorrer no reino da alma.

Se já acordaste para o conhecimento superior, caminhas à frente com a função de guiar.

Convence-te de que quanto mais se te amplie o aperfeiçoamento íntimo, mais dilatado o

número dos olhos e dos ouvidos que te procuram ver e escutar, de vez que todos aqueles

que se afinam contigo, em subalternidade espiritual, passam, mecanicamente, à condição

de aprendizes que te observam.

Não te descuides, pois, do amparo aos que te acompanham no educandário da vida,

entendendo-se que existem quedas de pensamento determinando lamentáveis acidentes

de espírito.

Em toda a situação, seleciona palavras e atitudes que possam efetivamente ajudar.

Ante as falhas alheias, não procedas irrefletidamente, censurando ou aprovando isso ou

aquilo, sem análise justa, a pretexto de assegurar a harmonia, mas define-te com

bondade, providenciando corretivos aconselháveis, sem alarde e sem aspereza.

Se aparece a necessidade de advertência ou repreensão, já que toda a escola respeitável

reclama disciplina, oferece o próprio exemplo no dever retamente cumprido, antes de

falar, e, falando, escolhe, tanto quanto seja possível, lugar, tempo e maneira, segundo os

comprometimentos havidos na causa do bem comum.

Lendo noticiários calamitosos ou livros indesejáveis, destaca os assuntos que te pareçam

dignos de apreço e examina-os com os irmãos do nível de experiência, evitando

comentários inconvenientes com os amigos de entendimento imaturo.

Espalhando publicações ou divulgando-as, consagra atenção apenas àquelas suscetíveis

de beneficiar os leitores.

Diante de todas as divergências, conflitos, desesperos e inquietações, articula idéias de

paz e pronuncia frases de paz, sem desconhecer embora que todos nos achamos em luta

incessante contra o mal e que nenhuma pessoa realmente esclarecida pode acreditar-se

em ilusória neutralidade. Pacifica os outros, através de tua cooperação despretensiosa e

espontânea na formação da tranqüilidade alheia, sem enganar a ninguém com a

expectativa de um sossego que só existe naqueles que fogem das próprias obrigações e

que nunca se previnem contra a desordem.

Administra, onde estiveres, o auxílio espiritual com a alavanca do próprio equilíbrio.

Vigilância sem violência. Calma sem preguiça. Consolo sem mentira. Verdade sem

drama.

Se já sabes o que deves fazer, no plano da alma, trazes o coração chamado a instruir, e

um professor verdadeiro, enxergando mais longe, não apenas informa e ensina, mas

também socorre e vela.

SEMEADORES DA ESPERANÇA

Possivelmente não terás pensado ainda no verbo formoso e grave a que todos somos

chamados: criar para o progresso.

O Criador, ao dotar-nos de razão, a nós, criaturas, conferiu-nos o poder de imaginar,

promover, originar, produzir.

Referimo-nos freqüentemente à lei de causa e efeito. Sabemos que ela funciona em

termos de exatidão. Utilizamo-la, quase sempre, tão-só para justificar sofrimentos,

esquecendo-lhe a possibilidade de estabelecer alegrias.

Causamos isso ou aquilo, geramos acontecimentos determinados. Experimentamos essa

força que nos é peculiar, na formação de circunstâncias favoráveis aos homens.

Antes do comboio a vapor, a eletricidade já existia. Os transportes arrastavam-se pela

tração, mas foi preciso que alguém desejasse criar na Terra a locomotiva, que se

converteu a pouco e pouco no trem elétrico, a fim de que a Civilização aprimorasse os

sistemas de condução que prosseguem para mais altas expressões evolutivas.

O firmamento era vasculhado pelos olhos humanos há milênios, mas foi necessário que

um astrônomo inventasse lentes, para que os povos recolhessem as preciosas

informações do Universo, que já havia antes deles.

O princípio é idêntico para a vida moral.

Precisamos hoje e em toda a parte dos criadores de harmonia doméstica e social, dos

desenhistas de pensamentos certos, dos escultores de boas obras.

O tempo nos ensinará a entender a necessidade básica de se criarem condições para o

entendimento mútuo, como já se estabeleceram normas para o trânsito fácil do

automóvel.

Inventa em tua existência soluções de conforto, suscita motivos de paz, traça diretrizes de

melhoria, faze o que ainda não foi aproveitado na realização da riqueza íntima de todos.

Provavelmente estamos na atualidade em estágio obscuro de lições, sob a atuação

imperiosa de ações passadas. Mas não nos será correto esquecer que somos

Inteligências com raciocínio claro e que, se antigamente nos foi possível colocar em ação

as causas que neste momento e neste local nos infelicitam, retemos conosco a sublime

faculdade de idear, planejar e construir.

Ajamos na construtividade de Jesus, sejamos semeadores de esperança.

35

E – Cap. XII – Item 3

L – Questão 524

Temas Estudados:

Colaboração com os benfeitores espirituais

Combate à obsessão

Força do pensamento

Harmonização

Influenciação espiritual destrutiva

Necessidade de recuperação

AMBIENTE ESPIRITUAL

Há, sem dúvida, uma tarefa especial, particularmente destinada aos espíritas, à margem

das obrigações que lhes são peculiares: a formação de ambiente adequado ao trabalho

edificante dos Bons Espíritos.

Conscientes de que somos sustentados por legiões de instrutores, domiciliados em

planos sublimes, e informados de que eles se propõem amparar a humanidade, será justo

relegar tão-somente a médiuns e fenômenos a cooperação com eles? Aliás, é necessário

considerar que a mediunidade deve ser laboriosamente burilada, a fim de refleti-los, e que

os fenômenos quase sempre se perdem na cinza da dúvida ou na corrente tumultuária da

discussão.

Todos nós estamos convocados a colaborar com os mensageiros do Senhor,

notadamente no sentido de preparar-lhes ambiente favorável à manifestação.

Para isso, principiemos por banir do cérebro toda idéia de crueldade, violência,

pessimismo, azedume. . . Diante de qualquer pessoa, sintamo-nos à frente de criatura

irmã que aguarda de nossa parte o amor com que fomos aquinhoados pela Providência

Divina.

No repouso ou na atividade, no lar ou na via pública, atendamos à harmonização e à

serenidade. Conversando, evitemos imagens de irritação ou de maledicência. Fujamos de

repisar comentários em torno de escândalos e crimes, detendo-nos em casos escabrosos

apenas o tempo imprescindível ao esclarecimento da verdade, sem converter a

sinceridade em botija de fel. Comuniquemos alegria e confiança aos que convivem

conosco. Tenhamos a coragem de praticar o bem que apregoamos, buscando com

diligência a ocasião de servir.

Se surge o impositivo de alguma retificação, em nosso círculo de trabalho, coloquemo-nos

no lugar do corrigido para que a brandura nos aconselhe, e, doando algo, situemo-nos na

posição de quem recebe, para que a vaidade não se nos insinue na plantação de

solidariedade.

É forçoso recordar, sobretudo, que os alicerces de qualquer ambiente espiritual começam

nas forças do pensamento.

Todos nós, os desencarnados e encarnados que nos vinculamos à seara espírita-cristã,

contamos com o apoio dos Instrutores da Vida Maior. Isso é mais que natural, ante as

necessidades que nos assinalam a senda, mas não nos será lícito esquecer que eles

também esperam por nosso auxílio, a fim de que possam mais amplamente auxiliar.

INFLUENCIAÇÕES ESPIRITUAIS SUTIS

Sempre que você experimente um estado de espírito tendente ao derrotismo, perdurado

há várias horas, sem causa orgânica ou moral de destaque, avente a hipótese de uma

influenciação espiritual sutil.

Seja claro consigo para auxiliar os Mentores Espirituais a socorrer você. Essa é a

verdadeira ocasião de humildade, da prece, do passe.

Dentre os fatores que mais revelam essa condição da alma, incluem-se:

dificuldade de concentrar idéias em motivos otimistas;

ausência de ambiente íntimo para elevar sentimentos em oração ou concentrar-se em

leitura edificante;

indisposição inexplicável, tristeza sem razão aparente e pressentimentos de desastres

imediatos;

aborrecimentos imanifestos por não encontrar semelhantes ou assuntos sobre quem

ou o que descarregá-los;

pessimismos sub-reptícios, irritações surdas, queixas, exageros de sensibilidade e

aptidão a condenar quem não tem culpa;

interpretação forçada de fatos e atitudes suas ou dos outros, que você sabe não

corresponder à realidade;

hiperemotividade ou depressão raiando na iminência de pranto;

ânsia de investir-se no papel de vítima ou de tomar uma posição absurda de automartírio;

teimosia em não aceitar, para você mesmo, que haja influenciação espiritual para

consigo, mas passados minutos ou horas do acontecimento, vêm-lhe a mudança de

impulsos, o arrependimento, a recomposição do tom mental e, não raro, a constatação de

que é tarde para desfazer o erro consumado.

São sempre acompanhamentos discretos e eventuais por parte do desencarnado e

imperceptíveis ao encarnado pela finura do processo.

O Espírito pode estar tão inconsciente de seus atos que os efeitos negativos se fazem

sentir como se fossem desenvolvidos pela própria pessoa.

Quando o influenciador é consciente, a ocorrência é preparada com antecedência e

meticulosidade, às vezes, dias e semanas antes do sorrateiro assalto, marcado para a

oportunidade de encontro em perspectiva, conversação, recebimento de carta clímax de

negócio ou crise imprevista de serviço.

Não se sabe o que tem causado maior dano à Humanidade: se as obsessões

espetaculares, individuais e coletivas, que todos percebem e ajudam a desfazer ou isolar,

ou se essas meio-obsessões de quase obsidiados, despercebidas, contudo bem mais

freqüentes, que minam as energias de uma só criatura incauta, mas influenciando o

roteiro de legiões de outras.

Quantas desavenças, separações e fracassos não surgem assim?

Estude em sua existência se nessa última quinzena você não esteve em alguma

circunstância com características de influenciação espiritual sutil. Estude e ajude a você

mesmo.

36

E – Cap. XVII – Item 4

L – Questão 717

Temas Estudados:

Auxílio e oportunidade

Concurso necessário

Equipe de ação espírita

Receber e dar

Supérfluo e fraternidade

Templo espírita

O ESPÍRITA NA EQUIPE

Numerosos companheiros estarão convencidos de que integrar uma equipe de ação

espírita se resume em presenciar os atos rotineiros da instituição a que se vinculam e

resgatar singelas obrigações de feição econômica. Mas não é assim. O espírita, no

conjunto de realizações espíritas, é uma engrenagem inteligente com o dever de

funcionar em sintonia com os elevados objetivos da máquina.

Um templo espírita não é simples construção de natureza material. É um ponto do Planeta

onde a fé raciocinada estuda as leis universais, mormente no que se reporta à

consciência e à justiça, à edificação do destino e à imortalidade do ser. Lar de

esclarecimento e consolo, renovação e solidariedade, em cujo equilíbrio cada coração

que lhe compõe a estrutura moral se assemelha à peça viva de amor na sustentação da

obra em si. Não bastará freqüentar-lhe as reuniões. É preciso auscultar as necessidades

dessas mesmas reuniões, oferecendo-lhes solução. Respeitar a orientação da casa, mas

também contribuir, de maneira espontânea, com os dirigentes, na extinção de censuras e

rixas, perturbações e dificuldades, tanto quanto possível no nascedouro, a fim de que não

se convertam em motivos de escândalo. Falar e ouvir construtivamente. Efetuar tarefas

consideradas pequeninas, como sejam sossegar uma criança, amparar um doente,

remover um perigo ou fornecer uma explicação, sem que, para isso, haja necessidade de

pedidos diretos. Sobretudo, na organização espírita, o espírita é chamado a colaborar na

harmonia comum, silenciando melindres e apagando ressentimentos, estimulando o bem

e esquecendo omissões no terreno da exigência individual.

Todos nós, encarnados e desencarnados, comparecemos no templo espírita no intuito de

receber o concurso dos Mensageiros do Senhor; no entanto, os Mensageiros do Senhor

esperam igualmente por nosso concurso, no amparo a outros, e a nossa cooperação com

eles será sempre, acima de tudo, trabalhar e servir, auxiliar e compreender.

DEPOIS

Depois de ouvir a palestra esclarecedora, cultive-a junto dos companheiros ausentes.

Ensinamento ouvido, riqueza de aprendizado.

*

Depois da notícia edificante, transmita-a sem demora aos irmãos carecentes de estímulo.

Ânimo levantado, rendimento em serviço.

*

Depois de ler a publicação doutrinária, passe-a adiante, clareando outras consciências.

Palavra escrita, idéia gravada.

*

Depois de entender as frases do livro edificante, imprima-a no próprio verbo.

Estudo assimilado, conversação enobrecida.

*

Depois de reconhecer o próprio erro, conserve a experiência, divulgando-a no instante

oportuno.

Queda de alguém, apelo a muitos.

*

Depois de observar o acontecimento digno de atenção, saliente o aviso que ficou.

Fato proveitoso, lição da vida.

*

Depois de substituir o objeto usado por outro novo, conduza-o a mãos em maiores

necessidades.

Traste velho na frente, auxílio na retaguarda.

*

Depois de um dia, de uma tarefa, de uma crise, de uma enfermidade, de uma viagem ou

de um encontro, algo se modifica em nosso espírito, para melhor, e devemos ofertar aos

outros o melhor ao nosso alcance, sem deixar qualquer auxílio para depois.

37

E – Cap. XIX – Item 10

L – Questão 798

Temas Estudados:

Aprendizado mediúnico

Assistência aos médiuns

Deveres na tribuna espírita

Disciplina

Palavra espírita

Trabalho e discernimento

MÉDIUNS INICIANTES

No intercâmbio espiritual, encontramos vasto grupo de companheiros, carecedores de

especial atenção — os médiuns iniciante.

Muitas vezes, fascinados pelo entusiasmo excessivo, diante do impacto das revelações

espirituais que os visitam de jato, solicitam o entendimento e o apoio dos irmãos

experimentados, para que não se percam, através de engodos brilhantes.

Induzamo-los a reconhecer que estamos todos à frente dos Espíritos generosos e sábios,

à feição de cooperadores, perante autoridades de serviço, que nos esperam o concurso

eficiente e espontâneo.

Não nos compete avançar sem a devida preparação, conquanto supervisionados por

mentores respeitáveis e competentes.

Tanto quanto para nós, para cada médium urge o dever de estudar para discernir, e

trabalhar para merecer.

Tão-só porque os seareiros da mediunidade revelem facilidades para a transmissão de

observações e mensagens, isso não exime da responsabilidade na apresentação,

condução e aplicação dos assuntos de que se tornam intérpretes. Indispensável se

capacitem de que a morte não altera a personalidade humana, de modo fundamental.

Acesso à esfera dos seres desencarnados, ainda jungidos ao plano físico, é semelhante

ao ingresso em praça pública da própria Terra, onde enxameiam Inteligências de todos os

tipos.

Admitido a construções de ordem superior, o médium é convidado ao discernimento e à

disciplina, para que se lhe aclarem e aprimorem as faculdades, cabendo-lhe afastar-se do

<<tudo querer>> e do <<tudo fazer>> a que somos impelidos, nós todos, quando imaturos

na vida, pelos que se afazem à rebeldia e à perturbação.

Ajudemos os médiuns iniciantes a perceber que na mediunidade, como em qualquer outra

atividade terrestre, não há conhecimento real onde o tempo não consagrou a

aprendizagem, e que todos os encargos são nobres onde a luz da caridade preside as

realizações.

Para esse fim, conduzamo-los a se esclarecerem nos princípios salutares e libertadores

da Doutrina Espírita.

Médiuns para fenômenos surgem de toda parte e de todas as posições. Médiuns para a

edificação do aprimoramento e da felicidade, entre as criaturas, são apenas aqueles que

se fazem autênticos servidores da Humanidade.

ALGUMAS ATITUDES QUE O ORADOR ESPÍRITA DEVE EVITAR

Falar sem antes buscar a inspiração dos Bons Espíritos pelos recursos da prece.

Desprezar as necessidades dos circunstantes.

Empregar conceitos pejorativos, denotando desrespeito ante a condição dos ouvintes.

Introduzir azedume e reclamações pessoais nas exposições doutrinárias.

Atacar as crenças alheias, conquanto se veja na obrigação de cultivar a fé raciocinada,

sem endosso a ritos e preconceitos.

Esquecer as carências e as condições da comunidade a que se dirige.

Censurar levianamente as faltas do povo e desconhecer o impositivo de a elas se referir,

quando necessário, a fim de corrigi-las com bondade e entendimento.

Situar-se em plano superior como quem se dirige do alto para baixo.

Adotar teatralidade ou sensacionalismo.

Veicular consolo em bases de mentira ou injúria, em nome da verdade.

Ignorar que os incrédulos ou os adventícios do auditório são irmãos igualmente

necessitados de compreensão quais nós mesmos.

Fugir da simplicidade.

Colocar frases brilhantes e inúteis acima da sinceridade e da lógica.

Nunca encontrar tempo para estudar de modo a renovar-se com o objetivo de melhor

ajudar aos que ouvem.

Ensinar querendo aplausos e vantagens para si, esquecendo-se do esclarecimento e da

caridade que deve aos companheiros.

<<Ide e pregai o Reino de Deus>>, conclamou-nos o Cristo. E o Espiritismo, que revive o

Evangelho do Senhor, nos ensina como pregar a fim de que a palavra não se faça vazia e

a fé não seja vã.

38

E – Cap. XIV – Item 9

L – Questão 208

Temas Estudados:

Deveres dos pais

Equipe doméstica

Escola do lar

Família e obrigação

Pais terrestres

Reajustamento

ESPÍRITA EM FAMÍLIA NÃO ESPÍRITA

Dos temas relacionados a grupos consangüíneos, temos a considerar um dos mais

importantes para nós, qual seja aquele dos companheiros espíritas ligados a familiares

que ainda não conseguem aceitar os ensinamentos do Espiritismo.

Freqüentemente, os amigos incursos nessa prova recorrem ao Mundo Espiritual pedindo

orientação. Suspiram por ambiente que lhes seja próprio aos ideais, querem afetos que

lhes incentivem as realizações, e, porque o mundo Espiritual lhes respeite o livre-arbítrio,

contornando-lhes os problemas, sem ferir-lhes a iniciativa, muitos deles entram em

dúvida, balançando o coração, entre o anseio de fuga e o acatamento ao dever.

O espírita, porém, comprometido com os parentes não espíritas, permanece acordado as

realidades da reencarnação; sabe que ninguém assume obrigações à revelia do foro

íntimo e que ninguém renasce sem motivo, nessa ou naquela equipe familiar. Seja

atendendo a exigências de afinidade, escolha, expiação ou tarefa específica, o Espírito

reencarna ou trabalha junto daqueles com quem lhe compete evoluir, aprimorar-se, quitarse,

desincumbir-se de certos encargos ou atender a programas de ordem superior e, por

isso, não dispõe do direito de deserção da oficina doméstica, tão-só porque aí não

encontre criaturas capazes de lhe partilharem os sonhos de elevação. Aliás, exatamente

aí, na forja de inquietantes conflitos sentimentais, é que se edificará para a ascensão a

que aspira.

Cônjuge difícil, pais incompreensivos, irmãos-enigmas ou filhos-problemas constituem na

Terra o corpo docente de que necessitamos na escola familiar. Com eles e por eles, é que

avaliamos as nossas próprias claudicações, de modo a corrigi-las.

Indiscutivelmente, em explanando assim, não induzimos companheiro algum a

compartilhar criminalidade em nome de obrigação.

Desejamos unicamente ponderar que não é razoável abandonar ou interromper ajustes

edificantes sem que a nossa consciência esteja em paz com o dever cumprido.

Sempre que nos reconheçamos desambientados na família do mundo, à face dos

princípios espíritas que os entes queridos não se mostrem, de imediato, dispostos a

abraçar, estamos na posição do devedor entre credores vários, com a valiosa

possibilidade de ressarcir nossos débitos, ou na condição do aluno em curso intensivo de

burilamento individual, com a bendita oportunidade de adquirir atestados de competência,

em diversas lições.

PONTOS PERIGOSOS PARA OS PAIS

Desconsiderar a importância do exemplo na escola do lar.

Ignorar que os filhos chegam à reencarnação através deles, sem serem deles.

Transformar as crianças em bibelôs da família, fugindo de ajudá-las na formação do

caráter desde cedo.

Ajudar os filhos inconsideradamente tanto quanto sobrecarregá-los de obrigações

incompatíveis com a saúde ou a disposição que apresentem.

Distanciar-se da assistência necessária aos pequeninos sob o pretexto de poderem

remunerar empregados dignos, mas incapazes de substituí-los nas responsabilidades que

receberam.

Desconhecer que os filhos são Espíritos diferentes, portadores da herança moral que

guardam em si mesmos, por remanescentes felizes ou infelizes de existências anteriores.

Desejar que os filhos lhes sejam satélites, olvidando que eles caminham na trajetória que

lhes é peculiar, com pensamentos e atitudes pessoais.

Desinteressar-se dos estudos que lhes dizem respeito.

Relegar-lhes as mentes às superstições e fantasias, sem prestar-lhes explicações

honestas em torno do mundo e da vida.

Não lhes pedir trabalho e cooperação na medida das possibilidades.

39

E – Cap. XXIV – Item 15

L – Questão 801

Temas Estudados:

Edificação espírita

Emancipação espiritual

Firmeza de atitudes

Impositivo da ação

Missão do templo espírita

Valores afetivos

ESPÍRITAS MEDITEMOS

Um templo espírita é, na essência, um educandário em que as leis do Ser, do Destino, da

Evolução e do Universo são examinadas claramente, fazendo luz e articulando

orientação, mas, por isso, não deve converter-se num instituto de mera preocupação

academicista.

Manterá o simpósio dos seareiros experientes, sempre que necessário, mas não o situará

por cima da obra de evangelização popular.

Alentará a tribuna em que o verbo primoroso lhe honorificará os princípios, diante de

assembléias cultas e atentas; contudo, não se esquecerá do entendimento fraternal, de

coração para coração, em que os companheiros mais sábios se disponham,

pacientemente, a responder às perguntas e a sossegar as inquietações dos menos

instruídos.

Fornecerá informações preciosas aos pesquisadores da Verdade, na esfera dos

conhecimentos superiores que veicula; no entanto, trabalhará com maior devotamento em

favor dos caídos em provação e necessidade, que lhe batem à porta, esmagados de

sofrimento.

Prestigiará a ciência do mundo que suprime as enfermidades e valorizará o benefício da

prece e o do magnetismo curativo, no socorro aos doentes.

Divulgará o conceito filosófico e a frase consoladora.

Propiciará o ensino, multiplicando o pão.

Um templo espírita, revivendo o Cristianismo, é um lar de solidariedade humana, em que

os irmãos mais fortes são apoio aos mais fracos e em que os mais felizes são trazidos ao

amparo dos que gemem sob o infortúnio.

Nesse sentido, é lícito recordar os apelos endereçados pelo Mundo Espiritual aos

espíritas, através da Codificação Kardecista, no item 4, do capítulo XX, de << O

Evangelho segundo o Espiritismo>>, que nos apontam rumo certo:

<<Ide, pois, e levai a palavra divina aos grandes que a desprezarão; aos eruditos que

exigirão provas; aos pequenos e simples que a aceitarão, porque principalmente entre os

mártires do trabalho, na provação terrena, encontrareis fervor e fé. Ide! Esses receberão

com hinos de gratidão e louvores a Deus, a santa consolação que lhes levareis, e

baixarão a fronte, rendendo-lhe graças pelas aflições que a Terra lhes destina.>>

Espíritas, reflitamos!

Estudemos, sentindo, compreendendo, construindo e ajudando sempre.

Auxiliemos o próximo, sustentando, ainda, todos aqueles que procuram auxiliar.

Jesus chamou a equipe dos apóstolos que lhe asseguraram cobertura à obra redentora,

não para incensar-se e nem para encerrá-los em torre de marfim, mas para erguê-los à

condição de amigos fiéis, capazes de abençoar, confortar, instruir e servir ao povo que,

em todas as latitudes da Terra, lhe constitui a amorosa família do coração.

MIMETISMO E DEFINIÇÃO

Amor em ação, amor entendimento, amor-brandura, amor em nome de Cristo que se

imolou por amor. Não devemos nos esquecer, porém, de que Cristo nunca se achou fora

do caminho aberto que conhecemos como sendo definição.

A astúcia se esconde sistematicamente no <<sim>>, a crueldade se encouraça no

<<não>> e a preguiça não sai do <<talvez>>.

O espírita, herdeiro atual do Cristianismo sem distorções, não pode ignorar a necessidade

do equilíbrio.

Compreensão e ternura, mas atitude firme, para que a névoa da ignorância não invada a

atmosfera mental onde vivemos, induzindo os companheiros de viagem terrestre ao vale

da indecisão.

Somos, involuntariamente, a bússola um dos outros. Os que marcham à frente ditam

normas para os que se formalizam à retaguarda.

Todos influenciamos positivamente com o magnetismo da atitude. Daí o impositivo de

sermos por fora o que somos por dentro.

Claramente é possível usar os valores afetivos em qualquer circunstância.

Misericórdia e paz em todas as situações, principalmente naquelas nas quais é preciso

desembaraçar alguém da perturbação com a paciência e a abnegação de que não

prescindimos para libertar o doente da enfermidade. Isso, contudo, não nos exime do

culto à verdade.

Reportamo-nos, enlevados, ao amor que imperava nas coletividades cristãs do Evangelho

nascente.

Os primeiros seguidores de Jesus amavam-se ternamente como verdadeiros irmãos;

entretanto, não foi tão-só a preço de doçura que venceram o sarcasmo e a perseguição

de que se viram objeto.

O amor entre eles incluía a coragem, a franqueza, o desassombro e a fidelidade por

ingredientes necessários ao triunfo sobre as vicissitudes da época, tanto quanto sobre si

próprios.

Sejamos tolerantes no sentido construtivo, respeitando as vítimas de enganos

consagrados e preconceitos infelizes, doando a cada uma delas algo de útil que as auxilie

na edificação do bem, com vistas à emancipação futura. Mas conservemos atitude límpida

pela qual sejamos identificados na condição de espíritas, a serviço do mundo renovado,

evitando mimetismo e acomodação.

40

E – Cap. I – Item 5

L – Questão 780

Temas Estudados:

Definição de condição e provas

Espiritismo e divulgação

Espiritismo na esfera pessoal

Importância do espiritismo na existência

Necessidade de luz espiritual

Sombras do caminho terrestre

SOCORRO OPORTUNO

Sensibiliza-te diante do irmão positivamente obsidiado e esmera-te em ofertar-lhe o

esclarecimento salvador com que a Doutrina Espírita te favorece.

Bendito seja o impulso que te leva a socorrer semelhante doente da alma; entretanto,

reflete nos outros, os que se encontram nas últimas trincheiras da resistência ao

desequilíbrio espiritual.

Por um alienado que se candidata às terapias do manicômio, centenas de fronteiriços da

obsessão renteiam contigo na experiência cotidiana. Desambientados num mundo que

ainda não dispõe de recursos que lhes aliviem o íntimo atormentado, esperam por algo

que lhes pacifiquem as energias, à maneira de viajores tresmalhados nas trevas,

suspirando por um raio de luz. . . Marchavam resguardados na honestidade e viram-se

lesados a golpes de crueldade, mascarada de inteligência; abraçaram tarefas edificantes

e foram espancados pela injúria, acusados de faltas que jamais seriam capazes de

cometer; entregaram-se, tranqüilos, a compromissos que supuseram inconspurcáveis e

acabaram espezinhados nos sonhos mais puros; edificaram o lar, como sendo um

caminho de elevação, e reconheceram-se, dentro dele, à feição de prisioneiros sem

esperança; criaram filhos, investindo em casa toda a sua riqueza de ideal e ternura, na

expectativa de encontrarem companheiros abençoados para a velhice, e acharam-se

relegados a extremo abandono; saíram da juventude, plenos de aspirações renovadoras e

toparam enfermidades que lhes atenazam a vida. . . E, com eles, os que se acusam

desajustados, temos ainda os que vieram do berço em aflição e penúria, os que se

emaranharam em labirintos de tédio, por demasia de conforto, os que esmorecem nas

responsabilidades que esposaram e os que carregam no corpo dolorosas inibições. . .

Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a Doutrina Espírita

lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan Kardec, ao clarão da

mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na atitude, na ação ou na palavra,

recordemos que o Espiritismo nos solicita uma espécie permanente de caridade – a

caridade da sua própria divulgação.

O ESPIRITISMO EM SUA VIDA

Reflita na importância do Espiritismo em sua encarnação. Confrontemo-lo com as

circunstâncias diversas em que você despende a própria existência.

Corpo – Engenho vivo que você recebe com os tributos da hereditariedade fisiológica, em

caráter de obrigatoriedade, para transitar no Planeta, por tempo variável, máquina essa

que funciona tal qual o estado vibratório de sua mente.

Família – Grupo consangüíneo a que você forçosamente se vincula por remanescentes

do pretérito ou imposições de afinidade com vistas ao burilamento pessoal.

Profissão – Quadro de atividades constrangendo-lhe as energias à repetição diária das

mesmas obrigações de trabalho, expressando aprendizado compulsório, seja para

recapitular experiências imperfeitas do passado ou para a aquisição de competência em

demanda do futuro.

Provas – Lições retardadas que nós mesmos acumulamos no caminho, através de erros

impensados ou conscientes em transatas reencarnações, e que somos compelidos a

rememorar e reaprender.

Doenças – Problemas que carregamos conosco, criados por vícios de outras épocas ou

abusos de agora, que a Lei nos impõe em favor de nosso equilíbrio.

Decepções – Cortes necessários em nossas fantasias, provocados por nossos excessos,

aos quais ninguém pode fugir.

Inibições - Embaraços gerados pelo comportamento que adotávamos ontem e que hoje

nos cabe suportar em esforço reeducativo.

Condição – Meio social merecido que nos facilita ou dificulta as realizações, conforme os

débitos e créditos adquiridos.

Segundo é fácil de concluir, todas as situações da existência humana são deveres a que

nos obrigamos sob impositivos de regeneração ou progresso. Mas a Doutrina Espírita é o

primeiro sinal de que estamos entrando em libertação espiritual, à frente do Universo,

habilitando-nos, pela compreensão da justiça e pelo serviço à Humanidade, a crescer e

aprimorar-nos para Esferas Superiores.

Pense no valor do Espiritismo em sua vida. Ele é a sua verdadeira oportunidade de

partilhar a imortalidade desde hoje.